Reabilitação vestibular e do zumbido em pacientes atendidos em um hospital universitário
Autor: | Najlla Lopes de Oliveira Burle |
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Přispěvatelé: | Patricia Cotta Mancini, Luciana Macedo de Resende, Natalia Cirino Talim, Thamara Suzi dos Santos |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2017 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
Popis: | INTRODUÇÃO: A orelha interna é formada pelo labirinto que contém a cóclea, órgão responsável pela audição e o aparelho vestibular, um dos responsáveis pelo equilíbrio. Alterações no labirinto podem gerar tontura e zumbido, sintomas que ocupam a segunda e a terceira posição, respectivamente, dentre os sintomas mais prevalentes na população adulta. Juntamente com a visão e a propriocepção, o aparelho vestibular envia informações para o tronco encefálico onde ocorre a integração dos reflexos responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal. Por acometer o tronco encefálico e o cerebelo, pacientes com Esclerose Múltipla (EM) frequentemente relatam sintomas de desequilíbrio, tontura ou vertigem, aumentando o risco de queda. Uma das formas de tratamento das tonturas crônicas é a Reabilitação Vestibular (RV). O zumbido, que também é um sintoma de alta prevalência na população, é definido como a percepção de um som na ausência de um estímulo externo. Estudos com pacientes que apresentam perda auditiva e estudos em pacientes que possuem audição normal verificaram que o zumbido pode interferir no processamento auditivo e na percepção de fala em ambiente ruidoso. Este sintoma é de difícil caracterização e tratamento e, portanto, diversas possibilidades terapêuticas têm sido descritas na literatura a fim de promover alívio deste sintoma, dentre elas a Terapia de Habituação do Zumbido. A eficácia desta forma de tratamento já é bem descrita na literatura. No entanto, embora comprovados os benefícios da terapia de habituação do zumbido e as evidências da possível influência deste sintoma nas habilidades do processamento auditivo, não foram encontrados estudos que investigassem se a melhora do zumbido por meio da terapia de habituação influencia nas habilidades do processamento auditivo. OBJETIVOS: Verificar o efeito da reabilitação vestibular como método para habituação da tontura em indivíduos com esclerose múltipla remitenterecorrente, bem como a influência da terapia de habituação do zumbido nas habilidades auditivas em relação à auto percepção do zumbido. MÉTODOS: Foram analisados os prontuários de 24 pacientes com EM remitente-recorrente e sintomas de tontura. A versão brasileira do Dizziness Handicap Inventory (DHI) foi utilizada para comparar os efeitos da RV pré e pós-tratamento. Para análise da influência da terapia de habituação do zumbido nas habilidades do processamento auditivo e na auto percepção do zumbido em relação à intensidade, incômodo e impacto na qualidade de vida foi realizado um estudo quase experimental com 19 participantes. Foram realizadas a audiometria tonal, vocal, de altas frequências, imitanciometria, acufenometria, limiar de desconforto e avaliação do processamento auditivo por meio dos testes Staggered Spondaic Words (SSW), Pitch Pattern Sequence (PPS), Gap In Noise (GIN), Fala com Ruído (FR) e Masking Level Difference (MLD), além da aplicação do questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) e Escala Visual Analógica (EVA). Os dados coletados foram inseridos em planilha do programa Excel versão 2011 e analisados estatisticamente considerando nível de significância de 5% nas análises. RESULTADOS: Todos os indivíduos com Esclerose Múltipla Remitente Recorrente apresentaram melhora do impacto da tontura na qualidade de vida na comparação entre as pontuações obtidas no DHI Brasileiro antes e após a realização da RV, em todas as sub-escalas (p-valores: FI=0,001, FU= 0,0008, EM= 0,0450 e Total= 0,0002). Em relação ao zumbido, foi verificada diferença estatisticamente significante da auto percepção desse sintoma em relação à intensidade, incômodo e impacto na qualidade de vida (p- valor= 0,001, 0,001 e 0,023, respectivamente). Entretanto, não foi verificada diferença estatística entre os resultados obtidos nos testes de processamento auditivo pré e póstratamento. CONCLUSÃO: Conclui-se que a reabilitação vestibular é uma opção de tratamento que promove a melhora do impacto da tontura na qualidade de vida de pacientes com esclerose múltipla remitente-recorrente. A