Heidegger: from existential analytics to philosophy of interpellation
Autor: | Martins Filho, José Reinaldo Felipe |
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Přispěvatelé: | Almeida, Fábio Ferreira de, Herrmann, Friedrich-Wilhelm von, Casanova, Marco Antonio dos Santos, Duarte, Irene Filomena Borges, Korelc, Martina, Christino, Daniel |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFG Universidade Federal de Goiás (UFG) instacron:UFG |
Popis: | Desde a década de 1970 os estudos sobre o pensamento de Martin Heidegger no Brasil focalizaram sobretudo as intuições colhidas de Ser e Temo e algumas outras obras coetâneas. Ao longo dos últimos anos, contudo, mostrou-se cada vez mais crescente o interesse por textos relativos ao que se conhece como segunda fase do pensar heideggeriano, isto é, compilados em meio à reorientação dada pelo autor à sua filosofia a partir de 1930 em diante. Isso tanto no campo da análise interpretativa, quanto no implemento de traduções de obras até pouco tempo indisponíveis aos leitores brasileiros. Hoje o panorama é bem outro, tornando viável uma aproximação dos conceitos que atravessam de uma fase a outra e, mais que isso, garantem a “coesão interna” e/ou “organicidade” inerente à obra de Heidegger vista de maneira mais abrangente. Entre outras abordagens possíveis, esse é o caso do conceito Dasein, introduzido já nas preleções do início da década de 1920, embora com repercussão notadamente mais evidente a partir de Ser e Tempo. Àquela altura, com o propósito de reintroduzir à filosofia o questionamento sobre o sentido do ser em geral, Heidegger acabara por se deparar com dois problemas: de um lado, a impossibilidade de uma abordagem frontal a propósito do ser; de outro, a insuficiência da história da metafísica no tratamento dispensado ao tema. Justamente no horizonte desse impasse metodológico se localiza a eleição do ente dotado de precedência ôntico-ontológica, ou seja, o Dasein, o fenômeno humano tomado como existência. Existe, então, um embate crucial entre a função do Dasein, como aquele que negaria herança à metafísica tradicional, e um conceito que para Heidegger representara o seu máximo desdobramento, qual seja: o sujeito. Assim, o projeto de superação da metafísica é, em certo sentido, a tentativa de mover-se para além do sujeito, na exploração de um arsenal conceitual-hermenêutico completamente novo. Há, porém, quem suspeite da capacidade de Ser e Tempo na consecução desse intento – como é o caso de Edith Stein e Jean-Luc Marion – questionando até que ponto o Dasein pode ser tomado como foco de superação da metafísica. A propósito disso, os textos criados a partir da década de 1930 guardam importantes indicações sobre o processo de evolução seja da compreensão heideggeriana a respeito do ser, seja da reformulação do lugar atribuído ao conceito Dasein: desde a modificação em sua grafia, aparecendo daí em diante como Da-sein (separado por hífen), até os adjetivos que passaram a qualificá-lo, não mais o “detentor do ser”, mas o “buscador”, o “custódio”, o “cuidador da verdade”. Sobre isso, o contraponto com Ser e Tempo pode ser efetivado sobretudo a partir das Contribuições à Filosofia, material elaborado entre 1936 e 1938, mas publicado apenas em 1989. Na intermediação entre Ser e Tempo e as Contribuições, obras que podem ser consideradas os principais expoentes da trajetória de Martin Heidegger num espectro de mais de três décadas, a presente investigação tentará mensurar a função do conceito Dasein, suscitando-o como amálgama na continuidade de uma reflexão tencionada ao pensar inicial (Das anfängliche Denken). Since the 1970s, the studies on Martin Heidegger’s thought in Brazil have focused mainly on the insights gathered from Being and Time, and some other contemporary works. Over the past few years, however, there has been an increasing interest in texts related to what is known as the second phase of Heidegger’s Thought, that is, compiled in the midst of the reorientation given by the author to his philosophy from 1930 onwards. This is true not only in the field of interpretative analysis but also in the implementation of works’ translations that until recently were unavailable to Brazilian readers. Nowadays the panorama is quite different, making it possible to approach concepts that cross from one phase to another, and, more than that, guarantee the “internal cohesion” and/or “organicity” inherent in Heidegger’s work seen in a more comprehensive way. Among other possible approaches, this is the case of the Dasein concept, already introduced in the lectures of the early 1920s, although with a notably more evident repercussion from Being and Time. At that point, in order to reintroduce the question of the meaning of Being in general to Philosophy, Heidegger had come up against two problems: on the one hand, the impossibility of a frontal approach to Being; on the other, the insufficiency of the history of metaphysics in the treatment given to the theme. Precisely in the horizon of this methodological impasse is the election of the entity with ontic-ontological precedence, that is, Dasein, the human phenomenon perceived as existence. There is, then, a crucial conflict between the function of Dasein, such as the one that would deny inheritance to traditional metaphysics, and a concept that for Heidegger had represented its maximum unfolding, namely: the subject. Thus, the project to overcome metaphysics is, in a sense, the attempt to move beyond the subject, in the exploration of a completely new conceptual-hermeneutical apparatus. However, there are those who suspect the capacity of Being and Time to achieve this goal – as is the case with Edith Stein and Jean-Luc Marion – questioning the extent to which Dasein can be perceived as a focus for overcoming metaphysics. In this regard, the texts that have been created from the 1930s have important indications about the evolution process, whether from Heidegger’s understanding of Being, or from the reformulation of the place attributed to the Dasein concept: since the change in its spelling, appearing from there onwards as Da-sein (separated by a hyphen), even the adjectives that started to qualify him, no longer the “holder of the being”, but the “seeker”, the “custodian”, the “caregiver of the truth”. Thereupon, the counterpoint with Being and Time can be carried out mainly from Contributions to Philosophy, written between 1936 and 1938, although published only in 1989. In intermediation between Being and Time and Contributions to Philosophy, works that can be considered the main exponents of the trajectory of Martin Heidegger in a spectrum of more than three decades, the present investigation aims to measure the function of the Dasein concept, raising it as an amalgam in the continuation of a thought intended to the original thinking (Das anfängliche Denken). |
Databáze: | OpenAIRE |
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