Razão e sentimento no livro I do Tratado de David Hume: uma leitura cética acadêmica
Autor: | Wendel de Holanda Pereira Campelo |
---|---|
Přispěvatelé: | Livia Mara Guimaraes, Jose Raimundo Maia Neto, Tulio Roberto Xavier de Aguiar, Marcos Fonseca Ribeiro Balieiro, Agostinho de Freitas Meirelles |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2018 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
Popis: | O objetivo geral de nosso trabalho é apontar a relação entre ceticismo e o conceito de sentimento no Livro I do Tratado de Hume. Para esse propósito, iremos, em primeiro lugar, apresentar em que sentido a posição filosófica humiana pode ser entendida como cética e, em segundo lugar, definir qual o tipo de ceticismo melhor se aproxima dessa posição. Desse modo, sustentamos que Hume adere, no fim das contas, a um ceticismo acadêmico, com base em (A) seu compromisso com as virtudes intelectuais e com (B) uma epistemologia positiva. Acrescenta-se ainda um aspecto inovador do academicismo de Hume que, ao invés de determinar a legitimidade de suas invenções e descobertas unicamente com base em suas faculdades cognitivas, submete ainda os princípios de sua filosofia à avaliação pública. No entanto, não consideramos que a epistemologia positiva de Hume seja inteiramente similar ao critério acadêmico com base no que é semelhante à verdade, uma vez que sua abordagem não somente opera com conceitos bastante diferentes daqueles estabelecidos pelo ceticismo antigo, mas também propõe novassoluções contra as consequências radicais dos argumentos céticos. Nesse sentido, Hume introduz o conceito de sentimento no debate cético moderno com bastante originalidade, de modo a definir o papel da razão, em nosso processo cognitivo, que cumpre os compromissos (A) e (B). Neste ponto, identificamos Hume como um cético sentimental, já que o conceito de sentimento é, em nossa leitura, um componente importante para uma melhor explicação de sua posição. Prestemos atenção que, com essa proposta, não estamos apenas apontando a importante função do sentimento, como uma crença natural, em minar as implicações excessivas da dúvida cética, mas também como um aspecto motivador de seu próprio ceticismo mitigado ou acadêmico. Nesse sentido, nossa leitura permite um profícuo diálogo com a tradição interpretativa pirrônica com relação ao Livro I do Tratado (Popkin, Fogelin e Baxter). A nossa principal diferenciação com relação a esses intérpretes é que, para eles, o ceticismo de Hume fornece somente uma epistemologia negativa que enfraqueceria qualquer tentativa de justificação epistêmica de crenças, enquanto que, como veremos neste trabalho, Hume ainda sustenta uma epistemologia positiva, não menos cética, mas capaz de aceitar, corrigir ou rejeitar crenças e, em seguida, submetê-las à avaliação pública. Portanto, embora Hume opere com conceitos próprios, defenderemos, neste trabalho, que uma leitura pelo viés cético acadêmico fornece uma importante pedra de toque para uma melhor explicação da Parte 4 doLivro I do Tratado. The general aim of our work is to point out the relationship betweenskepticism and the concept of sentiment in Book I of Humes Treatise. For this purpose, we will first present in which way the Humean philosophical position can be understood as skeptical, and secondly, to define which type of skepticism is to closer this position. Thus, we argue that Hume adheres ultimately to academic skepticism, based on (A) his skeptical commitment with intellectual virtues and with (B) a positive epistemology, both compatible with his skepticism. There is also an innovative aspectof Hume's academicism which, instead of determining the legitimacy of his"inventions and discoveries" solely on the basis of his cognitive faculties, it does still submits the principles of his philosophy to public assessment.However, we do not consider Hume's positive epistemology to be entirelysimilar to the academic criterion based on what is truth-like, since his approach often not only operates with his own concepts that are quite different from ancient skepticism, but also it proposes very original solutions in opposition to radical consequences of skeptical arguments. In this way, Hume introduces the concept of sentiment into the modern skeptical debate with quite originality, in order to define the role of reason in our cognitive process, which fulfills commitments (A) and (B). At this point, we identify Hume as a sentimental skeptic, since the concept of sentiment is, in our reading, an important component for a better explanation of his position. Take heed that with this proposal we are not only pointing out the importantfunction of sentiment, as a natural belief, by undermining the excessive implications of skeptical doubt, but also as a motivating aspect of its own mitigated or academic skepticism. In this sense, our reading allows for a fruitful dialogue with Pyrrhonian interpretive tradition in regarding to Book I of Treatise (Popkin, Fogelin and Baxter). Our main distinction with respect to these interpreters is that for them, Hume's skepticism provides a negative epistemology that would weaken any attempt of justification of beliefs, whereas, as we shall see in this work, Hume sustains an epistemology to able from accepting, correcting or even rejecting beliefs and then submit them for public assessment. Therefore, though Hume operates with his ownconcepts, we will argue in this work that a reading of the academic skeptic bias provides an important touchstone for a better explanation of Part 4 of Book I of Treatise |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |