Avaliação de manifestações orais e a percepção sobre o atendimento odontológico em pessoas vivendo com HIV em tratamento antirretroviral

Autor: Souza, Brisa Ketrine Lustosa de
Přispěvatelé: Aquino, Sibele Nascimento de, Paranaíba, Lívia Máris Ribeiro, Carvalho, Rodrigo Furtado de
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFJF
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
Popis: A infecção pelo vírus HIV é caracterizada por imunossupressão e pode apresentar manifestações na região da cabeça, incluindo lesões orais que podem ser os primeiros sinais clínicos da infecção. Essas manifestações podem indicar a deterioração imunológica e progressão da doença. O objetivo dessa dissertação foi avaliar manifestações orais e a percepção sobre o atendimento odontológico em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) em tratamento antirretroviral. Foi realizado um estudo do tipo misto, divido em dois capítulos. O primeiro capítulo refere-se a um estudo quantitativo, que teve como objetivo avaliar a prevalência de lesões orais em PVHIV e sua associação com contagem de CD4, carga viral e terapia antirretroviral. O segundo capítulo possui desenho qualitativo, para avaliar sob a percepção da PVHIV, a ocorrência de atitudes discriminatórias quanto ao atendimento odontológico. Os resultados indicaram manifestações orais em 58,39% dos pacientes. Dentre essas, a doença periodontal com e sem mobilidade, 78(48,45%) e 79 (49,07%), respectivamente, foi observada com maior frequência, seguida de hiperpigmentação da mucosa oral 23 (14,29%), eritema gengival linear (LGE) 15 (9,32%), candidose pseudomembranosa 14 (8,70 %). Encontrou-se relação entre doença periodontal com mobilidade dentária e tabagismo (p = 0,04), bem como tempo de tratamento (p = 1,53e-3) e idade (p = 0,02). A hiperpigmentação esteve relacionada à raça (p = 0,01) e tabagismo (p = 1,30e-6). A contagem de CD4, razão CD4: CD8, carga viral ou tipo de tratamento (monoterapia, terapia dual ou HAART) não foram associados às manifestações orais. Análise de regressão logística indicou que o tempo de tratamento possui efeito protetor sobre a doença periodontal com mobilidade dentária ([OR = 0,28 (-2,27--0,25); p= 0,03]), independente da idade ou tabagismo. Para hiperpigmentação, o melhor modelo incluiu tabagismo ([OR8,47 (1,18-3,10), p = 1,31e-5), sem raça ou tipo e tempo de tratamento. No capítulo 2 emergiram duas categorias, o receio da informação do diagnóstico ao profissional de saúde e a recusa de atendimento por profissionais da saúde. Os resultados mostraram que podem ser observadas manifestações orais em PVHIV em tratamento, predominantemente a doença periodontal com ou sem mobilidade dentária. Os dados indicam ainda que existe um efeito protetor da duração do tratamento em relação à doença periodontal com mobilidade e que a hiperpigmentação parece estar mais relacionada ao tabagismo do que ao tipo e duração do tratamento. Os resultados mostraram ainda que há o receio entre os pacientes em informar seu diagnóstico ao cirurgião-dentista, omitindo-o, e que houve percepção da presença de atitudes discriminatórias por cirurgiões-dentistas, incluindo a recusa do atendimento e o uso excessivo de medidas de biossegurança em PVHIV. HIV infection is characterized by immunosuppression and present manifestations in the head region, including oral lesions that may be the first clinical signs of infection. These manifestations may indicate immunological deterioration and disease progression. This dissertation aimed to evaluate oral manifestations and the perception of dental care in people living with HIV (PLHIV) undergoing antiretroviral treatment. A mixed-type study was carried out, divided into two chapters. The first chapter refers to a quantitative study, which aimed to assess the prevalence of oral lesions in patients living with HIV infection and its association with CD4 count, viral load, and antiretroviral therapy. The second chapter has a qualitative design, to assess, under the perception of PLHIV, the occurrence of discriminatory attitudes regarding dental care. Oral manifestations were observed in 58.39% of patients. Periodontal disease with or without mobility, 78 (48.45%) and 79 (49.07%), respectively, was most frequently observed, followed by hyperpigmentation of the oral mucosa 23 (14.29%), linear gingival erythema (LGE) 15 (9.32%), pseudomembranous candidiasis 14 (8.70%). A relationship was found between periodontal disease and tooth mobility and smoking (p = 0.04), as well as duration of treatment (p = 1.53e-3) and age (p = 0.02). Hyperpigmentation was related to race (p = 0.01) and smoking (p = 1.30e-6). CD4 count, CD4:CD8 ratio, viral load, or type of treatment were not associated with oral manifestations. Logistic regression showed that treatment time has a protective effect on the periodontal disease with tooth mobility ([OR = 0.28 (-2.27--0.25); p-value 0.03]), regardless of age or smoking. For hyperpigmentation, the best model included smoking ([OR8.47 (1.18-3.10), p = 1.31e-5), without race or type and/or time of treatment. In chapter 2, two categories emerged, the fear of informing the health professional about the diagnosis and the refusal of care by health professionals. Our results showed that oral manifestations were observed in PLHIV under treatment, predominantly periodontal disease with or without tooth mobility. The data indicate that there is a protective effect of treatment duration to periodontal disease with mobility and that hyperpigmentation seems to be more related to smoking than to the type and duration of treatment. The results showed that there is a fear among patients to inform the dentist about their diagnosis, omitting it and that there was a perception of the presence of discriminatory attitudes by dentists, including refusal of care and excessive use of biosafety measures in PLHIV
Databáze: OpenAIRE