O gótico familiar de William Faulkner e Lúcio Cardoso: formas e dinâmica da opressão

Autor: Rogério Lobo Sáber
Přispěvatelé: Julio Cesar Jeha, Georg Otte, Luciana Moura Colucci de Camargo, Fernando Monteiro de Barros Junior, Júlio César França Pereira
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
ISSN: 1897-1962
Popis: O gótico literário se afirma como projeto estético que, desde sua origem no século 18, coloca em cena e explora ansiedades e interditos culturais, sobretudo os que se instalam na esfera familiar. Esta pesquisa investiga de que maneira os autores William Faulkner (1897-1962) e Lúcio Cardoso (1912-1968) atualizam o inventário temático-formal da literatura gótica em suas obras Absalão, Absalão! (1936) e Crônica da casa assassinada (1959), ao denunciarem pontos de vulnerabilidade que, quando atacados, culminam no desmantelamento de ordens familiares apegadas à tradição. Dentre todos os tipos e temas góticos reformulados pelos romancistas, reservamos centralidade à figura do herói-vilão e ao motivo da vingança. Sustentamos a hipótese de que Thomas Sutpen e Demétrio Meneses são os heróis-vilões responsáveis por deformarem o contexto familiar em claustrofóbico perímetro marcado pela opressão, investigada em sua dinâmica e em suas múltiplas formas. Construídas por meio de pacto representacional realista, as obras-primas dos romancistas encenam múltiplas formas de violência factual e simbólica, denunciadas como reverberantes vórtices de destruição e legitimadas pelo discurso da cultura. The literary Gothic consolidates its position as an aesthetical project that, since its origin back in the 18th century, stages and explores cultural anxieties and interdicts, mainly those installed within the familiar boundaries. This dissertation examines how the novelists William Faulkner (1897-1962) and Lúcio Cardoso bring the formal and thematic inventory of Gothic literature up to date in their works Absalom, Absalom! (1936) and Chronicle of the murdered house (1959). The writers denounce points of familiar vulnerability that, once attacked, culminate in the shattering of orders attached to tradition. Among all the Gothic types and themes that the novelists reshape, we grant a central role to the hero-villain and to the literary motive of revenge. We claim that Thomas Sutpen and Demétrio Meneses are the hero-villains in charge of distorting the familiar context into a claustrophobic perimeter marked by oppression, examined in its dynamics and multiple forms. Supported by a realistic representational pact, the books stage multiple forms of factual and symbolic violence, denounced as resounding vortices of destruction and legitimated by the cultural discourse.
Databáze: OpenAIRE