Estudo das campanhas para a prevenção da Aids, veiculadas pelo Ministério da Saúde:o discurso do governo e a interpretação do público alvo/Adriana Machado Simões ; orientador: Paulo Henrique Aguiar Mendes

Autor: Simões, Adriana Machado
Přispěvatelé: Mendes, Paulo Henrique Aguiar Orientador, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.Programa de Pós-Graduação em Letras Instituição
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2011
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_MINAS
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS)
instacron:PUC_MINS
Popis: Tese (doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Letras Bibliografia: f. 163-173 Esta tese tem como tema a análise das campanhas para a prevenção da AIDS veiculadas pelo Ministério da Saúde. Reconhece a importância de uma comunicação apropriada na prevenção de doenças transmissíveis e destaca que a incompreensão de uma mensagem veiculada nessas campanhas pode não apenas levar à não prevenção, mas reforçar o preconceito inerente à doença. Teve como objetivo geral analisar as campanhas a partir do discurso do governo e da interpretação das mesmas por parte do público-alvo. Destaca como objetivos específicos analisar a representação social da AIDS, construída pela sociedade; apontar o que facilita/dificulta a compreensão dos objetivos de cada campanha, na visão de seu público-alvo, e contribuir na definição de novas campanhas. Esses objetivos partiram da hipótese de que as campanhas do governo não são interpretadas por parte da população em sua intencionalidade, o que leva a uma preocupação quando se pensa na prevenção da AIDS. Reflete sobre a epidemia da informação que acompanha a AIDS desde seu surgimento, epidemia esta que envolve o desconhecimento científico sobre a doença e as questões ideológicas que atravessam o saber produzido por uma sociedade. Ao analisar a representação social da AIDS destaca três aspectos: a participação da imprensa na divulgação das informações sobre a doença; as metáforas da AIDS, que representam a forma como falamos da doença; o estereótipo como estratégia discursiva, que também contribui na construção da imagem da doença. Identifica equações linguísticas de formação de sentidos que auxiliam na compreensão dos diferentes sentidos percebidos nas campanhas. Analisa o significado das informações sobre a doença veiculadas nas campanhas por meio de entrevistas com representantes dos grupos focos para os quais as mesmas se destinam. Analisa seis campanhas, a partir da intencionalidade do governo ao veiculá-las e das impressões dos entrevistados em relação às mesmas. A conclusão destaca quatro questões: o reconhecimento do governo como locutor, a duplicidade de slogans nas campanhas, o pertencer/não pertencer ao público-alvo e a ambiguidade dos termos utilizados. A conclusão aponta ainda para a alusão nos textos e fotos das campanhas de vestígios de outros textos preexistentes. A interdiscursividade, percebida como estratégia de aproximação do público-alvo, acaba por gerar uma relação polêmica, quando produtor e receptor das campanhas utilizam-se de diferentes formações discursivas. Registra grande incidência de respostas que apontam para a necessidade de campanhas mais diretas. O jogo de palavras, estratégia utilizada pelo discurso publicitário, no caso de campanhas que envolvam elementos tão polêmicos como a própria doença, os comportamentos sexuais e grupos estigmatizados acaba por atrair a discussão que deveria focar-se nas questões referentes à prevenção. Abstract: This thesis has as its theme an analysis of the AIDS prevention campaigns disseminated by the Ministry of Health. It recognizes the importance of suitable communications for transmissible disease prevention. It highlights that the misunderstanding of the message disseminated by these campaigns can lead not only to non-prevention, but also reinforces the prejudices inherent to the disease. It has as its general objective the analysis of campaigns from the government's viewpoint and how their target audience interprets them. It highlights as its specific goals an analysis of AIDS's social representation as constructed by society; point out what makes the comprehension of each campaign's objectives easier or more difficult from their target audience's viewpoint; and contribute towards of new campaigns. These objectives are based on the hypothesis that the government's campaigns are not interpreted by part of the population as the government intends. This leads to worries regarding AIDS prevention. It reflects on the information epidemic on AIDS since it appeared. This epidemic involves scientific ignorance on the disease and ideological issues prevalent in the knowledge produced by society. When it analyzes the social representation of AIDS, it highlights three aspects: the participation of the press in disseminating information on the disease; metaphors for AIDS, which represent the way we talk of the disease; stereotyping as strategic discourse, which also contributes to build the disease's image. It identifies linguistic equations that form meanings, which help comprehension of the different meanings noticed in the campaigns. It strives to decode the meaning of information on the disease disseminated by campaigns through interviews of samples of the target groups for which the campaigns were made. It analyzes six campaigns and highlights the government's intentions for them. The interviewees' answers, representatives of the target audience, are analyzed by putting their impressions against the objectives set by the government. In other words, the relationship of intention between these two actors: speaker and spoken-to. The conclusion highlights four issues: acknowledgement of the government as a speaker, double entendre of the campaigns' slogans, belonging or not to the target audience and ambiguity of terms. The conclusion also points out the existence of remains of pre-existing texts in campaigns' texts and photos. The interdiscursivity, perceived as a strategy for reaching the target audience, ends up creating a controversial relationship as the campaign producers and receivers use different discursive formulations. It registers the great incidence of answers that point to the need for more direct campaigns. This game of words used in the advertising, in the case of campaigns that involve such controversial elements (such as the disease itself, sexual behaviors and stigmatized groups), ends up drawing attention to it and not to issues relevant to prevention.
Databáze: OpenAIRE