Práticas cotidianas e processos de territorialização: um estudo com jovens trabalhadores
Autor: | Alice Gerlane Cardoso da Silva |
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Přispěvatelé: | Kely César Martins de Paiva, Cristiana Trindade Ituassu, Diogo Henrique Helal, José Ricardo Costa de Mendonça, Jefferson Rodrigues Pereira |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
Popis: | CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Nesta tese busquei compreender como ocorrem as práticas cotidianas no processo de territorialização dos espaços vivenciados por jovens trabalhadores a partir de sua inserção na IESP. Alicercei-me teoricamente em Certeau (1994), Certeau, Giard e Mayol (1996) e Raffestin (1993), tendo em vista que considero que é por meio das ações dos sujeitos, seja na condição de tática, estratégia ou conveniência, que o processo de territorialização ocorre. Em outras palavras, o cotidiano não se trata apenas de meras situações rotineiras e padronizadas. Ele é uma composição desordenada de práticas cotidianas de liberdade, seja de obediência ou de insubordinação, expressas em todo gesto e, por vezes, imperceptíveis às forças de controle. A territorialização, por sua vez, é entendida como um processo complexo, sistemático e não linear, que acontece quando o sujeito se apropria de um espaço, seja de forma concreta ou abstrata. Portanto, nesta pesquisa discorro sobre as práticas dos sujeitos (CERTEAU, 1994) que acontecem no sistema territorial (RAFFESTIN, 1993) e que ocasionam os processos de territorialização dos jovens trabalhadores e, consequentemente, a territorialidade. O homem ordinário, neste estudo, é representado pelo jovem (pobre) trabalhador. Para tanto, por meio de uma pesquisa de natureza qualitativa, realizei observação participante e entrevistas de história oral temática com 22 jovens trabalhadores no mês de fevereiro de 2019. Para interpretar os dados coletados, utilizei a análise de narrativas. De um modo geral, a análise sugere que práticas diversas são empreendidas pelos jovens visando a manutenção de sua convivência em tais espaços, constituindo-se, dessa forma, em territórios nos quais eles agem e reagem no seu cotidiano. Tais práticas se configuram como pequenas artimanhas e podem ser do tipo táticas ou de conveniência. Elas foram apreendidas na IESP e possuem características de acomodação ou aspectos criativos, de emancipação. Deste modo, os jovens trabalhadores agem no sistema territorial, constituído de tessituras, nós e redes, por meio das práticas e das relações de poder e, assim, constroem uma territorialidade, fenômeno que tanto ocasiona como resulta da territorialização. Por fim, concluo que os jovens acabam replicando as operações silenciosas e quase invisíveis que realizam no território da IESP e se utilizam, para tanto, das mesmas astúcias para operar nas fissuras dos mecanismos presentes nos outros espaços, como forma de resistir ao que se impõe. In this thesis dissertation, I aimed to understand how daily life practices occur in the process of territorialization of spaces experienced by young workers from their insertion at IESP. I was theoretically based on Certeau (1994), Certeau, Giard and Mayol (1996) and Raffestin (1993), considering that it is through the individual actions, whether as tactics, strategy or convenience, that the territorialization process takes place. In other words, daily life is not just about mere routine and standardized situations. It is a disordered composition of daily practices of freedom, whether of obedience or insubordination, expressed in every gesture and sometimes imperceptible to the forces of control. Territorialization, in turn, is understood as a complex, systematic and non-linear process, which happens when the subject appropriates a space, either in a concrete or abstract way. Therefore, in this research I discuss the practices of the individuals (CERTEAU, 1994) that occur in the territorial system (RAFFESTIN, 1993) and that cause the processes of territorialization of young workers and, consequently, territoriality. The ordinary man, in this study, is represented by the young (poor) worker. Therefore, through a qualitative research, I carried out participant observation and thematic oral history interviews with 22 young workers in February 2019. To interpret the collected data, I used narrative analysis. In general, the analysis suggests that different practices are undertaken by young workers in order to maintain their coexistence in such spaces, thus constituting territories in which they act and react in their daily lives. Such practices are configured as small tricks and can be tactical or convenience. They were apprehended at the IESP and have characteristics of accommodation or creative, emancipatory aspects. Thus, young workers act in the territorial system, made up of textures, nodes and networks, through practices and power relations and, thus, build a territoriality, a phenomenon that both causes and results from territorialization. Finally, I conclude that young workers end up replicating the silent and almost invisible operations that they carry out in the territory of the IESP and, for that purpose, they use the same cunning to operate in the fissures of the mechanisms present in other spaces, as a way of resisting what is imposed. |
Databáze: | OpenAIRE |
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