Os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre as organizações: um olhar para o futuro
Autor: | Backes, Danieli Artuzi Pes, Arias, María Isabel, Storopoli, José Eduardo, Ramos, Heidy Rodriguez |
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Jazyk: | Spanish; Castilian |
Rok vydání: | 2020 |
Zdroj: | Revista Ibero-Americana de Estratégia; Vol 19, No 4 (2020): Oct./Dec.; 1-10 Revista Ibero Americana de Estratégia-RIAE Revista Ibero-Americana de Estratégia (RIAE) instacron:RIEOEI |
ISSN: | 2176-0756 |
Popis: | O ano de 2020 começou como qualquer outro. Todos nós tínhamos ideias, projetos e objetivos a cumprir que foram afetados pela pandemia, desencadeada como resultado do COVID-19, e pelas consequentes crises econômicas, políticas e sociais produzidas em todo o mundo.Na área de negócios, a maioria das empresas teve que deixar de lado seus planos estratégicos de 2020 para se adaptar à crise com estratégias emergentes. Os governos, seguindo estratégias bastante variadas, procuraram dar respostas à sua população e aos seus próprios problemas econômicos. No setor da educação, as estratégias de ensino e aprendizagem também tiveram que ser adaptadas e as escolas e universidades enfrentaram o desafio de implementar planos 100% virtuais. Atualmente, os pesquisadores em gestão estratégica enfrentam o desafio de desenvolver estudos objetivos diante das estratégias emergentes e de curto prazo desenvolvidas nessas áreas.Uma publicação recente de Cadernos de Regionalismo ODR (2020), abordou como a pandemia foi tratada por comunidades internacionais ao redor do mundo, como a União Europeia e o Mercosul, entre outras, e como o regionalismo poderia ou não contribuir para o enfrentamento da pandemia. Nesse estudo, as regiões foram divididas em: casos cooperativos, casos semi-cooperativos e casos não cooperativos. Os resultados mostram que onde não houve articulação, os números de mortes e infecções em decorrência da pandemia foram maiores, como por exemplo, nos países membros do Mercosul, uma vez que não foram formados grupos especializados de forma articulada sanitariamente para enfrentar a pandemia como a questão central.Na academia, devemos tentar contribuir analisando quais foram os efeitos e desafios da pandemia Covid-19 nas organizações, bem como as boas práticas para o futuro. Portanto, neste editorial, pretendemos abordar as mudanças pelas quais passam as instituições mundiais diante da crise instalada nos últimos meses, observando as interconexões econômicas internacionais. Sem a pretensão de esgotar o assunto, este editorial analisa os efeitos da pandemia no mundo e os desafios das organizações frente à crise. Efeitos da pandemia no mundo Estamos finalizando o de 2020 com muitas suposições e expectativas, e poucas certezas sobre a dimensão do que realmente foi a crise gerada pela pandemia de Covid-19 para as organizações e para a economia mundial. As consequências provocadas pela pandemia e pelo isolamento social, nunca vividos pela população mundial deste século, trouxe mudanças que perpassaram as fronteiras nacionais. Estima-se que a pandemia do Covid-19 afetou a economia global em U$ 90 trilhões, sendo considerada a pior crise dos últimos 100 anos (Jackson, Weiss, Schwarzenberg, Nelson, 2020). A América Latina foi a região mais duramente atingida. Após alguns anos de crescimento econômico reduzido, as nações americanas se viram na iminência de aplicar procedimentos radicais de isolamento social, que impactaram na oferta de bens e serviços, em especial no setor de turismo. As pressões das instituições nacionais variaram de intensidade, desde muito rígidas no Peru a brandas no Uruguai, apresentando inclusive diferenças entre estados, como no caso do Brasil (Banco Mundial, 2020).Os efeitos da crise foram sentidos rapidamente em vários países, isso porque no curto prazo, o setor de consumo é o que mais contribui para o crescimento econômico. As consequências da parada total ou parcial das atividades produtivas, gerou impactos que refletirão no longo prazo, sendo que para alguns países a crise econômica será mais profunda e duradoura do que para outros. Segundo o Abhijit Surya, analista do Economist Group (2020), Chile e Uruguai devem se recuperar mais rapidamente do que os demais países da América Latina, que provavelmente levarão até 2024 para reequilibrar sua economia. Segundo o Banco Mundial, há previsão de queda no Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina de 7,9%, ao passo que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), calcula redução de 6% no PIB global e queda de 7,6% no caso de uma segunda onda de pandemia até o final de 2020 (OCDE, 2020).Em alguns países, os governos asseguraram uma proporção da receita salarial para funcionários forçados a se licenciar ou ampliaram seus sistemas de previdência para assistir trabalhadores recém-dispensados ou proprietários de pequenos negócios (Cowling, Brown, Rocha, 2020). Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o estímulo fiscal foi de US$ 982 bilhões, sendo 45 bilhões de dólares em países de baixa renda e 937 bilhões em países de renda média baixa. Embora de importância fundamental, essas ações não podem compensar a falta de geração de receitas para empresas e pessoas. Os governos possuem capacidade de assistencialismo e financiamento limitadas, impossibilitando a completa cobertura e assistência da força de trabalho e do empreendedorismo nacional. Inúmeros pequenos negócios foram afetados e milhões de pessoas perderam seus empregos (OIT, 2020).Somada à crise sanitária, seguiu-se em alguns países uma crise política, que trouxe ainda mais insegurança às pessoas e instabilidade ao sistema comercial e financeiro, impactando negativamente nas bolsas de valores, paralisando sistemas de produção, gerando colapso no consumo e grave crise econômica (OCDE, 2020). Em decorrência do novo cenário, muitas mudanças foram impostas sobre as organizações, as mais impactantes foram: interrupção dos negócios, prejuízos às instituições antigas e tradicionais, impactos sobre as cadeias de suprimentos nacionais e internacionais, danos ao capital tecnológico e inovativo, comprometimento de networks e fluxos de conhecimento (Zahra, 2020).Esse evento de grande impacto negativo trouxe à tona os problemas econômicos, políticos, sociais e gerenciais de organizações e nações, colocando à prova a capacidade de solvência das instituições. Na pesquisa de Cowling, Brown e Rocha (2020) no Reino Unido, verificou-se que 8,6% das empresas enfrentaram a crise sem reservas financeiras e somente 39% economizaram recursos para uma crise, nos últimos 5 anos, indicando que 61% pode ficar sem caixa. Constatou-se ainda que as microempresas, a categoria de negócio dominante em economias desenvolvidas ou subdesenvolvidas, eram as que tinham maior probabilidade de estar representadas na classificação de risco imediato e de médio prazo. O risco imediato está relacionado à falta de liquidez, enquanto o risco médio significa ausência de indícios de acumulação de reservas de caixa. Esses problemas ainda podem ser agravados pela falta de ativos físicos e tangíveis a serem usados como garantia para a tomada de empréstimos (Coco, 2000).O impacto do vírus pode ter repercussões potenciais nos mercados financeiros, com maior redução da confiança e redução do crédito. Esses impactos afetam empresas grandes e pequenas, no entanto, o efeito sobre as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) é mais severo. Pesquisas do Federal Reserve Bank de New York nos Estados Unidos sugerem que 50% das pequenas empresas estão operando com menos de 15 dias de reserva de caixa e que mesmo as MPEs saudáveis, têm reservas de caixa de menos de dois meses. Em todos os países da OCDE, as MPEs representam a grande maioria das empresas, e dos empregos, no entanto, nas regiões e setores que mais sentiram os impactos da crise, a prevalência de MPEs é ainda maior (OCDE, 2020).Considerando os acontecimentos em curso decorrentes da crise sanitária, que desencadeou em disputas comerciais, a cadeia de abastecimento global dá sinais de que poderá sofrer mudanças no que se refere à realocação da China para outros países como Índia, Vietnã, Camboja, países Africanos e internalização das cadeias produtivas pela Europa, Estados Unidos, Japão e Oriente Médio. Se essas hipóteses se confirmarem, certamente os padrões de internacionalização dos empreendimentos sofrerão alterações, como a localização dos negócios, os parceiros comerciais, a rede colaborativa, as cadeias de fornecimento e de valor e as formas de obtenção dos recursos. A decisão de investir em território próprio ou de países vizinhos pode dar início ao processo de desglobalização (Zahra, 2020).Apesar da crescente tendência de retorno das empresas aos países de origem, e busca pela regionalização, com a conquista de mercados mais próximos e mais estáveis, alguns países em desenvolvimento, como o Brasil, por exemplo, movem grandes esforços para a entrada na OCDE (Brasil, 2020), além de capitanear o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia e o acordo da Associação Europeia de Comércio Livre (AECL), que congrega a Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Se as parcerias se firmarem, com grandes chances de se concretizar pelo apoio da presidência do Conselho da União Europeia, os países do Mercosul tendem a iniciar uma política de internacionalização para qualificação de suas empresas, para exportação direta ou indireta para outros países. O Brasil também vai sediar um dos quatro escritórios da Organização Mundial do Turismo (OMT) no mundo, fator que deve contribuir para desenvolver o turismo na América Latina (Agência Brasil, 2020).Considerando que países de economias importantes, tais como Europa, Japão, Oriente Médio, Índia, estão incentivando empresas a relocalizar seus investimentos, alterando a geografia econômica das cadeias globais, surgem oportunidades para economias de países emergentes. Logo, há urgência na atração, promoção e retenção de investimento para exportação (Gasser, 2020). Até porque, o maior acordo comercial do mundo, a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), foi celebrado recentemente (novembro de 2020) em Hanói, entre dez membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático, além de China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia e prevê a eliminação das tarifas de importação pelos próximos 20 anos. Essas nações somam quase um terço da população mundial e 29% do PIB mundial (Smith, 2020). Assim, o caminho da regionalização das cadeias, a partir do fortalecimento de blocos