De volta ao 'front' o debate sobre o novo consenso macroeconômico no pós-crise

Autor: Gois, Allyson Rafael de Almeida
Přispěvatelé: Silva, Danilo Freitas Ramalho da, Fernandez, Ramon Vicente Garcia, Andrada, Alexandre Flavio Silva, Universidade Federal do ABC
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFABC
Universidade Federal do ABC (UFABC)
instacron:UFABC
Popis: Orientador(a): Prof. Dr. Danilo Freitas Ramalho da Silva Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós Graduação em Economia. São Bernardo do Campo, 2021 Os anos 1970 foram marcados por uma profunda cisão na pesquisa macroeconômica. A pax firmada em torno da síntese neoclássica deu lugar a uma intensa disputa substantiva e metodológica, opondo os keynesianos tradicionais e os novos clássicos. Robert Lucas foi um dos principais arquitetos do novo padrão de pesquisa, adotando uma estratégia de microfundamentação de inspiração walrasiana. Nos anos 1980, incorporado à pesquisa dos ciclos reais de negócios, o padrão metodológico de Lucas alcançou o seu ápice. Nessa mesma década, o keynesianismo tradicional reencarnaria num corpo de musculatura microfundamentada, reclamando a presença de premissas como a rigidez de preços nos modelos macroeconômicos. Quando, nos idos de 1990, a pesquisa se voltou a enxertaras premissas keynesianas nos trabalhos desenvolvidos pelos teóricos dos ciclos reais de negócios, a macroeconomia convergiu, mais uma vez, para uma agenda comum. Proclamado o novo consenso, ambos os lados puderam cantar vitória. Na virada do milênio, a macroeconomia moderna colhia os louros da Grande Moderação e jactava-se de moldar a política econômica. Mas não tardou para que os flancos abertos do novo consenso fossem expostos. Tendo surpreendido boa parte economistas, a crise financeira de 2008 abalou a reputação da ciência econômica e deu azo ao surgimento de um intenso debate sobre aquele consenso. O presente trabalho busca reconstruir os termos desse debate, propondo uma avaliação do estado da macroeconomia à luz do colapso financeiro de 2008. No centro das críticas à macroeconomia moderna, destaca-se a simplicidade com que os seus modelos ¿ os chamados DSGE ¿ tratam o mercado de crédito e as conexões das finanças com a economia real, algo que mesmo os próceres do novo consenso não relutam em reconhecer. Algumas críticas miram a reconstrução da disciplina desde os seus alicerces. Outras buscam uma contemporização: reconhecendo a importância dos modelos DSGE, reclamam uma mudança nos incentivos da profissão dos macroeconomistas, alegadamente desfavoráveis ao desenvolvimento de modelos alternativos para a compreensão do fenômeno econômico. Na outra ponta de debate, evoca-se a pesquisa de fronteira para mostrar que, nos anos mais recentes, as críticas encontraram acolhida, resultando no surgimento de modelos com agentes heterogêneos e fricções financeiras, sem descartar o uso da roupagem DSGE. Advoga-se ainda o papel importante que modelos DSGE tiveram no enfrentamento da crise, em contraposição ao argumento de que os macroeconomistas não encontraram respostas para lidar com os desdobramentos de 2008. The 1970s were marked by a deep split in macroeconomic research. The pax signed around the neoclassical synthesis gave place to an intense substantive and methodological dispute, opposing traditional Keynesians and new classics. Robert Lucas was one of the main important architects of the new methodological standard. In the 1980s, the Lucas¿s standard was incorporated into the real business cycle research and reached its peak. In that same decade, traditional Keynesianism would reincarnate in a body of microfounded musculature, claiming the presence of premises such as price rigidity. When macroeconomists returned to grafting Keynesian assumptions into models developed by theorists of real business cycles, macroeconomic research converged, once again, on a common agenda. Once the new consensus was proclaimed, both sides were able to claim victory. In the 2000s, modern macroeconomics reaped the laurels of Great Moderation and boasted of shaping economic policy. But it was not long before the open flanks of the new consensus were exposed. After surprising economists, the financial crisis of 2008 shook the reputation of economics and has led to the emergence of an intense debate about that consensus. At the heart of the criticism is the simplicity with which the models of the new synthesis - the so-called DSGE - deal with the credit market and the connections between finance and the real economy, something that even the leaders of the new consensus are not reluctant to recognize. Some criticisms are aimed at rebuilding the discipline. In the articles written by Joseph Stiglitz, the criticism even condemns DSGE models in the same terms that the new classics condemned the new neoclassical synthesis. Others seek a compromise. Recognizing the importance of DSGE models, they call for a shift in the incentives of the macroeconomist¿s profession ¿ allegedly unfavorable incentives to the development of alternative models for understanding the economic phenomenon. On the opposite side of the debate, frontier research is evoked to show that, in recent years, criticism has found acceptance, resulting in the emergence of models with heterogeneous agents and financial frictions, without discarding the use of DSGE clothing. The important role that DSGE models played in facing the crisis is also advocated, as opposed to the argument that macroeconomists did not find answers to deal with the consequences of 2008.
Databáze: OpenAIRE