Perfil clínico e epidemiológico das uveítes no Hospital São Geraldo/Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Autor: Rafael de Pinho Queiroz
Přispěvatelé: Daniel Vítor de Vasconcelos Santos, André Luís Land Curi, Luciene Chaves Fernandes
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2017
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
Popis: Introdução: O conhecimento da epidemiologia das uveítes é importante na avaliação clínica, sendo sua ocorrência, etiologia, prognóstico e gravidade afetados por fatores genéticos, raciais, geográficos, sociais e ambientais. Além disso, o desenvolvimento de métodos/critérios diagnósticos e a emergência/ reemergência de novas/antigas doenças também pode modificar a etiologia das uveítes com o tempo. Objetivo: Investigar o perfil clínico e epidemiológico dos indivíduos com uveíte atendidos em serviço público universitário de referência em Minas Gerais e compará-lo a dados nacionais e internacionais. Método: Estudo retrospectivo incluindo todos os novos pacientes com uveíte em atividade atendidos no Setor de Uveítes do Hospital São Geraldo/HC-UFMG, entre os anos de 2004 e 2013. Foram coletados e analisados dados referentes à idade, sexo, acuidade visual (AV), classificação anatômica da uveíte, etiologia, doença sistêmica associada, infecção por HIV, intervenções cirúrgicas, internação. e tempo de seguimento. Resultados: Foram incluídos 3683 pacientes com uveíte, com média de idade de 33.8 ± 15.7 anos, sendo 1853 (50,3%) do sexo feminino. A maioria dos pacientes (56,0%) encontrava-se entre 19-40 anos e 6,7% eram infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). À admissão, 39,1% dos pacientes (1416/3620) apresentavam AV ≤20/200 em pelo menos um olho e 5,5% (197/3607) tinham AV compatível com cegueira legal (≤20/200 no melhor olho). Uveítes infecciosas foram responsáveis por 65,5% dos casos e um diagnóstico específico foi possível em 72,3% dos pacientes, sendo que 13,3% dos casos de uveítes não-infecciosas estavam associados a doença sistêmica. A etiologia mais frequentemente encontrada foi a toxoplasmose (53,9%), e outras etiologias infecciosas incluíram herpes simples/zoster (3,6%), sífilis (1,8%), HIV (1,7%), CMV (1.5%) e tuberculose (0,7%). Entre as uveítes não-infecciosas, prevaleceram os quadros de etiologia indeterminada (idiopáticos), exceto entre as panuveítes, em que a síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (SVKH) foi o diagnóstico mais frequente (43,2%). A ciclite heterocrômica de Fuchs (CHF) foi identificada em 40 pacientes (1,1%). Diferenças na distribuição entre os sexos foi encontrada na sífilis e na retinopatia pelo HIV, mais frequentemente diagnosticadas em homens, e na SVKH, mais frequente em mulheres. Após seguimento médio de 11 meses (mediana de 2,7 meses), 29% dos pacientes (1054/3627) apresentavam AV ≤20/200 em pelo menos um olho e 4,1% (147/3563) tinham AV compatível com cegueira legal. O tempo de seguimento dos casos de etiologia indeterminada foi significativamente menor que daqueles não-infecciosos associados a doença sistêmica (9.4 ± 17,7 versus 28.5 ± 28,7 meses; p
Databáze: OpenAIRE