A adoção e o enfrentamento do desejo de filhos e de ser mãe em casos de infertilidade biológica
Autor: | Gama, Juliana Fonsêca de Almeida |
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Přispěvatelé: | Passos, Maria Consuêlo, Alvarenga, Lídia Levy de, Gomes, Isabel Cristina, Queiroz, Edilene Freire de, Barros, Paula Cristina Monteiro de |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNICAP Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) instacron:UNICAP |
Popis: | Submitted by Biblioteca Central (biblioteca@unicap.br) on 2021-10-21T17:21:52Z No. of bitstreams: 2 juliana_fonseca_almeida_gama.pdf: 1498384 bytes, checksum: 32d5b66b4692528e5ef002123e11d038 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Made available in DSpace on 2021-10-21T17:21:52Z (GMT). No. of bitstreams: 2 juliana_fonseca_almeida_gama.pdf: 1498384 bytes, checksum: 32d5b66b4692528e5ef002123e11d038 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2021-08-27 Today, in the 21st century, a lot has been said, but nothing is closed yet when it comes to what a woman wants. Faced with this lasting schism, we proposed, making a cut, to work with biologically infertile women, who have the possible answer to deal with the desire to have children and/or to be a mother. The work is therefore conducted on the basis of three questions: Why do women want to have children? Within the choice to have children, what makes them insist on the biological path? What are the effects of adoption and the meanings of insisting on the biological for the infertile woman? Aiming to dialogue with these issues, an investigation is guided by the theoretical-methodological field of Freudian and Lacanian psychoanalysis, as well as by other theoretical constructs belonging to different areas of knowledge and history. The survey of literature on the subject was articulated and discussed along with the findings in narratives with three mothers and women who agreed to tell their stories from the desire for a child to adoption. By analyzing the narratives as the focus and dimension of their productions and also the understanding that the search for answers will happen one by one, with the addition that reducing every woman to the mother would be equivalent to ideal proportions inadequate to modernity. As a result, it is observed that there is a diversity of desires and demands that involve infertility and adoption, and that the delimitation of a single plot becomes unfeasible. In this sense, the theoretical support contributed to thinking that adoption does not always occupy the place of last option, it can be both an entry and an exit for a subject; it could be decision and solution, or something else. Furthermore, it was observed that the exploration of subjectivity and the female body in an attempt to produce a biological affiliation brings psychics that mark the history of women and also their relationships. It is necessary to consider, in this context, that not only does the woman not exist, but also the mothers are multiple, they do not repeat themselves, because they are built from their parenting and the unary trait that structures them. Therefore, neither universal truths nor medicine, neither in psychology nor in psychoanalysis, were chosen when the subject is desire. Thus, what can be said is that, for being a mother, it is necessary to want to be a mother and to have the desire for a child, which allows us to extrapolate the narcissism of humanity that seeks immortality, and makes room for socio-affective affiliation, trying to make oneself mother, in her importance, through the paths of adoption, love and care. It is hoped, with these considerations, that this work can contribute to studies on women, mothers, infertility and adoption, within and outside the psychoanalytic field. Hoje, no século XXI, muito foi dito, mas também muito ainda resta a dizer no que se refere ao que quer uma mulher. Diante dessa cisma duradoura, propusemo-nos, fazendo um recorte, a trabalhar com mulheres inférteis biologicamente, que encontraram na adoção possibilidades para lidar com o desejo de ter filhos e de ser mãe. O trabalho está conduzido, portanto, com base em três perguntas: Por que as mulheres querem ter filhos? Dentro da escolha por ter filhos, o que faz com que elas insistam no caminho biológico? Quais as significações da insistência no biológico para a mulher infértil? Visando dialogar com essas questões, realizou-se uma investigação orientada pelo campo teórico-metodológico da psicanálise freudiana e lacaniana, assim como por outros construtos teóricos pertencentes a distintas áreas do saber e da história. O levantamento da literatura sobre o tema foi articulado e problematizado junto aos achados em entrevistas narrativas com três mães e mulheres que aceitaram contar suas histórias desde o desejo de filho até a adoção. Ao analisar as narrativas tivemos como foco a dimensão subjetiva de suas produções e também o entendimento de que a busca por respostas precisava acontecer no um a um, com o adendo de que reduzir toda mulher à mãe seria equivalente a propor ideais inadequados à modernidade. Como resultado, observou-se que há uma diversidade de desejos e demandas que envolvem a infertilidade e a adoção, e que tornam inviável a delimitação de um único enredo. Nesse sentido, a sustentação teórica contribuiu para pensar que a adoção não ocupa sempre o lugar de última opção, podendo ser tanto entrada como saída para um sujeito; podendo ser decisão e solução, ou ainda elaboração de desejo. Ademais, observou-se que a exploração da subjetividade e do corpo feminino na tentativa de produzir uma filiação biológica traz implicações psíquicas que marcam a história das mulheres e também as suas relações. É preciso considerar, nesse contexto, que não apenas “a mulher” não existe, mas também as mães são múltiplas, não se repetem, porque se constroem a partir de sua parentalidade e da singularidade que as estrutura. Sendo assim, não se encontram verdades universais nem na medicina, nem na psicologia, tampouco na psicanálise, quando o assunto é desejo. Assim, o que se pode dizer é que para ser mãe é preciso desejar sê-lo, o que permite extrapolar o narcisismo da humanidade que busca a imortalidade, e abre espaço para a filiação socioafetiva, tentando fazer-se mãe, em sua importância, pelos caminhos da adoção, do amor e do cuidado. Espera-se, com essas considerações, que o presente trabalho possa contribuir para os estudos sobre mulheres, mães, infertilidade e adoção, dentro e fora do campo psicanalítico. |
Databáze: | OpenAIRE |
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