Teoria hilemórfica da política: uma interpretação do método do pensamento político de Hannah Arendt

Autor: SANTOS, Luiz Carlos Brito dos
Přispěvatelé: VAZ, Celso Antônio Coelho
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2012
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFPA
Universidade Federal do Pará (UFPA)
instacron:UFPA
Popis: O método do pensamento político de Hannah Arendt é deveras heterodoxo e poliformal. Qualquer tentativa de interpretá-lo defronta-se com grandes dificuldades, ainda mais se levarmos em consideração que Arendt deixou poucas informações que pudessem esclarecê-lo. Entretanto, talvez seja possível contornar essas dificuldades hermenêuticas, na medida em que selecionamos as perspectivas do método arendtiano a serem desenvolvidas, afastando e silenciando outras – o que já faz parte do “jogo das aparências”. Trata-se, portanto, de uma espécie de quebra-cabeças que pode ser montado de diferentes maneiras, sem que se esgotem suas possibilidades. Mesmo porque, além de questionar a estrutura sistemática do pensamento filosófico tradicional, Arendt não pretendia dar uma forma definitiva ao seu pensamento, deixando sempre margem de manobra para futuras alterações. Nesse sentido, a proposta desse trabalho é interpretar o método, ou os métodos, do pensamento político de Hannah Arendt a partir de uma abordagem hilemórfica. Para tanto, desenvolveremos quatro capítulos, nos quais serão abordadas diferentes perspectivas do método arendtiano, mas sempre voltadas ao espectro da matéria e da forma que ela projetou em seus procedimentos. O primeiro capítulo tratará da genealogia dos modos do pensar totalitário, como a forma de engajamento e combate de Arendt contra os sistemas totalitários. O segundo capítulo abordará os aspectos propositivos do pensamento arendtiano, fixando-se nos conceitos nucleares que compõem sua teoria política. O terceiro capítulo investigará o papel da Vontade enquanto animadora da ação política, mostrando como Arendt realizou a passagem da filosofia da vontade para a liberdade da ação política. O quarto capítulo tratará das conexões hilemórficas presentes na relação entre as faculdades de pensar e julgar. Por fim, quem sabe os procedimentos metodológicos de Arendt não possam ser vistos como o início de uma filosofia da liberdade? The method of political thought of Hannah Arendt is quite heterodox and multiform. Any attempt to interpret it is faced with great difficulties, especially if we consider that Arendt left little information that could clarify it. However, it may be possible to circumvent these difficulties hermeneutics, insofar as we select the prospects of the method of Arendt to be developed, be carried away and silencing others – which is already part of the game of appearances. It is thus a kind of puzzle that can be mounted in different ways, without being exhausted its possibilities. Even because, besides questioning the systematic structure of the traditional philosophical thought, Arendt did not intend to give a definite shape to his thought, always leaving room for future changes. Therefore, the purpose of this study is to understand the method or methods, the political thought of Hannah Arendt from Hylomorphic approach. So, we developed four chapters, which will be addressed in different perspectives of the method Arendt, but always directed to the spectrum of matter and the way it projected in its procedures. The first chapter treats of the genealogy of totalitarian ways of thinking, such as how to engage and fight against Arendt’s totalitarian systems. The second chapter will deal with the propositional aspects of Arendt’s thought, setting on the core concepts that compose his political theory. The third chapter investigates the role of the Will while encouraging political action, showing how Arendt made the passage of the philosophy of the Will to freedom of the political action. The fourth chapter will deal with Hylomorphic connections in the relationship between the faculties of thinking and judging. Finally, perhaps the methodological procedures of Arendt cannot be seen as the beginning of the philosophy of freedom?
Databáze: OpenAIRE