O dom de ver atrás do morro::a atividade de Agentes de Segurança Penitenciários em um Manicômio Judiciário de Minas Gerais/Rodrigo Padrini Monteiro ; orientador: José Newton Garcia de Araújo
Autor: | Monteiro, Rodrigo Padrini |
---|---|
Přispěvatelé: | Araújo, José Newton Garcia de,1945- orientador, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.Programa de Pós-Graduação em Psicologia Instituição |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2018 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_MINAS Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS) instacron:PUC_MINS |
Popis: | Dissertação (mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Bibliografia: f. 167-179 Resumo: Os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico são instituições destinadas a acolher pessoas que cometem crimes e que, por motivo de doença ou deficiência mental, são consideradas inimputáveis, ou seja, indivíduos isentos de pena, por não serem capazes de compreender o caráter ilícito do fato praticado, também conhecidos por 'paciente judiciário' ou 'louco infrator'. Originalmente chamados de manicômios judiciários, esses estabelecimentos se enquadram no que Goffman considerou como "instituições totais" e abrigam duas representações sociais que habitam o nosso imaginário: o criminoso e o louco. Nestes locais, de um lado, agentes penitenciários são responsáveis por garantir a ordem e a segurança do estabelecimento e de todos os indivíduos ali presentes. De outro, profissionais de ensino técnico e superior são responsáveis por cuidar, tratar, avaliar e acompanhar os presos, garantindo a sua saúde e os seus direitos. A presente pesquisa-intervenção teve como objetivo compreender a atividade de agentes penitenciários em um manicômio judiciário de Minas Gerais e adotou pressupostos teóricos das abordagens clínicas do trabalho, que mantêm o seu foco de análise e intervenção na atividade e nos trabalhadores. Por meio de entrevistas, observações, análise documental, diários de campo e conversas informais no local de trabalho, foi possível constatar a falta de capacitação e orientação desses profissionais para atuar com o preso inimputável ou em tratamento psiquiátrico temporário, e a inexistência de protocolos específicos para esses trabalhadores. Verificou-se se tratar de uma atividade complexa, realizada em diversos contextos, se tratando de um trabalho que não se restringe à segurança e à garantia da ordem, mas que abrange o cuidado, o discernimento, o envolvimento afetivo e a preocupação com os indivíduos ali custodiados. O gênero profissional se mostrou como a grande referência de um ofício apropriado e valorizado por seus protagonistas, sendo observada a importância do saber adquirido na experiência dos trabalhadores, presente em nuances e improvisos imprescindíveis à convivência constante e próxima com indivíduos ora denominados presos, ora pacientes. Todavia, o impacto do trabalho no sujeito que o realiza se revelou na assimilação, pelos agentes, dos modos de falar e de se comportar dos pacientes, assim como na absorção do que é vivido por eles na rotina de trabalho, através do enfrentamento de uma realidade frequentemente triste, onde se convive com dois sofrimentos - a privação da liberdade e o sofrimento mental. Abstract: The Hospitals of Custody and Psychiatric Treatment are institutions designed to accommodate people who commit crimes and who, because of illness or mental deficiency, are considered inimputable, that is, individuals exempt from penalty, for not being able to understand the illegality of the fact practiced, also known as 'judicial patient' or 'crazy offender'. Originally called asylum institutions, these establishments fit into what Goffman considered "total institutions" and harbor two social representations that inhabit our imaginary: the criminal and the madman. In these places, on one side, penitentiary agents are responsible for ensuring the order and safety of the establishment and of all individuals present there. On the other, technical and higher education professionals are responsible for caring for, treating, evaluating and monitoring prisoners, ensuring their health and their rights. The present intervention research aimed to understand the activity of penitentiary agents in a judiciary asylum in Minas Gerais and adopted the theoretical assumptions of the work clinics approaches, which maintain their focus of analysis and intervention in activity and workers. Through interviews, observations, documentary analysis, field diaries and informal conversations in the workplace, it was possible to verify the lack of training and orientation of these professionals as how to act with the inimputable prisoner or in temporary psychiatric treatment, and the lack of specific protocols for these workers. It was verified that this is a complex activity, carried out in several contexts, as a job that is not restricted to security and order, but one that includes care, discernment, affective involvement and concern for the individuals there guarded. The professional genre proved to be the great reference of an appropriate craft and valued by its protagonists, being observed the importance of the knowledge acquired in the experience of the workers, present in nuances and improvisations essential to constant and close coexistence with individuals sometimes called prisoners, sometimes patients. However, the impact of work on the subject who performs it has been revealed by the agents assimilation of the way patients speak and behave, as well as by the absorption of what is experienced by them in the work routine, by coping with an often sad reality, where you deal with two sufferings - deprivation of freedom and mental suffering. O CD-ROM encontra-se no Setor de Coleções Especiais |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |