Carl Einstein : o historiador da arte e sua mesa de montagem
Autor: | Gentil, Tiago Guidi |
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Přispěvatelé: | Pugliese de Castro, Vera Marisa |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2019 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UnB Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
Popis: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Programa de Pós-Graduação em Artes, 2019. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Escrito em 1915 por Carl Einstein, Negerplastik poderia ser apresentado, em linhas gerais, como um livro acerca de esculturas e máscaras africanas, vistos à luz das inovações estético-formais mais recentes do contexto europeu. Contudo, o livro ostenta atributos que o singularizam em meio à paisagem da historiografia da arte vigente à época e hoje: primeiro, ele apresenta 119 fotografias de esculturas e máscaras descontextualizadas e sem legenda, mas habilmente dispostas de modo a acentuar comparações formais; e segundo, o livro não descreve nenhuma das imagens exibidas, o que contribui ainda mais para o seu impacto visual. Longe de descartar tais singularidades como caprichos, a presente dissertação tencionou lê-las a partir de uma lógica que lhes seria própria, na medida em que denunciariam uma posição crítica de Einstein face à historiografia da arte. De fato, aos nossos olhos, se em um primeiro momento, Negerplastik é um livro sobre esculturas e máscaras africanas, em um segundo é um livro sobre procedimentos e operações da historiografia da arte, ou mais precisamente, sobre a relação desta com as imagens fotográficas. Pois o que causa espécie e estranhamento no livro de 1915, como proposto por Einstein, é a força crítica das fotografias, que não só abundam, mas erguem-se sem mediações textuais. Munindo-se do método filológico, que lê os aspectos mais dignos de estranhamento como via privilegiada de análise, adentramos o livro justamente por meio da sua característica mais singular, e nesse sentido “estranha”: o emprego de fotografias. No curso da nossa leitura, propomos que as reproduções fotográficas estruturam o livro, mas, também, excedem os seus limites, visto que iluminam a historiografia da arte a partir da sua “mesa de montagem”, ou daquilo que seria seu emprego específico de foto-reproduções. Dos domínios da filosofia da arte até aqueles da antropologia, a nossa hipótese é que Negerplastik oferece uma construção de saber atenta à plástica do pensamento, que toma as modalidades de apresentação do conhecimento como sendo tão determinantes quanto o conteúdo. Written in 1915 by Carl Einstein, Negerplastik could be described, in general terms, as a book about African sculptures and masks, seen from the angle of the formal and aesthetic innovations that took place in the beginning of the twentieth century in European art. However, the book carries a number of attributes which singularize it among the landscape of art historiography of its time and even today: firstly, it exhibits 119 photographs of sculptures and masks decontextualized and without subtitles, but skillfully displayed in such way as to induce formal comparisons; and secondly, the book doesn‟t describe any of its images, which contributes even more to its unmediated visual impact. Far from discarding those singularities as mere accidents, this dissertation intended to read them in the light a particular logic that would carry within it a critical attitude against the discourse of art historiography. In fact, according to our understanding, if on the surface, Negerplastik is a book about African sculptures and masks, below the surface, it is a book about the mechanisms and operations of art historiography, or more precisely, about the relationship of art historiography to the usage of photographs. What draws the attention and provokes bewilderment about this book from 1915, as it was proposed by Einstein in its original graphic project, is the critical force of the photographs that not only abound, but appear without textual mediation. Using the philological method, which reads the strangeness of a language as a privileged locus of analysis, we entered the book precisely by way of its most singular and “strange” aspect: the usage of photographs. On the course of our reading, we proposed that the photographic reproductions structure the book, but, also, exceed its limits, since they illuminate the proceedings of art historiography through its “table of assemblage”, understood as a particular and creative use of photo-reproductions. From the domains of philosophy of art to those of anthropology, our hypotheses is that Negerplastik offers a construction of knowledge concerned mainly with the plastic shape of thought: the graphic project of the book, in its first appearance in 1915, emphasizes that the display of knowledge and, consequently, its form are as important as the content of knowledge. |
Databáze: | OpenAIRE |
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