Histórias que nos fazem humanos: romances distópicos do século XXI escritos por mulheres
Autor: | Melissa Cristina Silva de Sá |
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Přispěvatelé: | Julio Cesar Jeha, Gláucia Renate Gonçalves, Valéria Sabrina Pereira, Ildney de Fátima Souza Cavalcanti, Eduardo Marks de Marques |
Jazyk: | angličtina |
Rok vydání: | 2020 |
Předmět: |
storytelling
Winterson Jeanette 1959- – The Stone Gods – Crítica e interpretação Escritoras Ficção americana – História e crítica Le Guin Ursula K. 1929-2018 – The telling – Crítica e interpretação women Mulheres e literatura Atwood Margaret Eleanor 1939- – MaddAddam – Crítica e interpretação dystopian literature |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
Popis: | Dystopian novels written by women in the twenty-first century tend to bring storytelling to the center of their narratives. The importance of telling stories in dystopias is nothing new: it is present in classics of the genre like Ray Bradbury’s Fahrenheit 451 (1951). Nonetheless, women writers have associated this discussion on storytelling to the matter of being human. In the last decades, several novels have presented this trend, such as the ones by Ursula K. Le Guin, Mar-garet Atwood, and Octavia Butler. These texts rework science fiction’s traditional conventions such as male protagonists, the dichotomy of technology being either purely good or catastroph-ically evil, and a westernized view of humankind. This dissertation investigates a trend in twen-ty-first century dystopian novels by women that thematizes storytelling and the sharing of expe-riences in narratives in which the act of telling stories humanize what is initially considered non-human. In the selected novels, storytelling is used by aliens, robots, and genetically engi-neered creatures to challenge what it means to be human, debunking traditional definitions of humanity and proposing alternative ways of living that point to other possibilities of social ar-rangements outside the current biological, evolutionary, and cultural view of humanity. In this context, traditional humanity is defined based on the idea of humans in opposition to animals, having intellect and creativity, being able to create cultural products. From the dystopian nov-els by women read for this research, I chose three to triangulate common topics inside the pat-tern of using storytelling to discuss and challenge what being human means: Le Guin’s The Tell-ing (2000), Jeanette Winterson’s The Stone Gods (2007), and Atwood’s MaddAddam (2013). I also refer to other novels to illustrate points and present convergences and divergences. I con-sider the concept of dystopia and its relation to storytelling from a feminist point of view draw-ing mainly on Raffaella Baccolini’s and Tom Moylan’s debates in the field of utopian studies. Storytelling is analyzed in the novels in relation to Walter Benjamin’s text, “The Storyteller,” Paul Ricoeur’s Time and Narrative, and Brian Boyd’s On The Origins of Stories. The matter of knowledge present in these dystopian novels by women is considered by examining the pro-posed alternative communities formed in the texts. Finally, humanity as a category is discussed using mainly Boyd’s considerations on evocriticism in contrast to the post-human perspective usually taken. The pattern observed in these dystopian novels by women reveals the many pre-occupations of the twenty-first century through the bleak lens of dystopia, but with a critical twist that provides reflections on possible alternatives to humans’ current ways of living. It is by telling stories that these alternatives are proposed. Romances distópicos escritos por mulheres no século 21 tendem a trazer o ato de contar histó-rias para o centro de suas narrativas. A importância de contar histórias em distopias não é no-vidade: está presente em clássicos como Fahrenheit 451 (1951), de Ray Bradbury. No entanto, escritoras têm associado essa discussão sobre o ato de contar histórias com o significado de ser humano. Nas últimas décadas, vários romances apresentaram essa tendência, como os das es-critoras Ursula K. Le Guin, Margaret Atwood e Octavia Butler. Seus textos ressignificam as convenções da ficção científica tradicional tais como protagonistas masculinos, dicotomia entre tecnologia ser puramente boa ou catastroficamente má e uma visão ocidental da humanidade. O presente trabalho investiga esse padrão nos romances do século 21 escritos por mulheres que tematizam o ato de contar histórias e o compartilhar de experiências em narrativas em que con-tar histórias humaniza o que é inicialmente visto como não humano. Nos romances seleciona-dos, a narrativa é usada por alienígenas, robôs e criaturas geneticamente modificadas para ques-tionar o que significa ser humano, desbancando definições tradicionais de humanidade e pro-pondo modos de vida alternativos que apontam para outras possibilidades de arranjos sociais fora da atual visão biológica, evolucionária e cultural da humanidade. Nesse contexto, a huma-nidade tradicional é definida com base na ideia de humanos em oposição a animais, dotados de intelecto e criatividade e capazes de criar produtos culturais. Das distopias lidas para essa pes-quisa, escolhi três para triangular temas comuns dentro do padrão de usar o ato de contar histó-rias para discutir e questionar o que é ser humano: The Telling (2000), de Le Guin, The Stone Gods (2007), de Jeanette Winterson, e MaddAddam (2013), de Atwood. Faço também referência a outros romances para ilustrar pontos e apresentar convergências e divergências. Considero o conceito de distopia e sua relação com a narrativa de um ponto de vista feminista, baseando-me principalmente nos debates de Raffaella Baccolini e Tom Moylan no campo dos estudos utópicos. Analiso o ato de contar histórias nos romances em relação ao texto “O narrador”, de Walter Benjamin, e os livros Tempo e narrativa, de Paul Ricoeur, e On the Origins of Stories, de Brian Boyd. Abordo o debate sobre o conhecimento nesses romances ao examinar as comuni-dades alternativas propostas neles. Finalmente, discuto humanidade como categoria usando as considerações de Boyd sobre o evocriticismo em contraste com a perspectiva pós-humana co-mumente utilizada. O padrão observado nesses romances distópicos escritos por mulheres re-vela as muitas preocupações do século 21 através das lentes sombrias da distopia, mas com o viés crítico que traz reflexões em alternativas possíveis aos modos atuais em que os humanos vivem. É através de histórias que essas alternativas são propostas. |
Databáze: | OpenAIRE |
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