econômicos entre países e avanço de acordos comerciais em cadeias regionais, aumenta as oportunidades de exportação para pequenos e médios empresários, que formam a grande massa de sustentação empresarial dos países menos desenvolvidos. Os desafios das organizações frente à crise Em um curtíssimo espaço de tempo as organizações precisaram criar métodos e ferramentas para se adequar ao novo contexto. Muitas empresas passaram a realizar seus atendimentos de maneira remota. Aderir ao home office foi a maneira de cumprir os protocolos de segurança e de proteção da saúde coletiva. Ocorre que muitas organizações enfrentaram dificuldades pelo fato de seus funcionários não serem familiarizados com tecnologias, ou porque muitas empresas não possuem viabilidade para promover o trabalho remoto. O lockdown adotado repentinamente em grande parte dos países deixou as organizações sem um plano de contingências para a continuidade do atendimento. A pandemia também criou um grande ruído devido às barreiras de comunicação, que por falta de adequação e clareza não conseguiram instruir adequadamente os funcionários (Joshi, Bhaskar, Gupta, 2020).Nunca as pessoas tiveram que exercitar a resiliência e gerar novas competências de modo tão acelerado, ao ter que atender demandas adicionais de tempo para educar e cuidar dos filhos, ao mesmo tempo em que passaram a exercer o trabalho de forma remota. Outros trabalhadores de setores considerados essenciais, tais como saúde e assistência social, segurança e alguns do atacado e do varejo foram instados a continuar trabalhando no período do isolamento social, estes passaram por outro tipo de desafio, como a sensação de insegurança diante da ameaça que se apresentava. As experiências das pessoas que adotaram o teletrabalho e as novas tecnologias que se tornaram de uso comum podem fornecer o ponto de inflexão para mudanças na forma como trabalhamos (Blundell, Costa Dias, Joyce, Xu, 2020). É certo que novos hábitos tomarão o lugar dos costumes antigos e as velhas práticas darão lugar a procedimentos modernos, conectados às ferramentas digitais e novas soluções tecnológicas.No setor privado em geral, as pessoas responderam mais rápido aos estímulos, todavia a pandemia exigiu de todas as instituições, incluindo as do setor público, respostas imediatas, relegando a segundo plano a ordem e o status quo vigentes até então (Pilkington Kumar, 2020). Essas transformações também foram responsáveis por externalidades positivas, como por exemplo, a adoção de plataformas digitais de gerenciamento informacionais em substituição ao uso de documentos financeiros físicos. Essas inovações geraram relações comerciais mais eficientes e seguras (Alabdullah, Ahmed, Nor, 2020). Da mesma forma, as empresas passaram a usar plataformas de treinamento para seus colaboradores, que obtiveram ganhos ao poder manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, trabalhar em horários flexíveis e economizar em deslocamentos. As empresas, por outro lado, ganham com a redução dos custos e aumento de produtividade dos funcionários (Joshi, Bhaskar, Gupta, 2020).Na pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) com 6.080 MPE brasileiras, verificou-se que várias delas efetivaram mudanças em seus processos de funcionamento, realizando entregas ou atendimento on-line (41,9%), adequando a estrutura para atendimento em tempo reduzido (41,2%), ou por home office (15,3%), com rodízio de funcionários (21,6%), ou no sistema drive thru (5,9%) (SEBRAE, 2020). Considerando o universo de 17,2 milhões de MPEs, 5,3 milhões delas mudaram seu modo de trabalho no período da pandemia, e essas mudanças podem se tornar permanentes a partir das novas necessidades emergentes. Apesar de 522,7 mil empresas terem encerrado suas atividades no Brasil (IBGE, 2020a), para 37,9% dos empresários pesquisados pelo IBGE (2020b), o impacto da pandemia foi avaliado como pequeno ou pouco significativo, e 28,6% perceberam efeitos positivos da pandemia em seus negócios.Quanto às respostas das empresas às pressões ambientais, a análise aponta que algumas empresas estavam mais bem preparadas para mitigar o impacto da crise. Essas empresas diversificaram as cadeias de abastecimento, reduziram os riscos relacionadas à oferta com a obtenção de insumos de várias fontes, construíram relacionamentos fortes com fornecedores, com vistas à redução de dependência de um só fornecedor, além de formar estoques como proteção contra a interrupção de fornecimento da cadeia. Na mesma linha, desenvolveram agilidade em suas redes de produção e distribuição para rapidamente reconfigurar e manter o fornecimento para a demanda global, e investiram no planejamento da cadeia de suprimentos e soluções de controle para prever e responder aos problemas da cadeia de abastecimento (Deloitte, 2020).Por outro lado, há empresas que dependem de um fornecedor único de produtos essenciais, que em alguns casos pode protegê-los do choque, mas em outros pode torná-los vulneráveis, especialmente se esses fornecedores estiverem localizados em área de infecção (OCDE, 2020). Essas empresas não têm a visão suficiente em toda a rede de fornecimento estendida para ver seus riscos, não têm os sistemas para entender o status de seu inventário, para projetar rupturas de estoque de materiais diretos e otimizar a