Crianças e adolescentes em situação de violência : representações sociais dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
Autor: | Donato, Lyvia Maria Torres Moura |
---|---|
Přispěvatelé: | Nunes, Cristina Brandt, Gerk, Maria Auxiliadora de Souza |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2016 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFMS Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) instacron:UFMS |
Popis: | A violência é um problema de saúde pública e deve ser enfrentado por meio da formulação de políticas e capacitação profissional. A violência que envolve crianças e adolescentes é um tema complexo de ser tratado pelos profissionais de saúde, e estes demonstram dificuldade em atuarem nesses casos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é um componente da Rede de Atenção à Saúde cuja finalidade é oferecer atendimento préhospitalar móvel a urgências na cena do agravo. Crianças e adolescentes em situação de violência que apresentam riscos de morte característicos de urgência podem ser atendidos pelo SAMU. O objetivo desta pesquisa é compreender as representações sociais dos profissionais do SAMU frente a violência contra crianças e adolescentes. É descritiva de abordagem qualitativa e utiliza a Teoria das Representações Sociais. Foi efetivada no município de Campo Grande/MS, por meio da realização de entrevista semiestruturada com 19 profissionais do SAMU e posterior análise e interpretação dos dados com a utilização do método do Discurso do Sujeito Coletivo. Possibilitou a caracterização dos profissionais e resultou em 11 DSC, distribuídos em quatro categorias, sendo: Concepções sobre a violência contra a criança e o adolescente; Visibilidade à violência; Sentimentos despertados frente à violência; Atendimento do SAMU a crianças e adolescentes em situação de violência. As concepções sobre o fenômeno relacionam-se a injustiças e a constatação do ocorrido como uma consequência de dinâmica sociofamiliar que expõe crianças e adolescentes ao risco de sofrerem violência. Evidencia-se a omissão e cumplicidade familiar no intuito de esconder o ocorrido, a oportunidade de identificar a situação pelo fato do serviço ir à cena e a consideração de que é por meio da notificação que se rompe a cadeia da violência. Os entrevistados sentem-se impotentes frente ao fenômeno, com pesar por quem sofreu o ato violento e, raiva, revolta e desejo de vingança pelo autor da violência. O atendimento do SAMU à tais casos, requer preparo técnico e emocional e exige humanização no cuidado e apoio intersetorial. Constata-se que os profissionais do SAMU são tecnicamente competentes, conscientes de seus deveres legais, éticos e morais e possuem reconhecimento pessoal e da população pelo desempenho do serviço. Salvar a vida de crianças e adolescentes em situação de violência é motivação para o enfrentamento das dificuldades. Entretanto, a formação dos profissionais de saúde não os capacita para realização de tais atendimentos, evidencia-se dificuldades em lidar com o tema, necessidade de capacitação para identificação dos sinais de violência, implementação de protocolo de notificação e desenvolvimento de ações de apoio emocional frente à tais situações. ABSTRACT - Violence is a public health problem and should be addressed through the formulation of policies and vocational training. Violence involving children and adolescents is a complex issue to be treated by health professionals, and they demonstrate difficulty in acting in such cases. The Mobile Emergency Service (SAMU) is a component of the Health Care Network whose purpose is to provide mobile prehospital emergency in the scene of the incident. Children and adolescents in situations of violence that have risks of death characteristic of emergency can be met by the SAMU. The objective of this research is to understand the social representations of SAMU front of professionals violence against children and adolescents. It is descriptive qualitative approach and uses the Theory of Social Representations. It was carried out in the city of Campo Grande / MS, by conducting semi-structured interviews with 19 professionals SAMU and subsequent analysis and interpretation of data using the Collective Subject Discourse method. It enabled the characterization of professionals and resulted in 11 DSC, divided into four categories, namely: Conceptions about violence against children and adolescents; Visibility to violence; Feelings aroused to violence; Call SAMU to children and adolescents in situations of violence. The conceptions about the phenomenon relate to injustice and the realization of the event as a social-family dynamics consequently exposing children and adolescents to the risk of violence. Highlights the omission and complicity family in order to hide the fact, the opportunity to identify the situation because of the service to go to the scene and the consideration that it is through the notification that breaks the chain of violence. Respondents feel powerless against the phenomenon with grief for those who have suffered the violent act and, anger, anger and desire for revenge by the author of violence. The service SAMU to such cases, requires technical and emotional preparation and requires humanization of care and intersectoral support. it appears that SAMU professionals are technically competent, aware of their legal, ethical and moral duties and have personal recognition and the population for the performance of the service. Save the lives of children and adolescents in situations of violence is motivation to face the difficulties. However, the training of health professionals does not enable them to carry out such visits, it is evident difficulties in dealing with the issue, the need for training to identify signs of violence, notification protocol implementation and development of emotional support actions forward to such situations. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |