Sintomas do trato urinário inferior e sexualidade: uma revisão

Autor: Auge, Antonio Pedro Flores, Silva, Renata Santos Bittencourt, Leite, Ana Kober Nogueira, Gouvêa, Eduardo Sauerbronn, Genevcius, Raphael Fernando Fonseca, Pinto, Raphael de Oliveira, Roessle, Thiago Ricardo, Tozo, Imacolada Marino, Aoki, Tsutomu
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2018
Zdroj: Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; v. 55 n. 2 (2010): Mai/Ago; 76-81
Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
instacron:FCMSCSP
ISSN: 1809-3019
0101-6067
Popis: Introdução: A disfunção sexual pode ser entendida como sí­ndrome clí­nica, transitória ou permanente, caracterizada por queixas ou sintomas sexuais que resultam em insatisfação sexual. Apresenta elevada taxa de prevalência na população, tendendo a aumentar conforme a idade, sendo considerada importante problema de saúde da mulher. Seu diagnóstico é de suma relevância, uma vez que interfere na qualidade de vida, muitas vezes associada a questões de saúde geral, como a incontinência urinária (IU). O quanto esta interfere na saúde sexual é assunto que ainda merece a atenção dos pesquisadores, o que nos motivou ao desenvolvimento dessa revisão cientí­fica. Objetivo: Revisamos a literatura a respeito do impacto da IU sobre a sexualidade feminina por meio de pesquisa na base de dados PubMed, sem restrição de data, incluindo todos os artigos nas lí­nguas inglês, português e espanhol. As palavras-chave utilizadas foram urinary incontinece, sexual dysfunction, quality of life, coital incontinence e sexuality. Resultados e Discussão: A perda urinária durante o ato sexual tem grande influência na qualidade de vida sexual das mulheres. A prevalência desse problema é considerável, variando entre 10,6% e 36,2% das pacientes incontinentes. A presença de incontinência coital foi associada com pior escore de qualidade de vida em relação í s mulheres incontinentes que não apresentam perda í relação sexual. As disfunções sexuais, nessa situação, podem ocorrer devido ao efeito psicológico sobre a paciente, que passa a adotar estratégias diversas para lidar com o problema. As principais medidas são a tentativa de omitir o problema e a diminuição da frequência da atividade sexual. A relação entre a perda urinária no ato sexual e o tipo de incontinência da paciente ainda é assunto controverso. Alguns estudos afirmam que a perda é mais comum entre as pacientes com incontinência por bexiga hiperativa e outros entre aquelas com incontinência urinária de esforço (IUE). Com relação ao tratamento, há autores que encontraram piora significativa da função sexual após o procedimento cirúrgico enquanto outros evidenciam piora em apenas 14% das pacientes. Ao comparar os tipos de procedimentos cirúrgicos, constatou-se que a cirurgia de Burch resulta em piora mais importante na função sexual do que as cirurgias de "Sling" e faixas sub-uretrais. Conclusões: Estudos sobre o impacto da IU na sexualidade feminina são escassos na literatura e importantes contribuições para o desenvolvimento de conhecimento e pesquisa. Pudemos nesta revisão concluir que a IU prejudica a sexualidade feminina em diversos aspectos, principalmente psicossociais, que culminam com a piora na qualidade do ato sexual e menor frequência de relações sexuais nas mulheres afetadas.Descritores: Sexualidade, Incontinência urinária, Disfunção sexual fisiológica, Disfunções sexuais psicogênicas, Qualidade de vida
Databáze: OpenAIRE