O Enunciado 'educação para a vida e para o trabalho' inscrito nas reformas do ensino médio como tecnologia da governamentalidade neoliberal (1996-2017)

Autor: Hilário, Wesley Fernando de Andrade
Přispěvatelé: Ziliani, Rosemeire de Lourdes Monteiro, Osório, Antônio Carlos do Nascimento, Perboni, Fábio
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFGD
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
instacron:UFGD
Popis: Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2019-09-04T20:56:05Z No. of bitstreams: 1 WesleyFernandodeAndradeHilario.pdf: 1357346 bytes, checksum: a484e151782800fff635e748e06b1aae (MD5) Made available in DSpace on 2019-09-04T20:56:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 WesleyFernandodeAndradeHilario.pdf: 1357346 bytes, checksum: a484e151782800fff635e748e06b1aae (MD5) Previous issue date: 2019-05-27 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) A Dissertação tratou da constituição de subjetividades jovens. Objetivou analisar o enunciado “Educação para a vida e para o trabalho”, inscrito nas duas reformas do Ensino Médio, instauradas nos anos de 1996 e 2017. Utilizando as teorizações de Michel Foucault, e de autores da perspectiva pós-crítica em educação, evidenciou que esse nível da escolarização, cuja finalidade está pautada no referido enunciado, funciona como parte da maquinaria de governo neoliberal e tem atuado na regulação de subjetividades alinhadas a essa racionalidade que caracteriza a sociedade brasileira contemporânea desde os anos 1990. Nesse sentido, o enunciado “Educação para a vida e para o trabalho” foi tratado como elemento do dispositivo da escolarização média e sua análise possibilitou uma aproximação quanto ao sujeito objetivado para a sociedade bem como os programas de ensino instaurados em ambas reformas. Documentos como leis e pareceres foram privilegiados como fontes e analisados a partir da análise do discurso foucaultiana, metodologia que implicou a descrição do que efetivamente foi dito e veio à tona nos discursos sobre o Ensino Médio. Os resultados da análise sinalizam a existência de uma rede discursiva em torno da escolarização juvenil, na qual são produzidas subjetividades jovens úteis à manutenção da maneira capitalista neoliberal de governo da população em curso. Apontam para o Homo Economicus como sujeito objetivado por ambos programas de ensino da educação média no País, aspecto que permite afirmar o modo mercadológico pelo qual a população jovem tem sido compreendida e regulada nas últimas décadas. Mais ainda, evidenciam que vida e trabalho são, segundo as discursividades mapeadas, concebidos como elementos da mesma ordem. Assim, pode-se afirmar que educar para a vida é também educar para o trabalho porque o trabalho tornou-se a própria vida dos sujeitos, daí o motivo pelo qual determinadas “competências e habilidades” são demandadas como condições de exercício da cidadania e referendadas como instrumento do trabalho privilegiado na contemporaneidade, que é imaterial e abstrato. Essa formação é justificada pela importância da constituição de sujeitos que atuem para o desenvolvimento da nação, se autorregulem e atendam as demandas do mercado de trabalho em constante transformação, que é notoriamente instável e precário. A educação destinada aos jovens pressupõe que eles têm sido tomados como força produtiva para o modelo de sociedade capitalista que se apresenta e que a escola tem sido considerada lugar privilegiado para formar sujeitos capazes de fazer da própria vida sua força de trabalho, apesar das críticas que simultaneamente lhe são atribuídas. Verifica-se que a última reforma do Ensino Médio concorre para o ajuste ou regulação dos sujeitos ao modelo de sociedade em construção pelo neoliberalismo, aspecto que permite afirmar esse nível da escolarização como uma estratégia biopolítica de governo que visa senão conduzir as condutas de cada um e de todos pelos moldes de uma razão capitalista de vida. The thesis dealt with the constitution of young subjectivities. It aimed to analyze the statement "Education for life and for work", enrolled in the two reforms of High School, established in the years 1996 and 2017. Using the theories of Michel Foucault and authors of the post-critical perspective in education, he pointed out that this level of schooling, whose purpose is based on the aforementioned statement, functions as part of the machinery of neoliberal government and has acted in the regulation of subjectivities aligned to this rationality that characterizes the contemporary Brazilian society since the 1990’s. In this sense, the statement "Education for life and work" was treated as an element of the middle school system and its analysis made it possible to approximate the subject objectified to society as well as the educational programs established in both reforms. Documents such as laws and opinions were privileged as sources and analyzed from the analysis of the Foucaultian discourse, methodology that implied the description of what was actually said and came to the fore in the discourses about High School. The results of the analysis indicate the existence of a discursive network around youth schooling, in which young subjectivities are produced useful for the maintenance of the neoliberal capitalist way of government of the population in progress. They point to the Homo Economicus as a subject objectified by both programs of education of the average education in Brazil, aspect that allows to affirm the market way by which the young population has been understood and regulated in the last decades. Moreover, they show that life and work are, according to the mapped discourses, conceived as elements of the same order. Thus, it can be said that to educate for life is also to educate for work because work has become the very life of the subjects, hence the reason why certain "skills and abilities" are demanded as conditions of exercise of citizenship and referendadas as an instrument of privileged work in contemporaneity, which is immaterial and abstract. This formation is justified by the importance of the constitution of subjects that act for the development of the nation, if they self regulate and meet the demands of the constantly changing labor market, which is notoriously unstable and precarious. Education for young people presupposes that they have been taken as a productive force for the model of capitalist society that presents itself and that the school has been considered a privileged place to form subjects capable of making life itself its work force, despite the criticisms that are assigned to it. It is verified that the last reform of the Secondary School contributes to the adjustment or regulation of the subjects to the model of society under construction by neoliberalism, aspect that allows to affirm this level of schooling as a biopolitical strategy of government that aims to conduct the conduct of each one and all by the mold of a capitalist reason of life.
Databáze: OpenAIRE