produção, ou para projetar falta de estoque de produtos acabados para otimizar a alocação do cliente, e não têm redes de logística flexíveis para garantir o fluxo de mercadorias de forma lucrativa (Deloitte, 2020).Embora muitas empresas tenham dificuldades para melhorar seus processos, várias delas dependem de investimento e ambiente externo favorável ao empreendedorismo. Empresas situadas em países em desenvolvimento precisam do aporte de seus governos para corrigir falhas estruturais, regulatórias, tributárias, de fomento e incentivos econômico-financeiros, que permitam a atividade empresarial tanto em território nacional quanto internacional. Para que as MPEs possam exportar, o apoio para a digitalização e internacionalização é fundamental, uma vez que todas as economias desenvolvidas digitalizaram completamente suas operações. O fortalecimento do e-commerce e marketing digital pode ser o primeiro passo para a internacionalização dessas empresas (Gasser, 2020; Thorstensen, 2020).Mas o percurso para a conquista de mercados externos requer estratégias consistentes. A construção da imagem da empresa e do produto associados à qualidade e conformidade geram a credibilidade necessária para adentrar em mercados antes mais resistentes a novos entrantes. Com a mudança dos mercados globais, países grandes compradores estão mais abertos e receptivos. Todavia, uma série de requisitos são necessários, tais como: a) preços atrativos (para tanto é necessário haver redução de tarifas), b) ajustes às barreiras técnicas e sanitárias (adequação às normas), c) Políticas de sustentabilidade (selos verdes), d) convergência regulatória (unificação das acreditações para aceitação nos países compradores mais exigentes). Por fim, é preciso criar uma cultura exportadora, onde exista a cooperação entre empresas, governo e sociedade, de modo a promover e desenvolver o ecossistema de internacionalização e exportação.Com a mudança de dinâmica dos mercados globais, surge a oportunidade para novos países adentrarem nas cadeias produtivas e comerciais mundiais. Todavia é preciso observar as cadeias de valor priorizadas em cada mercado. Grandes compradores como a União Europeia valorizam certificações como a ISO, economia circular (verde) e a digitalização das operações. Países asiáticos adotaram a digitalização total e apesar de terem formado o maior bloco comercial do mundo, que abarcará 40% de todas as relações comerciais entre aqueles países e agregados, ainda resta oportunidades para empresas de países em desenvolvimento estabelecerem negociações com esses países (Thorstensen, 2020).Enfim, aos poucos vamos percebendo as reações do mercado e até certo otimismo com o futuro por parte das organizações que resistiram à crise (Nery, 2020). Embora os reflexos ainda sejam sentidos por muitas delas, as últimas pesquisas da OCDE (2020) mostram melhoria na confiança dos empreendedores do mundo todo. Nesse novo cenário, o que deve prevalecer é a busca pela informação e assimilação das mudanças econômicas, políticas, sociais, ambientais, técnicas e tecnológicas, combinadas com esforços para as respostas rápidas e adequações organizacionais emergentes. Conclusões O ano de 2020 se desenvolveu não apenas com uma praga na saúde, mas também com incertezas e preocupações que obscureceram as possibilidades de planejamento e execução de estratégias de longo prazo em muitas empresas, governos, organizações educacionais e centros de pesquisa. Assim, deixa-nos com a sensação de ter enfrentado uma situação difícil e inesperada, da qual, ainda hoje, o seu impacto futuro a nível económico, político e social não pode ser estimado com certeza. No entanto, tivemos que aprender, muitas vezes pela força, e a resiliência apareceu como uma habilidade inestimável para indivíduos e organizações.A falta de certeza com a qual imaginamos o ano de 2021 continuará a adaptação e as estratégias de resposta rápida em todas as áreas de nossas vidas. As empresas terão que continuar surfando nas crises econômicas das diferentes regiões do mundo, tentando descontinuar áreas e mercados não lucrativos para promover outros economicamente atrativos. Dependendo das políticas públicas a serem priorizadas, os governos as acompanharão ou confrontarão na tentativa de manter sua estabilidade política, econômica e social em níveis aceitáveis. Nos países ibero-americanos, onde a proximidade e a sociabilidade com outras pessoas é um aspecto importante da vida pessoal e social, o impacto do home office, o distanciamento social e a solidão serão percebidos a curto ou médio prazo.A Revista Ibero-americana de Estratégia (RIAE), com o número especial dedicado à crise pandêmica, chamada que será divulgada no próximo ano, espera contribuir ao proporcionar um melhor entendimento de como, em que condições e em que medida a crise influenciou e continuará a influenciar as organizações. Dessa forma, a equipe editorial espera poder acompanhar nossos leitores das áreas empresarial e acadêmica para contribuir com novas ideias e discussões frente aos desafios futuros que surgirão no campo estratégico. El año 2020 comenzó como cualquier otro. Todos teníamos ideas, proyectos y objetivos que cumplir que fueron afectados por la pandemia, desencadenada a raíz del COVID-19, y por las consiguientes crisis económicas, políticas