Os/as educandos/as candomblecistas e umbandistas da educação de jovens e adultos: sentidos atribuídos ao processo de escolarização

Autor: Sérgio Teixeira da Silva
Přispěvatelé: Heli Sabino de Oliveira
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
Popis: Esta dissertação é o resultado de uma pesquisa que teve por objetivo compreender os sentidos que educandos e educandas candomblecistas e umbandistas da Educação de Jovens e Adultos atribuem ao processo de escolarização. Para tanto, foram selecionados 06 estudantes, sendo três homens e três mulheres, três umbandistas e três candomblecistas. Suas idades oscilavam entre 26 e 59 anos. O referencial teórico adotado privilegiou as abordagens teóricas e conceituais próprias dos Estudos Culturais, do Multiculturalismo Crítico e do Pensamento Complexo. Além de colocar em relevo conceitos tais como identidades e diferenças, a pesquisa em questão levou em conta as categorias de subjetividade social e sentido subjetivo. Nesse processo, valeu-se das contribuições de autores como Arroyo (2014/17), Caputo (2012), Da Silva (2014), Dayrell (1996), Freire (1987/96), Gadotti (1997), Mclaren (1997), Moreira e Candau (2011), Morin (2005), Oliveira (2012), Ortiz (1991), Prandi (2001), Santos (2015), Ude (2005), dentre outros/as. A perspectiva metodológica adotada referenciou-se na epistemologia qualitativa, na subjetividade social proposta por González Rey (2015), bem como na fenomenologia. Por meio de questionários semiestruturados e entrevistas em profundidade, o estudo evidenciou quatro núcleos de sentidos atribuídos por educandos/as umbandistas e candomblecistas na Educação de Jovens e Adultos: a) o primeiro está relacionado aos processos de exclusão e subjugação dos/as educandos/as. A escolarização é percebida aqui como fonte de vergonha e de sofrimento; b) o segundo está relacionado às formas de resistências, por meio da afirmação da identidade e demarcação das diferenças. Tanto as crenças como as simbologias religiosas são percebidas como fonte de orgulho e de enfrentamento à exclusão; c) o terceiro núcleo de sentido diz respeito à carência de estudos sobre a História e Cultura da África no espaço escolar, especialmente no que diz respeito às religiosidades de matrizes africanas; d) o quarto núcleo de sentido está relacionado à demarcação religiosa de matriz cristã no espaço escolar. Por meio de imagens, crucifixos e rituais, as escolas públicas evidenciam seu caráter monocultural, o que produz sofrimento e discriminação de outros grupos religiosos, especialmente os adeptos de religiosidades de matrizes africanas. Para os sujeitos da pesquisa, a escola tem representado um não-lugar, já que não encontram sentido de pertença nesse espaço, não são respeitados/as em decorrência de suas identidades religiosas. Além disso, os dados empíricos revelam que esses sujeitos são silenciados, invisibilizados/as e hostilizados/as por colegas e educadores/as. Isso não quer dizer, no entanto, que esses sujeitos sejam passivos. Eles travam diariamente bravas lutas no combate à intolerância, às discriminações e ao racismo religioso, buscando a garantia de seus direitos dentro e fora das instituições escolares. Esta disertación es el resultado de una investigación que tuvo por objetivo comprender los sentidos que educandos y educandas candomblecistas y umbandistas de la Educación de Jóvenes y Adultos atribuyen al proceso de escolarización. Para ello, se seleccionaron a 06 estudiantes, siendo tres hombres y tres mujeres, tres umbandistas y tres candomblecistas. Sus edades oscilaban entre 26 y 59 años. El referencial teórico adoptado privilegió los enfoques teóricos y conceptuales propios de los Estudios Culturales, del Multiculturalismo Crítico y del Pensamiento Complejo. Además de poner en relieve conceptos tales como identidades y diferencias, la investigación en cuestión tuvo en cuenta las categorías de subjetividad social y sentido subjetivo. En ese proceso, se valió de las contribuciones de autores como Arroyo (2014/17), Caputo (2012), Da Silva (2014), Dayrell (1996), Freire (1987/96), Gadotti (1997), Mclaren (1997) (2005), Morin (2005), Oliveira (2012), Ortiz (1991), Prandi (2001), Santos (2015), Ude (2005), entre otros. La perspectiva metodológica adoptada se referenció en la epistemología cualitativa, en la subjetividad social propuesta por González Rey (2015), así como en la fenomenología. Por medio de cuestionarios semiestructurados y entrevistas en profundidad, el estudio evidenció cuatro núcleos de sentidos atribuidos por educandos/as umbandistas y candomblecistas en la Educación de Jóvenes y Adultos: a) el primero está relacionado a los procesos de exclusión y subyugación de los/las educandos/as. La escolarización es percibida aquí como fuente de vergüenza y de sufrimiento; b) el segundo está relacionado con las formas de resistencias, por medio de la afirmación de la identidad y demarcación de las diferencias. Tanto las creencias como las simbologías religiosas son percibidas como fuente de orgullo y de enfrentamiento a la exclusión; c) el tercer núcleo de sentido se refiere a las carencia de estudios sobre la Historia y Cultura de África en el espacio escolar, especialmente en lo que se refiere a las religiosidades de las matrices africanas; d) el cuarto núcleo de sentido está relacionado con la demarcación religiosa de matriz cristiana en el espacio escolar. Por medio de imágenes, crucifijos y rituales, las escuelas públicas evidencian su carácter monocultural, lo que produce sufrimiento y discriminación de otros grupos religiosos, especialmente los adeptos de religiosidades de matrices africanas. Para los sujetos de la investigación, la escuela ha representado un no-lugar, ya que no encuentran sentido de pertenencia en ese espacio, no son respetados/as como consecuencia de sus identidades religiosas. Además, los datos empíricos revelan que esos sujetos son silenciados, invisibilizados/as y hostilizados/as por colegas y educadores/as. Esto no quiere decir, sin embargo, que esos sujetos sean pasivos. Ellos tratan diariamente bravas luchas del combate de la intolerancia, las discriminaciones y el racismo religioso, buscando la garantía de sus derechos dentro y fuera de las instituciones escolares.
Databáze: OpenAIRE