ALTERAÇÕES Craniofaciais e Tomográficas em Pessoas Atingidas pela Hanseníase Atendidas no Programa de Unidade Básica de Saúde e no Hospital Colônia Pedro Fontes, Cariacica (ES), Brasil

Autor: SERAFIM, R. A.
Přispěvatelé: FLORIANO, M. C., FALQUETO, A., Deps, PD
Rok vydání: 2017
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes)
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
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Popis: Made available in DSpace on 2018-08-01T21:35:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11989_RACHEL_SERAFIM_2018_pos_defesa_2.pdf: 1988894 bytes, checksum: 5c997ace9b1649c67a39da39256a754d (MD5) Previous issue date: 2017-04-10 Introdução: Hanseníase é doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae, e, mais recentemente descrito, Mycobacterium lepromatosis, de evolução lenta, que se manifesta principalmente por meio de sinais e sintomas dermatoneurológicos. Além de afetar a pele e os nervos periféricos, também pode comprometer os tecidos nasais, olhos, testículos e ossos. Deformidades esqueléticas faciais e de extremidades são marcadores históricos e parte do estigma dessa doença. Objetivo: Estudar as alterações craniofaciais da hanseníase. Métodos: Foi realizado um estudo série de casos, no qual foram avaliados 55 pacientes, 26 ex-hansenianos do Hospital Colônia Pedro Fontes e 29 hansenianos atendidos na Unidade Básica de Saúde de Jardim América, ambos em Cariacica (ES), no período de setembro de 2015 a dezembro de 2016. Os participantes foram submetidos a um questionário com dados epidemiológicos, avaliação otorrinolaringológica e, quando necessário, exame tomográfico. Verificou-se associação entre algumas variáveis com alterações nasais/faciais clínicas e radiológicas, como: sexo, idade, tempo de demora no diagnóstico da hanseníase, classificação da hanseníase, grupo de participantes, face hansênica. Resultados: Dos principais resultados encontrados, destacam-se: dez (18,2%) pacientes apresentaram características de face hansênica, nove (16,4%) apresentavam a projeção da ponta nasal menor que o normal, 12 (21,8%) não tinham sustentação da ponta nasal e nove (16,4%) não tinham sustentação do dorso nasal, sendo que a columela se apresentou diminuída em 14 (25,5%). Quanto aos achados tomográficos dos 38 pacientes avaliados, verificou-se que os ossos próprios nasais estavam alterados em nove (23,6%), havia reabsorção da espinha nasal anterior (parcial ou total) em 21 (55,2%) e perfuração septal em cinco (13,2%), sendo que 16 (42,1%) apresentaram atrofia de cornetos inferior e médio. Além disso, entre os dentados superiores (com três ou mais incisivos superiores), apenas um (2,6%) apresentava reabsorção parcial com exposição radicular do processo alveolar da maxila, enquanto entre os desdentados 27 (71%) apresentavam reabsorção (parcial ou até processo palatino), 28 (73,7%) haviam perdido todos os quatro incisivos superiores. Conclusões: Alterações ósseas e na espinha nasal anterior e processo alveolar da maxila foram frequentes. Entretanto, alterações dos ossos próprios nasais foram observadas apenas nos vichowianos. O tempo médio do aparecimento da primeira lesão até o diagnóstico da doença foi de 28,69 meses, o que sugere o diagnóstico ainda tardio da hanseníase. A perfilometria mostrou alterações. Porém, não há estudos sobre este assunto em hansenianos que permita comparações. Alterações nasais estavam presentes em 5,5% a 36,4% dos pacientes. As alterações tomográficas variaram de 9% a 70%, dependendo da estrutura, sendo mais prevalentes nos virchowianos e em pacientes com mais de dez anos de diagnóstico da doença. Quadros avançados clinicamente foram evidenciados no exame de imagem. O exame radiológico contribuiu e confirmou os achados otorrinolaringológicos, evidenciando a importância dos dois exames nos pacientes com hanseníase ou ex-portadores da doença.
Databáze: OpenAIRE