O fechamento de um hospital psiquiátrico como acontecimento: desdobramentos da reforma psiquiátrica
Autor: | Gimbo, Lêda Mendes Pinheiro |
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Přispěvatelé: | Leite, Jader Ferreira, Simoni, Ana Carolina Rios, Yasui, Silvio, Paulon, Simone Mainieri, Dimenstein, Magda Diniz Bezerra |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instacron:UFRN |
Popis: | Do início da década de 1970 até o ano de 2016, no município do Crato, localizado ao sul do Ceará, funcionou a Casa de Saúde Santa Teresa. Foi aberto no cenário de intenso investimento financeiro em estabelecimentos psiquiátricos no país, em consonância com os parâmetros higienistas e com a lógica de segregação presente nos modos de organização das cidades e de circunscrição do lugar dos sujeitos em sofrimento psíquico. Em 2016 o hospital fechou suas portas e os efeitos começaram a ser percebidos, sobretudo, nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, para os quais a Casa de Saúde servia de referência, com a proliferação das Comunidades Terapêuticas e estagnação da RAPS na região. Assim, o fechamento da Casa de Saúde Santa Teresa é tomado enquanto acontecimento - na perspectiva deleuziana – que nos ajuda analisar os desdobramentos do fechamento de um manicômio na cidade e na RAPS, em particular, no cenário de avanço de políticas fascistas, de neoliberalismo de guerra e de crise econômica e sanitária em decorrência da pandemia de COVID-19. Com esse objetivo foi realizada uma pesquisa cartográfica que se propôs acompanhar os fluxos e desdobramentos desse acontecimento na região, em articulação com a análise dos cenários em torno do manicômio de Barbacena e do hospital Colônia no Rio de Janeiro, grandes manicômios que também encerraram suas atividades. Muitos embates foram produzidos no campo políticoassistencial, na relação loucura-cidade, com atualização da lógica manicomial perpassando as ruínas do aparato hospitalar. Concluiu-se que a atualização da lógica manicomial opera incessantemente, solicitando a reinvenção dos modos de resistir. A desconstrução dos grandes manicômios e sua paulatina substituição no tecido social por dispositivos que mantém a lógica de exclusão, em tempos de crise política e de saúde solicita a retomada da memória para orientar insurgências e a criação de linhas de fuga. From the beginning of the 1970s to the year 2016, in the municipality of Crato, located in the south of Ceará, the Santa Teresa Health House operated. It was opened in the scenario of intense financial investment in psychiatric establishments in the country, in line with hygienic parameters and with the segregation logic present in the modes of organization of cities and circumscription of the place of subjects in psychic suffering. In 2016 the hospital closed its doors and the effects began to be perceived, especially in the municipalities of Crato, Juazeiro do Norte and Barbalha, for which the House of Health served as a reference, with the proliferation of Therapeutic Communities and stagnation of RAPS in the region. Thus, the closing of the Santa Teresa Health Home is taken as an event - in the Deleuziana perspective - that helps us analyze the developments of the closing of an asylum in the city and in RAPS, in particular, in the scenario of advancing fascist policies, of war neoliberalism and economic and health crisis as a result of the COVID-19 pandemic. With this objective, a cartographic survey was carried out that proposed to monitor the flows and developments of this event in the region, in conjunction with the analysis of the scenarios around the Barbacena asylum and the Cologne hospital in Rio de Janeiro, large asylums that also closed their activities. Many clashes were produced in the political-assistance field, in the madness-city relationship, with an update of the manicomial logic running through the ruins of the hospital apparatus. It was concluded that the updating of manicomial logic operates incessantly, requesting the reinvention of the ways of resisting. The deconstruction of the large asylums and their gradual replacement in the social fabric by devices that maintain the logic of exclusion, in times of political and health crisis calls for the recovery of memory to guide insurgencies and the creation of escape lines. |
Databáze: | OpenAIRE |
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