O Massacre de Mueda (1960) e a constituição das narrativas nacionais em Moçambique (1962-1986)

Autor: Cintia Mary de Oliveira
Přispěvatelé: Vanicléia Silva Santos, Joel Maurício das Neves Tembe, Lia Dias Laranjeira, Alexandre Almeida Marcussi
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
Popis: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior O objeto de estudo desta pesquisa são as narrativas nacionais que abordam o Massacre de Mueda, constituídas pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) entre 1962 e 1986. Nosso recorte temporal abrangeu dois momentos políticos diferentes, mas bastante significativos para o processo de construção nacional no país. O primeiro momento (1962-1975) foi marcado pela luta anticolonial e pela concepção de um projeto identitário que buscava a criação de uma identidade nacional – a moçambicanidade. O segundo momento (1975-1986) foi marcado pela instauração de um governo unipartidário e por um projeto de modernização de caráter autoritário que continuava a busca pela moçambicanidade, agora, em um contexto conturbado devido à guerra civil e ao confronto com os governos segregacionistas. O objetivo desta pesquisa foi compreender o caráter simbólico atribuído ao Massacre de Mueda nas narrativas nacionais constituídas pela FRELIMO e suas relações com a instituição da identidade nacional e da memória social em Moçambique. Partimos da hipótese de que o Massacre de Mueda fez parte de uma narrativa nacionalista mais ampla que variou de acordo com o contexto e objetivos da FRELIMO em determinado momento, assumindo, muitas das vezes, aspectos de um mito nacional. Percebemos que vários sentidos foram atribuídos ao Massacre de Mueda ao longo da luta anticolonial e nos anos que se seguiram à independência de Moçambique. Estes sentidos contribuíram de diversas formas para reforçar a ideia de uma unidade nacional e da existência da moçambicanidade. A realização desta pesquisa se deu através da análise da documentação de imprensa publicada pela FRELIMO ou regulada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e de narrativas orais coletadas entre participantes da luta armada e sobreviventes ao Massacre de Mueda, publicadas em livros ou revistas.
Databáze: OpenAIRE