RBHE em tempos de celebração, perplexidades e retrocessos

Autor: Vieira, Carlos Eduardo, Galak, Eduardo Lautaro, Gondra, José Gonçalves, Medeiros Neta, Olívia Morais de, Campos, Raquel Discini de
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Revista Brasileira de História da Educação; Vol 22 No 1 (2022): Publicação contínua; e241
Revista Brasileira de História da Educação; Vol. 22 Núm. 1 (2022): Publicação contínua; e241
Revista Brasileira de História da Educação; v. 22 n. 1 (2022): Publicação contínua; e241
Revista Brasileira de História da Educação
Revista Brasileira de História da Educação (RBHE)
instacron:RBHE
ISSN: 2238-0094
1519-5902
Popis: The year in which the Bicentennial of Brazil's Independence is celebrated can be taken as an important indicator for thinking about numerous initiatives aimed at building the nation. One of them refers precisely to the world of printed matter, which also helps to distance us from historiography and to problematize it, therefore reducing the complex process of Brazil's emancipation to a scene, a man, a date, and an imperative statement. As it is known, based on the change and need of the Portuguese Court to communicate with its subjects, which were diverse and unequally distributed in the vast territory of Brazil, D. João VI authorized the creation of the Impressão Régia. The first Brazilian typography published some books and official orders until, on September 10, 1808, it started with the Gazeta do Rio de Janeiro, considered the first serial printed publication in Brazil. Afterwards, other typographies were installed in other regions and, gradually, Brazil was entering what Anderson (2008) called "typographic capitalism". From then on, it is possible to effectively observe the publication proliferation of pamphlets, newspapers, magazines, reports, yearbooks, and books. This print production varied so much in terms of content, editorial design, formats, and recipients. It is also possible to observe that the ones responsible for it, that is, the editors, also had (and still have) the most diverse affiliations. This reinforces the perception of the strategic nature of the printed word and the disputes in the field of social communication, the development of the public opinion (specialized or not), through the action of selecting, prioritizing, and disseminating some social events, in well-determined ways, to the extent of being considered the “fourth estate”, thus confirming the maxim of the inexistence of power without press and the inexistence of press without power. O ano em que se comemora o Bicentenário da Independência do Brasil pode ser tomado como um marcador importante para se pensar inúmeras iniciativas voltadas para a construção da nação. Uma delas se refere precisamente ao mundo dos impressos, o que também ajuda a nos afastar e problematizar a historiografia que reduz o complexo processo da emancipação do Brasil a uma cena, um homem, uma data e um enunciado imperativo. Como se sabe, a partir da transferência e necessidade da Corte portuguesa de se comunicar com os súditos, diversos e distribuídos desigualmente no vasto território do Brasil, D. João VI autorizou a criação da Impressão Régia. A primeira tipografia brasileira publicou alguns livros e decretos até que, em 10 de setembro de 1808, lançou a Gazeta do Rio de Janeiro, considerada a primeira publicação impressa seriada realizada no Brasil. Depois, outras tipografias foram instaladas em outras regiões e, paulatinamente, o Brasil foi ingressando naquilo que Anderson (2008) designou de "capitalismo tipográfico". A partir de então, é possível observar, efetivamente, a proliferação da publicação de panfletos, jornais, revistas, relatórios, anuários e livros. Essa produção impressa variava tanto em termos de conteúdo, projeto editorial, formatos e destinatários. É igualmente possível observar que os responsáveis, isto é, os editores também apresentavam (e apresentam) pertencimentos os mais diversos; o que reforça a percepção do caráter estratégico da palavra impressa e das disputas no campo da comunicação social, da construção da opinião pública, mais ou menos especializada/especializante, pela ação de selecionar, priorizar e disseminar alguns acontecimentos sociais, de modos bem determinados, a ponto de ser considerada o “quarto poder”, confirmando a máxima da inexistência de poder sem imprensa e de imprensa sem poder.
Databáze: OpenAIRE