Utopian embrace between Logos and Sofia in Paulina Chiziane's novels
Autor: | Mendes, Marli Maria |
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Přispěvatelé: | Fonseca, Maria Nazareth SoaresOrientador, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.Programa de Pós-Graduação em Letras Instituição |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 1999 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_MINAS Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS) instacron:PUC_MINS |
Popis: | Tese (doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Letras. Bibliografia: f.187-197 Resumo: O trabalho propõe discutir a possibilidade de conciliação entre os lugares do masculino e do feminino, considerados no ocidente como antagônicos, a partir de dois eixos que constantemente se cruzam no trabalho: um procura acompanhar historicamente a configuração desses lugares ao longo de vários períodos: grego, medieval, moderno e contemporâneo, retomados numa narrativa reflexiva que tem Logos e Sofia como protagonistas dos embates entre o masculino e o feminino; o outro constrói-se a partir de narrativas literárias da escritora moçambicana Paulina Chiziane, destacando, particularmente, Niketche: uma história de poligamia (2004). A discussão do percurso de Logos e Sofia ao longo dos vários períodos históricos tem como sustentação teórica autores como Sennett (1997, 1999), Delumeau (1989), Bourdieu (2005), Foucault (1984, 1985, 1987, 1988), Bauman (1999, 2001, 2004, 2005), entre outros. E para melhor compreender as narrativas de Paulina Chiziane, bem como o contexto sociocultural em que foram produzidas, valeu-se de teóricos das culturas e literaturas africanas de língua portuguesa, tais como Cipire (1992), Appiah (1997), Leite (1998, 2006), Mata (2000, 2001, 2003, 2006), Padilha (1999, 2004, 2006), Valentim (2006), Semedo (2006), Duarte (2006) e outros. A pesquisa procura descrever e compreender os embates entre Logos e Sofia a partir dos lugares do masculino e do feminino, literariamente encenados nas obras de Chiziane, nas quais os costumes da tradição ancestral confrontam-se com valores da cultura ocidental levados ao continente africano. Na discussão proposta, destaca-se particularmente o papel de Rami, protagonista-narradora do romance Niketche: uma história de poligamia (2004), que subverte ardilosamente o ritmo marcado pelo jogo masculino confrontando tradições do sistema patriarcal. Como se demonstra na reflexão proposta, o confronto conduz à derrocada do marido polígamo, à avaliação do sistema da poligamia e, como acentua Chiziane, redimensiona-se singularmente a possibilidade de manifestação da subjetividade feminina, mesmo considerando que a ambiência seja notadamente regida por forças masculinas. O estudo salienta que o ritmo da dança do Niketche é orquestrado para se destacar as estratégias de desmanche utilizadas por Rami, quando, em conluio com as outras mulheres de Tony, compõe uma partitura em que cada nota parece encenar o cotidiano marcado por uma trilha sonora que destaca o feminino. Como metonímia da subversão imposta a lugares tradicionalmente marcados, a dança do Niketche desafia, ironicamente, o poder instituído e prenuncia um ritmo instituinte sob a voz e os sons femininos marcado pela intenção democrática de conjugação equilibrada de Logos e Sofia. Nos passos da dança contesta-se o poder unilateral e etnocêntrico e anuncia-se a inadiável crítica do tradicional binarismo entre masculino e feminino. Nessa medida, os conceitos de identidade e alteridade são discutidos na perspectiva de gênero em que o humano se desenha antropologicamente e não gino ou falocentricamente, como o fez a tradição ocidental. Seguindo os passos da dança, sua ginga e reboleio e a musicalidade poética da produção literária de Paulina Chiziane, a reflexão proposta, com bases filosóficas e de gênero, almeja que o masculino e o feminino possam se encontrar amorosamente num abraço utópico entre Logos e Sofia. Abstract: This work aims to discuss the possibility of conciliation between the places of the masculine and the feminine, considered as antagonistic in western world, from two axles that are constantly crossed in the work: one historically struggles to follow the configuration of these places throughout some periods: Greek, medieval, modern and contemporary, retaken in a reflexive narrative that has Logos and Sofia as protagonists of the battle between the masculine and the feminine; the other is constructed from literary narratives of the Mozanbican writer, Paulina Chiziane, highlitening, particularly, Niketche: a polygamy history (2004). The discussion of Logos and Sofia path throughout some historical periods has as theoretical support authors as Sennett (1997, 1999), Delumeau (1989), Bourdieu (2005), Foucault (1984, 1985, 1987, 1988), Bauman (1999, 2001, 2004, 2005), amongst others. And to better understand the narratives of Paulina Chiziane as well as the social-cultural context where they had been produced, it was taken into account theoreticians of African cultures and African literatures of Portuguese language such as Cipire (1992), Appiah (1997), Leite (1998, 2006), Mata (2000, 2001, 2003, 2006), Padilha (1999, 2004, 2006), Valentim (2006), Semedo (2006), Duarte (2006) and others. The research seeks to describe and to understand the quarrel between Logos and Sofia from the places of the masculine and the feminine, literarily staged in the work of Chiziane, in which the customs of the ancestral tradition collate with values of the occidental culture taken to the African continent. In the discussion here proposed, it is particularly detached the role of Rami, the protagonist-narrator of the romance Niketche: a polygamy history (2004) that captiously subverts the rhythm marked for the masculine game by collating traditions of the patriarcal system. As one demonstrates in the reflection proposed, the confrontation leads to the destruction of the polygamous husband, to the evaluation of the system of the polygamy and, as Paulina Chiziane accents, singularly reconsiders the possibility of manifestation of the feminine subjectivity, even considering that the environment notably is led by masculine forces. The study points that the rhythm of the Niketche dance is arranged so that one distinguishes the strategies of undoing used by Rami, when, in collusion with the other women of Tony, composes a sheet music in which each note seems to stage the day-to-day marked by a sound track that highlights the feminine. As a metonymy of the imposed subversion to traditionally marked places, the dance of the Niketche defies, ironically, the established power and prognosticates an establishing rhythm under the feminine voice and sounds marked by the democratic intention of the balanced joint of Logos and Sofia. In the steps of the dance, the unilateral and ethnocentric power is contested and it is announced the unpostponable critic of the traditional binarism between feminine and masculine. On that extent, the concepts of identity and alterity are discussed in the gender perspective in which the human being designs himself anthropologically and not gino or falocentrically as it has been done in the occidental tradition. Following the steps of the dance, its swinging hips movement and the poetical musicality of the literary production of Paulina Chiziane, the reflection proposed, with philosophical and gender bases, longs for that the masculine and the feminine could meet lovingly in one utopian hug between Logos and Sofia. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |