PENSAR O TEMPO PARA CONSTRUIR UM MÉTODO: A DESCONTINUIDADE HISTÓRICA EM GASTON BACHELARD

Autor: Almeida, Tiago Santos
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: rth |; Vol. 21 No. 1 (2019): Teoria da História e Teoria Política; 168-190
rth |; v. 21 n. 1 (2019): Teoria da História e Teoria Política; 168-190
Revista de Teoria da História
Universidade Federal de Goiás (UFG)
instacron:UFG
ISSN: 2175-5892
Popis: In this article, we discuss the epistemological status of historical discontinuity in Bachelard. In the 1950's and 60's, notably in the works of Canguilhem, the discontinuous approach had already become a procedure, among others, integrated with the history of the sciences as an exigency of the specific objects selected by the historian. However, initially, that is, in Bachelard's work, the "hypothesis of discontinuity and multiplicity of time" was thought from its double historiographic and transcendental character. In this article, we argue that Bachelard's criticisms towards authors such as Comte and Meyerson denounced the solidarity between the theories of knowledge that advocated a continuity between scientific spirit and common sense and the continuing theories of the history of science - which argued that scientific knowledge was progressively formed by accumulation from common experience. In the last pages, we argue that the theoretical value of the Bachelard's reflection on historical time is determined by the conceptual and epistemological transformations in the notion of "method". Neste artigo, propomos uma reflexão sobre o estatuto epistemológico da descontinuidade histórica na obra de Gaston Bachelard. Em meados do século passado, notadamente a partir da obra de Georges Canguilhem, a abordagem descontinuísta já havia se transformado em um procedimento, entre outros, integrado à história das ciências por exigência dos objetos específicos selecionados pelo historiador. No entanto, inicialmente, isto é, na obra de Bachelard, a “hipótese da descontinuidade e da multiplicidade do tempo” foi pensada a partir de seu duplo caráter historiográfico e transcendental. Neste artigo, mostramos que as críticas de Bachelard a autores como Comte e Émile Meyerson denunciavam a solidariedade entre as teorias do conhecimento que defendiam uma continuidade entre espírito científico e senso comum e as teorias continuístas da história da ciência – que defendiam que o conhecimento científico se formava progressivamente por acúmulo a partir da experiência comum. Por fim, mostramos que o valor epistemológico da reflexão sobre o tempo histórico em Bachelard é determinado pela transformação que ele provoca na noção de “método” em relação àquela que vigorava na filosofia e na historiografia das ciências do século XIX e início do século XX.
Databáze: OpenAIRE