Prevalência de fragilidade em idosos e fatores associados sob a perspectiva do curso da vida: análises do International Mobility in Aging Study - IMIAS

Autor: Gomes, Cristiano dos Santos
Přispěvatelé: Sousa, Ana Carolina Patricio de Albuquerque, Fittipaldi, Etiene Oliveira da Silva, Lisboa, Lilian Lira, Araújo, Maria das Graças Rodrigues de, Guerra, Ricardo Oliveira
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2018
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron:UFRN
Popis: Introdução: A síndrome de Fragilidade, um estado de vulnerabilidade e de respostas homeostáticas deficientes após um evento estressor que ocorre como consequência do declínio cumulativo de múltiplos sistemas fisiológicos ao longo da vida, é uma das expressões mais problemáticas do envelhecimento populacional. Essa síndrome constitui um tópico importante a partir de uma perspectiva social, pois identifica grupos de pessoas com necessidade de atenção médica adicional e em alto risco de apresentarem desfechos adversos em saúde. Nesse contexto, a epidemiologia do curso da vida estuda os efeitos na saúde em longo prazo de experiências biológicas, comportamentais e psicossociais no decorrer da vida. O estudo “International Mobility In Aging Study – IMIAS” faz uso da abordagem do curso da vida para contribuir com o conhecimento acerca dos desfechos relacionados à saúde de idosos em quatro países com distintos perfis epidemiológicos. Objetivos: Estimar a prevalência de fragilidade nos idosos participantes do estudo, examinar as associações entre fragilidade e violência doméstica, identificar possíveis mediadores dessas associações (artigo 01); Examinar as associações entre variáveis da história reprodutiva (idade em que deu a luz ao primeiro filho, paridade e histórico de histerectomia) e fragilidade na velhice (artigo02); Identificar fatores sociais e econômicos como preditores da acentuação do fenótipo de fragilidade em dois anos (artigo 03) Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal aninhado a um estudo de coorte (Estudo IMIAS) do qual participaram na primeira avaliação (n= 2002) idosos de ambos os sexos com faixa etária entre 65 e 74 anos residentes na comunidade em localidades distintas (Kingston e Saint-Hyancinthe, Canadá; Tirana, Albânia; Manizales, Colômbia e Natal, Brasil). Foram coletadas informações referentes a variáveis sociodemográficas, econômicas e de saúde experienciadas ao longo do curso da vida. A síndrome de fragilidade foi operacionalizada de acordo com os critérios propostos por Linda Fried para o fenótipo físico de fragilidade. Medidas de dispersão e de tendência central foram utilizadas para caracterização da amostra, análises bivariadas, multivariadas e de mediação. Resultados: A prevalência de fragilidade variou de acordo com os locais de estudo sendo menor no Canadá (4.9% para homens e 6.6% para mulheres em Kingston e 2.1% para homens e 4.8% para mulheres em Saint Hyacinthe) e maior no Brasil (6.8% para homens e 16% para mulheres). Apenas na Colômbia a prevalência de fragilidade foi equivalente para homens e mulheres (6.4%). Após análise multivariada ajustada por covariáveis, os idosos que reportaram ter sofrido abuso físico na infância apresentaram maior prevalência de fragilidade na velhice (OR=1.68; 95% CI: 1.01; 2.78) e o mesmo foi observado entre aqueles expostos a violência psicológica perpetrada pelo parceiro íntimo (OR= 2.07; 95% CI: 1.37; 3.12). Os efeitos da violência física na infância foram totalmente mediados pela presença de condições crônicas e sintomatologia depressiva enquanto que os efeitos da violência perpetrada pelo parceiro íntimo foi parcialmente mediada por estas mesmas variáveis. Entre as mulheres, ter filho antes dos 20 anos foi associado com maior prevalência de fragilidade (OR 2.15, 95%CI: 1.24-3.72), aquelas que tiveram 1-2 filhos apresentaram menores índices de pré-fragilidade status (OR 0.54, 95%CI 0.36-0.82) e fragilidade (OR 0.43 95%CI 0.22-0.86) e ter realizado histerectomia foi considerado um fator que contribui de forma independente para uma maior prevalência de fragilidade em todos os modelos. Após ajustes (idade, sexo e local do estudo) a insuficiência de renda (RR 1.40; 95%IC 1.00-1.96) e ter apoio do parceiro (RR 0.80; 95%IC 0.64-1.01) foram considerados preditores da acentuação do fenótipo de fragilidade. Conclusões: Abuso físico na infância, experiências de violência psicológica na vida adulta deixam marcas na trajetória de vida levando a desfechos adversos a saúde na velhice. Idade do primeiro filho, paridade e histerectomia são fatores que devem ser considerados como indicadores de saúde da mulher e parecem contribuir para a maior prevalência de fragilidade em mulheres quando comparada aos homens. Idade, sexo, residir