Poetry in conflict: identity marks in the contemporary Guinean poetry of Odete Semedo, Saliatu da Costa and Tony Tcheka

Autor: Melo, Luís Carlos Alves de
Přispěvatelé: Amorim, Claudia Maria de Souza, Ferreira, Muniz Gonçalves, Batalha, Maria Cristina, Campato Junior, João Adalberto
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2017
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron:UERJ
Popis: Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-05T15:15:49Z No. of bitstreams: 1 Luis Carlos Alves de Melo_dissertacao.pdf: 731811 bytes, checksum: e94371fdf2ba629ce1e553616fbfb91f (MD5) Made available in DSpace on 2021-01-05T15:15:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luis Carlos Alves de Melo_dissertacao.pdf: 731811 bytes, checksum: e94371fdf2ba629ce1e553616fbfb91f (MD5) Previous issue date: 2017-01-23 This paper examines how the poetry in Guinea-Bissau's Portuguese-language portrays literarily the recent conflicts over which the country has undergone and how such literarily elaborated conflicts have been shaping the Guinean identity in some respects. Seeking to present a review about the concepts of identities and nation as well as an exposition of the elements that represent this question, whose historiographic basis, from this research starting point, initiates in the conflicts dating from the struggles for independence to the present day. Thus, by carrying out a poetic analysis we seek to unravel how this narrative unfolds in the works of Odete Semedo's No fundo do canto (2007), Saliatu da Costa's Entre a Roseira e a Pólvora, o Capim (2011) and Tony Tcheka's Desesperança no Chão de Medo e Dor (2015), given that these poetic works are marked out in a context of intense conflicts in Guinea-Bissau. The reason for these choices is that when producing poetic works that depict the conflicting moments of the motherland, the authors contribute to the contestation and negotiation of the identities in the country, since it is in the arena of conflict that it becomes an issue. The narrative of a conflict is first and foremost to rescue and revive a memory. It is to remind the individuals of a "nation" of the hardships of a bitter, intractable and unforgettable past, in order to create a mark of resistance that will prevent this past from becoming a future threat. Thus, we observe that in producing such poetics these authors contributed to create a sphere of identity-sharing and forge a national unity, as Amílcar Cabral seems to have done quite so convincingly. We observe that the depicted conflicts described literarily in Guinea-Bissau are significant in order to understand the dynamics of production of a resistance literature, as well as to evidence the retelling of history of wars, coups and national shocks, and, in its limit, negotiate and forge a national identity and re-signify the meaning of the nation. Esse trabalho examina como a poesia em língua portuguesa da Guiné-Bissau retrata literariamente os conflitos recentes pelos quais o país tem passado e de que forma tais conflitos literariamente elaborados têm moldado a identidade guineense em alguns aspectos. Buscamos apresentar uma revisão acerca dos conceitos de identidades e nação bem como uma exposição dos elementos que figuram essa questão, cuja base historiográfica, do ponto de partida desta pesquisa, principia nos conflitos datados das lutas pela independência até os dias atuais. Desse modo, ao proceder uma análise poética buscamos desvendar como essa narrativa se desenvolve nas obras No fundo do canto (2007), de Odete Semedo, Entre a Roseira e a Pólvora, o Capim (2011), de Saliatu da Costa e Desesperança no Chão de Medo e Dor (2015), de Tony Tcheka, uma vez que essas obras poéticas estão balizadas em um contexto de conflitos intensos na Guiné-Bissau. A razão para essas escolhas é que, ao produzir obras poéticas que retratam os momentos conflituosos da pátria-mãe, os autores contribuem para a contestação e negociação das identidades no país, uma vez que é na arena do conflito que ela passa a ser uma questão. O narrar de um conflito é antes de mais nada, e sobretudo, resgatar e reviver uma memória. É relembrar aos indivíduos de uma nação as agruras de um passado amargo, intragável e inesquecível, de modo a criar uma marca de resistência que impeça esse passado de se transformar numa ameaça futura. Deste modo, observamos que ao produzir essa poética esses autores contribuíram para criar uma esfera de compartilhamento identitário e forjar uma união nacional, tal como Amílcar Cabral parece ter feito de forma bastante convincente. Constatamos que os conflitos descritos literariamente na Guiné-Bissau são significantes para se entender a dinâmica de produção de uma literatura de resistência, assim como para evidenciar o reconto da história das guerras, golpes e abalos nacionais, e, no limite, negociar e forjar uma identidade nacional e ressignificar o sentido da nação.
Databáze: OpenAIRE