y sociales producidas en todo el mundo.En el ámbito empresarial, la mayoría de las empresas han tenido que dejar de lado sus planes estratégicos de 2020 para adaptarse a la crisis con estrategias emergentes. Los gobiernos, siguiendo estrategias muy diferentes, buscaron dar respuestas a su población y sus propios problemas económicos. En el sector educativo también hubo que adaptar las estrategias de enseñanza y aprendizaje y las escuelas y universidades enfrentaron el desafío de implementar planes 100% virtuales. Actualmente, los investigadores en gestión estratégica enfrentan el desafío de desarrollar estudios objetivos ante las estrategias emergentes y de corto plazo que se desarrollaron en estas áreas.Una publicación reciente de Cadernos de Regionalismo ODR (2020), abordó cómo la pandemia fue tratada por comunidades internacionales de todo el mundo, como la Unión Europea y el Mercosur, entre otras, y cómo el regionalismo podría o no contribuir a enfrentar la pandemia. En este estudio, las regiones se dividieron en: casos cooperativos, casos semi-cooperativos y casos no cooperativos. Los resultados muestran que donde no hubo articulación, el número de muertes e infecciones por la pandemia fue mayor, como por ejemplo, en los países miembros del Mercosur, ya que no se formaron grupos especializados de forma articulada sanitariamente para enfrentar la pandemia como problema central.En el ámbito académico, debemos intentar contribuir analizando cuáles han sido los efectos y desafíos de la pandemia de Covid-19 en las organizaciones, así como las buenas prácticas para el futuro. Por ello, en este editorial pretendemos abordar los cambios que están atravesando las instituciones mundiales ante la crisis de los últimos meses, observando las interconexiones económicas internacionales. Sin pretender agotar el tema, este editorial analiza los efectos de la pandemia en el mundo y los desafíos de las organizaciones ante la crisis.Efectos de la pandemia en el mundoEstamos finalizando el 2020 con muchas suposiciones y expectativas, y poca certeza sobre la magnitud de lo que realmente fue la crisis generada por la pandemia de Covid-19 para las organizaciones y la economía mundial. Las consecuencias de la pandemia y el aislamiento social, nunca vivido por la población mundial de este siglo, trajeron cambios que traspasaron las fronteras nacionales. Se estima que la pandemia de Covid-19 afectó a la economía global en $ 90 trillones, siendo considerada la peor crisis de los últimos 100 años (Jackson, Weiss, Schwarzenberg Nelson, 2020). América Latina fue la región más afectada. Luego de unos años de reducido crecimiento económico, las naciones americanas se encontraron al borde de aplicar procedimientos radicales de aislamiento social, que impactaron la oferta de bienes y servicios, especialmente en el sector turístico. La presión de las instituciones nacionales varió en intensidad, desde muy rígida en Perú hasta leve en Uruguay, incluyendo diferencias entre estados o provincias, como en el caso de Brasil (Banco Mundial, 2020).Los efectos de la crisis se sintieron rápidamente en varios países, pues en el corto plazo, el sector consumidor es el que más contribuye al crecimiento económico. Las consecuencias de la interrupción total o parcial de las actividades productivas generaron impactos que se reflejarán en el largo plazo, siendo que para algunos países la crisis económica será más profunda y duradera que para otros. Según Abhijit Surya, analista de Economist Group (2020), se espera que Chile y Uruguay se recuperen más rápido que otros países latinoamericanos, lo que probablemente tardará hasta 2024 en reequilibrar su economía. Según el Banco Mundial, se pronostica que el Producto Interno Bruto (PIB) de América Latina caerá un 7,9%, mientras que la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) estima una reducción del 6% del PIB mundial y una caída del 7,6% en el caso de una segunda ola de pandemia a finales de 2020 (OCDE, 2020).En algunos países, los gobiernos han asegurado una proporción de los ingresos salariales para los empleados obligados a tomarse licencia o han ampliado sus sistemas de pensiones para ayudar a los trabajadores recién despedidos o propietarios de pequeños negocios (Cowling, Brown y Rocha, 2020). Según la Organización Internacional del Trabajo (OIT), el estímulo fiscal fue de US$ 982 mil millones, siendo US$ 45 mil millones en países de ingresos bajos y US$ 937 mil millones en países de ingresos medios bajos. Aunque de fundamental importancia, estas acciones no pueden compensar la falta de generación de ingresos para empresas y personas. Los gobiernos tienen una capacidad de asistencia y financiación limitadas, imposibilitando la completa cobertura y asistencia de la fuerza laboral y de emprendedorismo nacional. Innumerables pequeñas empresas se han visto afectadas y millones de personas han perdido su empleo (OIT, 2020).Además de la crisis sanitaria, se derivó una crisis política en algunos países, que trajo aún más inseguridad a las personas e inestabilidad en el sistema comercial y financiero, impactando negativamente en las bolsas de valores, paralizando los sistemas de producción, generando colapso del consumo y una grave crisis económica (OCDE, 2020). Como resultado del nuevo escenario, se impusieron muchos cambios a las organizaciones, los más impactantes fueron: interrupción de negocios, daños a instituciones antiguas y tradicionales, impactos en cadenas de suministro nacionales e internacionales, daños al capital tecnológico e innovador, comprometimiento de networks y flujos de conocimiento (Zahra, 2020).Este evento de gran impacto negativo sacó a la luz los problemas económicos, políticos, sociales y de gestión de organizaciones y naciones, poniendo a prueba la capacidad de solvencia de las instituciones. En la encuesta de Cowling, Brown y Rocha (2020) en Reino Unido, se encontró que el 8,6% de las empresas enfrentaron la crisis sin reservas financieras y solo el 39% ahorró recursos para una crisis en los últimos 5 años, lo que indica que el 61% puede quedarse sin efectivo. También se encontró que las microempresas, la categoría empresarial dominante en las economías desarrolladas o subdesarrolladas, eran las que tenían más probabilidades de estar representadas en la clasificación de riesgo inmediato y de mediano plazo. El riesgo inmediato está relacionado con la falta de liquidez, mientras que el riesgo medio significa que no hay evidencia de acumulación de reservas de efectivo. Estos problemas aún pueden agravarse por la falta de activos físicos y tangibles que se puedan utilizar como garantía para la toma de préstamos (Coco, 2000).El impacto del virus puede tener repercusiones potenciales en los mercados financieros, con una mayor reducción de la confianza y una reducción del crédito. Estos impactos afectan a grandes y pequeñas empresas, sin embargo, el efecto sobre las Micro y Pequeñas Empresas (MPEs) es más severo. Una investigación del Banco de la Reserva Federal de Nueva York de los Estados Unidos sugiere que el 50% de las pequeñas empresas operan con menos de 15 días de reserva de efectivo y que incluso las MPEs saludables tienen reservas de efectivo de menos de dos meses. En todos los países de la OCDE, las MPEs representan la gran mayoría de las empresas y puestos de trabajo, sin embargo, en las regiones y sectores que más han sentido los impactos de la crisis, la prevalencia de MPEs es aún mayor (OCDE, 2020).Considerando los eventos en curso resultantes de la crisis de salud, que desencadenó en disputas comerciales, la cadena de suministro global da señales de que puede sufrir cambios con respecto a la reubicación de China a otros países como India, Vietnam, Camboya, países africanos e internalización de las cadenas productivas para Europa, Estados Unidos, Japón y Medio Oriente. De confirmarse estas hipótesis, seguramente cambiarán los estándares de internacionalización de los emprendimientos, como la ubicación de los negocios, los socios comerciales, la red colaborativa, las cadenas de suministro y de valor y las formas de obtención de recursos. La decisión de invertir en su propio territorio o en países vecinos puede iniciar el proceso de desglobalización (Zahra, 2020).A pesar de la creciente tendencia de las empresas a regresar a sus países de origen, y la búsqueda de la regionalización, con la conquista de mercados más cercanos y estables, algunos países en desarrollo, como Brasil, por ejemplo, realizan grandes esfuerzos para ingresar a la OCDE (Brasil, 2020), además de liderar el acuerdo comercial entre Mercosur y la Unión Europea y el acuerdo de la Asociación Europea de Libre Comercio (AELC), que incluye a Suiza, Noruega, Islandia y Liechtenstein. Si se establecen las alianzas, con grandes posibilidades de concretarse con el apoyo de la presidencia del Consejo de la Unión Europea, los países del Mercosur tenderán a iniciar una política de internacionalización para capacitar a sus empresas, para la exportación directa o indirecta a otros países. Brasil también albergará una de las cuatro oficinas de la Organización Mundial del Turismo (OMT) en el mundo, factor que debe contribuir al desarrollo del turismo en América Latina (Agência Brasil, 2020).Considerando que países con economías importantes, como Europa, Japón, Medio Oriente e India, están incentivando a las empresas a relocalizar sus inversiones, cambiando la geografía económica de las cadenas globales, surgen oportunidades para economías en países emergentes. Por tanto, existe una necesidad urgente de atraer, promover y retener la inversión para la exportación (Gasser, 2020). No solo porque el acuerdo comercial más grande del mundo, la Asociación Económica Regional Integral (RCEP, por sus siglas en inglés), se celebró recientemente (noviembre de 2020) en Hanói, entre diez miembros de la Asociación de Naciones del Sudeste Asiático, además de China, Japón, Corea del Sur, Australia y Nueva Zelanda, y prevé la eliminación de aranceles de importación para los próximos 20 años. Estas naciones representan casi un tercio de la población mundial y el 29% del PIB mundial (Smith, 2020). Así, el camino de la regionalización de cadenas, desde el fortalecimiento de bloques económicos entre países y el avance de acuerdos comerciales en cadenas regionales, incrementa las oportunidades exportadoras para los pequeños y medianos empresarios, quienes conforman la gran masa de sustento empresarial en los países menos desarrollados.Desafíos de las organizaciones ante la crisisEn muy poco tiempo, las organizaciones necesitaban crear métodos y herramientas