terapia de habituação do zumbido promove a redução da auto percepção do indivíduo em relação à intensidade, incômodo e impacto desse sintoma em sua qualidade de vida. No entanto, não foi observada influência desses fatores na melhora das habilidades do processamento auditivo. INTRODUCTION: The inner ear is formed by labyrinth that contains the cochlea, organ responsible for the hearing and vestibular apparatus, one of the responsible for balance. Labyrinth changes can manifest with dizziness and tinnitus, symptoms that occupy the second and third position, respectively, among the most prevalent symptoms in the adult population. Along with the view and proprioception, the vestibular apparatus sends informations to the brain stem, where the reflexes integration responsible for balance maintenance occurs. Due to the involvement of the brain stem and cerebellum, patients with Multiple Sclerosis (MS) frequently report imbalance, dizziness or vertigo symptoms, increasing the risk of falls. One way to treat chronic dizziness is Vestibular Rehabilitation (VR). Tinnitus, which is a symptom with high prevalence, is defined as a sound perception in absence of an external stimulus. Studies with hearing loss patients and studies in patients with normal hearing verify that tinnitus can interfere in auditory processing and speech perception in noisy environment. This symptom is difficult to characterize and treat and therefore, many therapeutic possibilities have been described in the literature in order to promote tinnitus relief, among them, Tinnitus Habituation Therapy. The efficacy of this form of treatment is already well described in the literature. However, although proven the benefits of Tinnitus Habituation Therapy and the evidence of possible influence of this symptom on auditory processing abilities, no studies were found to investigate whether tinnitus improvement through habituation therapy influences on auditory processing abilities. OBJECTIVE: To verify the effects of vestibular rehabilitation as a method for dizziness habituation in patients with relapsing-remitting MS, as well as the influence of tinnitus habituation therapy on auditory abilities, regarding the selfperception of tinnitus intensity, discomfort and impact on quality of life. METHOD: Medical records from 24 patients with remitting-relapsing MS and dizziness symptoms were analyzed. The Brazilian version of the Dizziness Handicap Inventory (DHI) was used to compare the effects of VR pre and post treatment. To analyze the influence of tinnitus habituation therapy on auditory processing abilities and self-perception of tinnitus regarding to intensity, discomfort and impact on quality of life, a quasi-experimental study was accomplished with 19 participants. It was performed pure tone, vocal and high frequency audiometry, immitanciometry, acuphenometry, thresholds of discomfort and auditory processing evaluation using the Staggered Spondaic Words (SSW), Pitch Pattern Sequence (PPS), Gap In Noise (GIN), Speech in Noise (SN) e Masking Level Difference (MLD), besides application of Tinnitus Handicap Inventory (THI) and Visual Analogue Scale (VAS). The collected data were inserted into a spreadsheet of the Excel version 2011 software and analyzed statistically considering a level of significance of 5% in the analyzes. RESULTS: The sample was composed of 24 patients with remitting-relapsing MS. All subjects showed improvement in the impact of dizziness on quality of life when compared the scores obtained on Brazilian DHI before and after VR, in all subscales (p-values= FI=0,001, FU= 0,0008, EM= 0,0450 e Total= 0,0002). In relation to tinnitus, there was a statistically significant difference in self-perception of this symptom in relation to intensity, discomfort and impact on quality of life (p-value = 0.001, 0.001 and 0.023, respectively). However, no statistical difference was verified between the results obtained in the auditory processing tests before and after treatment. CONCLUSION: We conclude that vestibular rehabilitation is an effective treatment option to improve the impact of dizziness on quality of life of patients with relapsing-remitting MS. Tinnitus habituation therapy improves the impact of tinnitus on quality of life of patients with this symptom. However, there was no influence of this form of treatment on the auditory processing abilities. |
Databáze: | OpenAIRE |
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