Como a perda de unidades de conservação de proteção integral e terras indígenas influenciam a provisão de serviços ecossistêmicos
Autor: | Maiume Rughania Sá Soares |
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Přispěvatelé: | Ubirajara de Oliveira, Leonardo Sousa Carvalho, Sónia Maria Carvalho Ribeiro |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
Popis: | Os remanescentes de vegetação nativa se destacam por possuírem alta diversidade biológica e por realizarem processos ecológicos, por meio dos quais são produzidos diversos benefícios ao homem. Estes benefícios referem-se aos serviços ecossistêmicos fornecidos pelos ambientes naturais. No entanto, ao longo dos anos, as atividades antrópicas vêm sendo cada vez mais recorrentes para suprir demandas de bens e serviços à população humana, causando pressões nas áreas de remanescentes de vegetação nativa. Neste contexto, entre as alternativas para se preservar os remanescentes de vegetação, as unidades de conservação se enquadram como uma categoria de áreas protegidas, através da qual é possível impedir ou mitigar as pressões antrópicas em seus limites, bem como os impactos à biodiversidade. Ainda que estas áreas tenham caráter de proteção estabelecido por lei, preservem os recursos naturais, e produzam benefícios ao bem estar humano, o mundo vivencia diversas perdas de unidades de conservação. O evento denominado por pesquisadores pela sigla PADDD (Protected Areas Downgrading, Downsizing and Degazettement), refere-se às mudanças legais que facilitam as restrições ao uso, diminuem os limites ou eliminam completamente a proteção legal imposta nestas áreas. Além das unidades de conservação, as terras indígenas também desempenham papel de essencial importância para manutenção dos recursos naturais, haja vista que os povos indígenas detêm os direitos originários das áreas que habitam e as utilizam para a valorização e o contato com a natureza. Apesar disso, estas áreas sofrem pressões antrópicas, principalmente elacionada à atividade minerária. Os efeitos dos impactos ambientais são ainda maiores, quando sua ocorrência se dá em países megadiversos, como o Brasil, que possui áreas de extrema diversidade biológica, além de espécies endêmicas. Neste contexto, esse trabalho teve o objetivo de simular os impactos das perdas de unidades de conservação e terras indígenas em termos de perda de biodiversidade e impactos ambientais, utilizando-se da Modelagem de Monte Carlo. Assim, os procedimentos metodológicos compreenderam três etapas. Inicialmente, foram definidas as variáves de entrada, baseadas nos serviços ecossistêmicos. Com a definição das variáveis, a segunda etapa consistiu na busca por bancos de dados, ou parâmetros que possibilitassem a quantificação destas variáveis, desenvolvendo-se modelos para a mensuração de cada uma delas. A terceira etapa consistiu na simulação de cenários com o uso do Modelo de Monte Carlo. O método foi desenvolvido através da plataforma para modelagem de sistemas ambientais DINAMICA EGO, a partir da qual, foram simulados cenários com diferentes quantitativos de perda de áreas protegidas para termos um resultado médio para cada cenário. Este resultado médio foi obtido realizando-se a repetição do procedimento diversas vezes, com o propósito de se reduzir os efeitos de cada sorteio da perda. Como resultados, obtivemos os valores das perdas de áreas de vegetação nativa e áreas com prioridades para conservação, valores médios de assoreamento, perda de solo e biomassa. Estes dados indicaram a importância da manutenção das florestas intactas para a conservação dos recursos naturais e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Verificamos que existe insuficiência de estudos relativos ao conhecimento da biodiversidade nos limites das áreas protegidas analisadas, além da necessidade de se proteger áreas com prioridade para conservação, nas quais há conhecimento da distribuição geográfica da biodiversidade, mas que não possuem proteção especial. Remnants of native vegetation stand out for having high biological diversity and for carrying out ecological processes, through which various benefits to man are produced. These benefits refer to ecosystem services provided by natural environments. However, over the years, human activities have been increasingly recurrent to supply demands for goods and services to the human population, causing pressure in areas of remnants of native vegetation. In this context, among the alternatives to preserve the remnants of vegetation, conservation units fit as a category of protected areas, through which it is possible to prevent or mitigate anthropic pressures at their limits, as well as impacts on biodiversity. Even though these areas have a protection character established by law, preserve natural resources, and produce benefits for human well-being, the world experiences several losses of conservation units. The event named by researchers by the acronym PADDD (Protected Areas Downgrading, Downsizing and Degazettement), refers to legal changes that ease restrictions on use, lower limits or completely eliminates the legal protection imposed in these areas. In addition to the conservation units, indigenous lands also play an essential role in maintaining natural resources, given that indigenous peoples have rights related to the areas they inhabit and, as such, they use them for valuing and contacting nature. Despite this, these areas suffer anthropic pressures, mainly related to mining activity. The effects of environmental impacts are even greater when they occur in megadiverse countries, such as Brazil, which has areas of extreme biological diversity, in addition to endemic species. In this context, the objective of the work is to simulate the impacts of loss of conservation units and indigenous lands in terms of biodiversity loss and environmental impacts. This is done using Monte Carlo Modeling. Thus, the methodological procedures comprise three stages. Initially, input variables were defined, which were based on ecosystem services. With the definition of the variables, the second stage consisted of searching for databases or parameters that enable the quantification of these variables, developing models to measure each one of these. The third step is the simulation of scenarios using the Monte Carlo Model. The method was developed through the platform for modeling environmental systems DYNAMIC EGO, from which scenarios with different amounts of loss of protected areas were simulated to have an average result for each scenario. This average result was obtained by repeating the procedure several times, in order to reduce the effects of each draw of the loss. As a result, we obtained the values of losses of areas of native vegetation and areas with priorities for conservation, average values of silting, loss of soil and biomass. These data indicated the importance of keeping forests intact for the conservation of natural resources and mitigating the effects of climate change. We found that there is a lack of studies related to the knowledge of biodiversity within the limits of the protected areas analyzed, in addition to the need to protect areas with priority for conservation, in which there is knowledge of the geographical distribution of biodiversity, but which do not have special protection. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |