Efeito do congelamento da marcha e da medicação antiparkinsoniana na marcha de indivíduos com doença de parkinson
Autor: | Shida, Thiago Kenzo Fujioka |
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Přispěvatelé: | Coelho, Daniel Boari, Fukuchi, Reginaldo Kisho, Mochizuki, Luis, Universidade Federal do ABC |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
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Zdroj: | Repositório Institucional da UFABC Universidade Federal do ABC (UFABC) instacron:UFABC |
Popis: | Orientador: Prof. Dr. Daniel Boari Coelho Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós Graduação em Engenharia Biomédica. São Bernardo do Campo, 2022 Indivíduos com doença de Parkinson (DP) apresentam alterações na marcha devido às complicações da patologia, como maior rigidez muscular, bradicinesia, menor automaticidade dos movimentos e problemas de equilíbrio postural. O tratamento padrão ouro da DP é a terapia farmacológica, que melhora sintomas motores e não motores da doença. Estudos reportam os efeitos da medicação, principalmente dopaminérgica, sobre os parâmetros espaço-temporais da marcha, mas poucos estudos avaliaram os efeitos sobre os parâmetros cinemáticos e cinéticos. Um fator que altera os parâmetros da marcha desses indivíduos é a presença de congelamento da marcha (CM). No entanto, não é documentada a interação entre CM e medicação antiparkinsoniana na marcha da DP. Dessa forma, o objetivo deste estudo é a avaliação dos efeitos da medicação antiparkinsoniana e da presença de congelamento da marcha nos parâmetros cinemáticos e cinéticos da marcha de indivíduos com DP. Participaram deste estudo 22 indivíduos com diagnóstico clínico de DP idiopática (17 homens e 5 mulheres; idade média = 64,1 anos, DP = 10,5; altura média = 166,8 cm, DP = 7,1; peso médio = 71,4 kg, DP = 12,3), sendo 11 com congelamento de marcha (CM+) e 11 sem congelamento de marcha (CM-). Os participantes com DP foram avaliados no período ON e OFF medicação. Para o grupo controle, foram selecionados 18 participantes saudáveis pareados pela idade de uma base de dados aberta (FUKUCHI et al., 2018). Todos os participantes andaram no chão em uma passarela com 10 metros de comprimento com uma velocidade confortável e autosselecionada. As variáveis cinemáticas e cinéticas da marcha e as características clínicas dos grupos em cada condição foram comparadas nas seguintes análises: Grupo DP CM+ e DP CM- ambos na condição ON e grupo controle; Grupo DP CM+ e DP CM- ambos na condição OFF e grupo controle; Grupo (DP CM+ e DP CM-) e condição (ON e OFF). Modelos lineares de efeitos mistos foram ajustados, controlando para diferenças entre grupos encontradas nas características demográficas e escalas clínicas para comparação entre grupos com DP. Para comparação entre os grupos DP e o grupo controle foi utilizado a análise de variância (ANOVA). O nível de significância para todas as análises foi estabelecido em a = 0.05 e para análise de interações foi utilizado o post hoc de Bonferroni. As diferenças cinemáticas apresentadas entre os grupos CM+ e CM- foram principalmente em articulações distais: maior flexão do joelho no contato inicial, maior flexão mínima do joelho no apoio terminal, menor pico de flexão-plantar do tornozelo na resposta a carga e maior dorsiflexão do tornozelo durante a fase de balanço em comparação ao grupo CM-. Com relação a condição medicamentosa, os grupos em estado ON apresentaram alterações na amplitude de movimento de articulações tanto distais quanto proximais: maior pico de flexão do joelho durante a fase de balanço, maior amplitude de rotação pélvica e maior amplitude de adu/abdução do quadril em comparação ao estado OFF. Não foram observadas diferenças na análise de interação Grupo*Condição, ou seja, a medicação antiparkinsoniana apresentou melhoras nos parâmetros cinemáticos e cinéticos da marcha de indivíduos com DP CM+ e CM- de forma igualitária. A análise entre os grupos DP e Controle resultaram em uma maior quantidade de diferenças de parâmetros cinemáticos do grupo CM+; e ambos os grupos DP, independente da condição medicamentosa, apresentaram menor aplicação de força durante o segundo pico da componente vertical da FRS quando comparados ao grupo Controle. Conclui-se com este estudo que o congelamento de marcha afeta principalmente articulações distais dos membros inferiores e que a medicação antiparkinsoniana afeta a amplitude de movimento de articulações tanto distais quanto proximais na marcha de indivíduos com DP. Os efeitos da medicação nos parâmetros cinemáticos e cinéticos da marcha atuam de forma análoga entre os grupos com e sem CM. Em comparação a indivíduos saudáveis, o grupo CM+ apresenta maiores diferenças na marcha do que o grupo CM-; de modo geral, indivíduos com DP apresentam menores aplicações de força durante o período de impulso. Individuals with Parkinson¿s disease (PD) present changes in gait due to complications of the pathology, such as greater muscle rigidity, bradykinesia, less automaticity of movements, and postural balance problems. The standard gold treatment for PD is pharmacological therapy with dopaminergic medication, which improves motor and non-motor issues of the disease. Studies report the effects of dopaminergic medication on spatiotemporal gait parameters, but few studies have evaluated the effects on kinematic and kinetic parameters. A factor that changes the gait parameters of these individuals is the presence of freezing of gait (FoG). However, the interaction between FoG and antiparkinsonian medication on PD gait is not documented. Thus, this study aims to evaluate the effects of antiparkinsonian medication and the presence of freezing of gait on the kinematic and kinetic parameters of gait in individuals with PD. Twenty-two individuals with a clinical diagnosis of idiopathic PD (17 men and 5 women; mean age = 64.1 years, SD = 10.5; mean height = 166.8 cm, SD = 7.1; mean weight = 71.4) participated in this study kg, SD = 12.3), being 11 with freezing of gait (FoG +) and 11 without freezing of gait (FoG-). Participants with PD were evaluated in the ON and OFF medication periods. For the control group, 18 healthy age-matched participants were selected from an open database (FUKUCHI et al., 2018). All participants walked on the floor on a 10- meter-long walkway at a comfortable, self-selected speed. The kinematic and kinetic variables of gait and the clinical characteristics of the groups in each condition were compared in the following analyses: Group PD FoG+ and PD FoG- both in the ON condition and control group; Group PD FoG+ and PD FoG- both in the OFF condition and control group; Group (PD FoG+ and PD FoG-) and Condition (ON and OFF). Linear mixed-effects models were fitted, controlling for differences between demographic characteristics and clinical scales of PD groups. To compare the PD and control group, analysis of variance (ANOVA) was used. The level of significance for all analyzes was set at a = 0.05, and for the analysis of interactions, the post hoc of Bonferroni was used. The kinematic differences presented between the FoG+ and FoG- groups were mainly in distal joints: greater knee flexion at initial contact; greater minimal knee flexion in terminal stance; lower ankle plantar flexion peak in load response, and higher ankle dorsiflexion during the swing phase compared to the FoGgroup. Regarding the effect of medication, both groups had ON state changes in the range of motion of both distal and proximal joints: higher peak knee flexion during the swing phase, a greater range of pelvic rotation, and a greater range of hip adduction/abduction compared to the OFF state. No differences were observed in the analysis of the Group*Condition interaction, the antiparkinsonian medication, which showed improved kinematic and kinetic gait parameters in the groups FoG+ and FoG- equally. The analysis between the PD and control groups resulted in greater differences in kinematic parameters in the FoG+ group; both PD groups, regardless of medication state, showed a lower second peak of vertical ground reaction force than the control group. This study concluded that FoG mainly affects lower limb distal joints and that antiparkinsonian medication affects the range of motion of both distal and proximal joints in the gait of individuals with PD. The effects of medication on the kinematic and kinetic gait parameters act similarly between the groups with and without FoG. Compared to healthy individuals, the FoG+ group showed greater differences in gait than the FoG- group; in general, individuals with PD present lower force applications during the impulse period. |
Databáze: | OpenAIRE |
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