em Natal e insifuciência de renda foram considerados fatores de risco enquanto contar com o suporte social do parceiro foi considerado fator de proteção para acentuação do fenótipo de fragilidade. Portanto medidas que visem a redução das desigualdades sociais e econômicas são necessárias pois podem ter impacto sobre a saúde da população em especial dos idosos. Introduction: The Frailty Syndrome, a state of vulnerability and deficit homeostatic responses after a stressor event, occurs as a consequence of the cumulative process of several physiological systems throughout life, is one of the most problematic of population aging. This issue constitutes an important topic from a social perspective because identify groups of people in need of additional medical attention and at high risk of presenting adverse health outcomes. In the context, life-course epidemiology studies the long termeffects of biological, behavioral, and psychosocial experiences throughout life. The International Mobility in Aging Study - IMIAS drowns on the lifelong approach to contribute to knowledge about the health-related outcomes of the elderly in four countries with different epidemiological profiles. Objectives: To estimate the prevalence of frailty in the elderly participants of the study, to examine the associations between frailty and domestic violence and to identify possible mediators of these associations (paper 01); To examine the associations between variables of reproductive history (age at first birth, parity and history of hysterectomy) and frailty in old age (paper 02); To identify social and economic factors as predictors of the accentuation of the frailty phenotype in two years (paper 03). Methods: This is a cross-sectional study nested in a cohort study (IMIAS Study), in which the first evaluation (n = 2002) included elderly people of both sexes aged between 65 and 74 years living in the community in different locations (Kingston and Saint-Hyancinthe, Canada, Tirana, Albania, Manizales, Colombia and Natal, Brazil). Information was collected on sociodemographic, economic and health variables experienced during the course of life. The Frailty Syndrome was operationalized according to the criteria proposed by Linda Fried for the physical phenotype of frailty. Dispersion and central tendency measures were used for characterization of the sample, bivariate, multivariate and mediation analyzes were also used to reach the obectives proposed. Results: The prevalence of frailty varied according to study sites being lower in Canada (4.9% for men and 6.6% for women in Kingston and 2.1% for men and 4.8% for women in Saint Hyacinthe) and higher in Brazil (6.8% for men and 16% for women). In Colombia only, the prevalence of frailty was equivalent for men and women (6.4%). After multivariate analysis adjusted for covariables, the elderly who reported having suffered physical abuse in childhood had a higher prevalence of frailty in old age (OR = 1.68, 95% CI: 1.01, 2.78) and the same was observed among those exposed to psychological violence perpetrated by intima partner (OR = 2.07, 95% CI: 1.37, 3.12). The effects of physical violence in childhood were totally mediated by the presence of chronic conditions and depressive symptomatology, while the effects of intimate partner violence were partially mediated by these same variables. Among women, having a child before age 20 was associated with a higher prevalence of frailty (OR 2.15, 95% CI: 1.24-3.72), those with 1-2 children had lower pre-frailty status (OR 0.54, 95 (CI 0.36-0.82) and frailty (OR 0.43 95% CI 0.22-0.86) and having performed a hysterectomy was considered a factor contributing independently to a higher prevalence of frailty in all models. After adjustments (age, sex and place of study), income insufficiency (RR 1.40, 95% CI 1.00-1.96) and partner support (RR 0.80; 95% CI 0.64- 1.01) were considered predictors of the accentuation of the phenotype of frailty. Conclusions: Childhood physical abuse and experiences of psychological violence in adulthood leave marks on the path of life leading to adverse health outcomes in old age such as frailty. Age of first child, parity and hysterectomy are factors that should be considered as indicators of women's health and seem to contribute to the greater prevalence of frailty in women when compared to men. Age, sex, residency in Natal and income were considered as risk factors while counting on the social support of the partner was considered a protection factor for accentuation of the frailty phenotype. Therefore, measures aimed at reducing social and economic inequalities are necessary since they may have an impact on the health of the population, especially the elderly.
Databáze: OpenAIRE