para adaptarse al nuevo contexto. Muchas empresas comenzaron a realizar sus actividades de forma remota. Implementar el home office fue la forma de cumplir con los protocolos de seguridad y protección de la salud pública. Resulta que muchas organizaciones enfrentaron dificultades porque sus empleados no estaban familiarizados con las tecnologías, o porque muchas empresas carecen de la viabilidad para promover el trabajo remoto. El lockdown adoptado repentinamente en la mayoría de los países dejó a las organizaciones sin un plan de contingencia para la continuidad del funcionamiento. La pandemia también generó mucho ruido debido a las barreras de comunicación, que por falta de adecuación y claridad no se pudo instruir adecuadamente a los empleados (Joshi, Bhaskar Gupta, 2020).Nunca las personas han tenido que ejercitar la resiliencia y generar nuevas competencias de manera tan acelerada, al tener que satisfacer demandas adicionales de tiempo para educar y cuidar a sus hijos, al mismo tiempo en que empezaron a realizar su trabajo de forma remota. Se instó a otros trabajadores de sectores considerados esenciales, como salud y asistencia social, seguridad y algunos del sector mayorista y minorista a seguir trabajando durante el período de aislamiento social, pasando por otro tipo de desafío, como el sentimiento de inseguridad ante la amenaza que se presentó. Las experiencias de las personas que han adoptado el teletrabajo y las nuevas tecnologías que se han transformado en uso común pueden proporcionar el punto de inflexión para cambios en la forma en que trabajamos (Blundell, Costa Dias, Joyce Xu, 2020). Es cierto que los nuevos hábitos sustituirán a las viejas costumbres y las antiguas prácticas darán paso a procedimientos modernos, conectados a herramientas digitales y nuevas soluciones tecnológicas.En el sector privado en general, las personas respondieron más rápidamente a los estímulos, sin embargo, la pandemia requirió respuestas inmediatas de todas las instituciones, incluyendo las del sector público, relegando a segundo plano el orden y el status quo que había prevalecido hasta entonces (Pilkington Kumar, 2020). Estas transformaciones también fueron responsables por externalidades positivas, como, por ejemplo, la adopción de plataformas digitales de gestión de información para reemplazar el uso de documentos financieros físicos. Estas innovaciones han generado relaciones comerciales más eficientes y seguras (Alabdullah, Ahmed Nor, 2020). De la misma forma, las empresas empezaron a utilizar plataformas de entrenamiento para sus empleados, quienes obtenían beneficios al poder mantener el equilibrio entre la vida personal y profesional, trabajar en horarios flexibles y ahorrar en desplazamientos. Las empresas, por otro lado, se beneficiaron con la reducción de costos y el aumento de la productividad de los empleados (Joshi, Bhaskar Gupta, 2020).En la encuesta realizada por el Servicio Brasileño de Apoyo a las Micro y Pequeñas Empresas (SEBRAE) con 6.080 MPEs brasileñas, se verificó que varias de ellas realizaron cambios en sus procesos operativos, realizando entregas o servicio on-line (41,9%), adaptando la estructura para asistencia en tiempo reducido (41,2%), o por home office (15,3%), con rotación de empleados (21,6%), o en el sistema drive thru (5,9%) (SEBRAE, 2020). Considerando el universo de 17,2 millones de MPEs, 5,3 millones de ellas cambiaron su forma de trabajar durante el período pandémico, y estos cambios pueden volverse permanentes a partir de las nuevas necesidades emergentes. Si bien 522,7 mil empresas han cerrado sus actividades en Brasil (IBGE, 2020a), para el 37,9% de los empresarios que participaron de la encuesta del IBGE (2020b), el impacto de la pandemia se evaluó como pequeño o no significativo, y el 28,6% identificó efectos positivos de la pandemia en sus negocios.En cuanto a las respuestas de las empresas a las presiones ambientales, el análisis señala que algunas empresas estaban mejor preparadas para mitigar el impacto de la crisis. Estas empresas diversificaron las cadenas de suministro, redujeron los riesgos relacionados con la oferta al obtener insumos de diversas fuentes, establecieron relaciones sólidas con los proveedores, con el objetivo de reducir la dependencia de un solo proveedor, además de acumular inventarios como protección contra la interrupción de suministros. En la misma línea, desarrollaron agilidad en sus redes de producción y distribución para rápidamente reconfigurar y mantener el suministro para la demanda global, e invirtieron en la planificación de la cadena de suministros y en soluciones de control para prever y responder a los problemas de la cadena de suministro (Deloitte, 2020).Por otro lado, hay empresas que dependen de un solo proveedor de productos esenciales, que en algunos casos puede protegerlos de un choque, pero en otros puede hacerlos vulnerables, especialmente si esos proveedores se encuentran en una zona de infección (OCDE, 2020). Estas empresas no tienen suficiente visión en toda la cadena de suministro para ver sus riesgos, no tienen los sistemas para comprender el estado de su inventario, para proyectar desabastecimientos de materiales directos y optimizar la producción, o para proyectar falta de inventario de productos acabados para optimizar la asignación de clientes, y no cuentan con redes logísticas flexibles para asegurar un flujo de mercancías de forma rentable (Deloitte, 2020).Aunque muchas empresas tienen dificultades para mejorar sus procesos, varias de ellas dependen de la inversión y de un entorno externo favorable al emprendimiento. Las empresas ubicadas en países en desarrollo necesitan el aporte de sus gobiernos para corregir fallas estructurales, regulatorias, tributarias, de promoción y de incentivos económico-financieros, que permitan la actividad empresarial tanto en territorio nacional como internacional. Para que las MPEs puedan exportar, el apoyo a la digitalización y a la internacionalización es fundamental, ya que todas las economías desarrolladas han digitalizado completamente sus operaciones. El fortalecimiento del e-commerce y del marketing digital puede ser el primer paso para la internacionalización de estas empresas (Gasser, 2020; Thorstensen, 2020).Pero el camino hacia la conquista de los mercados externos requiere estrategias consistentes. La construcción de la imagen de la empresa y el producto asociado a la calidad y conformidad generan la credibilidad necesaria para ingresar a mercados que antes eran más resistentes a los nuevos entrantes. Con el cambio de los mercados globales, los grandes países compradores están más abiertos y receptivos. Sin embargo, son necesarios una serie de requisitos, tales como: a) precios atractivos (para ello es necesario la reducción de tarifas), b) ajustes a las barreras técnicas y sanitarias (adecuación a las normas), c) políticas de sostenibilidad (sellos verdes), d) convergencia regulatoria (unificación de acreditaciones para aceptación en los países compradores más exigentes). Finalmente, es necesario crear una cultura exportadora, donde exista cooperación entre empresas, gobierno y sociedad, para promover y desarrollar el ecosistema de internacionalización y exportación.Con la dinámica cambiante de los mercados globales, surge la oportunidad para que nuevos países entren en las cadenas de producción y comercio globales. Sin embargo, es necesario observar las cadenas de valor priorizadas en cada mercado. Grandes compradores como la Unión Europea valorizan certificaciones como ISO, economía circular (verde) y la digitalización de operaciones. Los países asiáticos han adoptado la digitalización total y, a pesar de haber formado el bloque comercial más grande del mundo, que cubrirá el 40% de todas las relaciones comerciales entre esos países y agregados, todavía hay oportunidades para que las empresas de los países en desarrollo negocien con estos países (Thorstensen, 2020).De todos modos, poco a poco vamos percibiendo las reacciones del mercado e incluso cierto optimismo sobre el futuro por parte de las organizaciones que han resistido a la crisis (Nery, 2020). Aunque muchos de ellos todavía sienten los reflejos, las últimas encuestas de la OCDE (2020) muestran una mejora en la confianza de los emprendedores de todo el mundo. En este nuevo escenario, lo que debe prevalecer es la búsqueda de información y asimilación de los cambios económicos, políticos, sociales, ambientales, técnicos y tecnológicos, combinados con esfuerzos por respuestas rápidas y adaptaciones organizacionales emergentes.ConclusionesEl año 2020 se desarrolló no solo con una plaga en el ámbito de la salud, sino también con incertidumbres y preocupaciones que oscurecieron las posibilidades de planificar y ejecutar estrategias a largo plazo en muchas empresas, gobiernos, organizaciones educativas y centros de investigación. Así, nos deja con la sensación de haber enfrentado una situación difícil e inesperada, de la que, aún hoy, no se puede estimar con certeza su impacto económico, político y social futuro. Sin embargo, tuvimos que aprender, muchas veces por la fuerza, y la resiliencia apareció como una habilidad inestimable para los individuos y las organizaciones.La falta de certeza con la que visualizamos el año de 2021 seguirá la adaptación y las estrategias de respuesta rápida en todas las áreas de nuestras vidas. Las empresas tendrán que seguir navegando en las crisis económicas de las diferentes regiones del mundo, intentando descontinuar áreas y mercados no rentables para promover otros económicamente atractivos. Dependiendo de las políticas públicas a priorizar, los gobiernos las acompañarán o las enfrentarán en un intento por mantener su estabilidad política, económica y social en niveles aceptables. En los países iberoamericanos, donde la cercanía y la sociabilidad con otras personas es un aspecto importante de la vida personal y social, el impacto del home office, el distanciamiento social y la soledad se notará a corto o medio plazo.La Revista Iberoamericana de Estrategia (RIAE), con el número especial dedicado a la crisis pandémica, que se divulgará en el próximo año, espera contribuir al proporcionar una mejor comprensión de cómo, en qué condiciones y en qué medida la crisis influyó y seguirá influyendo a las organizaciones. De esta forma, el equipo editorial espera poder acompañar a nuestros lectores de las áreas empresariales y académica para aportar nuevas ideas y discusiones frente a los retos futuros que se presentarán en el ámbito estratégico. |
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