Saúde do trabalhador na atenção básica: condições de trabalho e demandas em saúde em oficinas automotivas do território

Autor: Silva, Vanessa Salgado Silva
Přispěvatelé: Pena, Paulo Gilvane Lopes, Lima, Mônica Angelim Gomes de, Dias, Elizabeth Costa
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2018
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFBA
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
Popis: Submitted by Pós graduação Saúde, Ambiente e Trabalho (ppgsat4@gmail.com) on 2020-01-08T14:48:55Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Final - VANESSA.pdf: 1320228 bytes, checksum: 7b380abfb8f2cb96d7de8c9d814a218e (MD5) Approved for entry into archive by Delba Rosa (delba@ufba.br) on 2020-02-04T14:54:33Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Final - VANESSA.pdf: 1320228 bytes, checksum: 7b380abfb8f2cb96d7de8c9d814a218e (MD5) Made available in DSpace on 2020-02-04T14:54:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação Final - VANESSA.pdf: 1320228 bytes, checksum: 7b380abfb8f2cb96d7de8c9d814a218e (MD5) Introdução: As práticas de saúde mais próximas do cotidiano de vida e trabalho das comunidades estão vinculadas à Atenção Básica. Trabalhadores residentes e não residentes do território da Estratégia Saúde da Família (ESF) executam atividades produtivas, as quais incluem serviços de natureza informal e familiar, com condições precárias de trabalho, reforçando a necessidade de aproximação entre ESF e trabalhadores do território. Dentre essas atividades, as oficinas de reparo automotivo apresentam-se em grande quantidade e envolvem a exposição a diversos agressores à saúde. Objetivo: Compreender as condições de trabalho e as demandas de atenção à saúde dos trabalhadores de oficinas de reparação automotiva inseridos no território da ESF em um distrito sanitário do município de Salvador - Bahia/Brasil. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo e exploratório, com perspectiva socioantropológica e aproximações etnográficas, utilizando elementos da análise ergonômica do trabalho. As oficinas foram selecionadas buscando garantir a representação da diversidade de serviços e de configurações de trabalho, mediante reconhecimento junto aos agentes comunitários de saúde e identificação de informanteschave. Foram realizadas observações sistemáticas, anotações em diário de campo e entrevista semiestruturada. Para análise das informações foi utilizado o procedimento qualitativo de Análise de Conteúdo, utilizando a modalidade da análise temática, assim como elementos da Análise Ergonômica do Trabalho. Resultados: Foram identificadas e visitadas 45 oficinas no território, as quais possuem efetivo de 1 a 9 trabalhadores, força de trabalho exclusivamente masculina e idade entre 17 e 80 anos. Muitas possuem uma organização familiar, sendo comum a presença do trabalho informal, com jornada de trabalho flexível; remuneração baixa e variável; inconstância/ausência de férias e planejamento previdenciário; e ambientes de trabalho insalubres. Os principais riscos identificados foram: manipulação de produtos químicos, arranjos físicos, ferramentas e posturas inadequadas, uso de máquinas e equipamentos sem proteção, manuseio de produtos inflamáveis e projeção de peças e partículas sobre o corpo. Embora apresentem pouca ou nenhuma demanda de cuidado no nível da atenção primária, foram relatadas dor na coluna e nos membros superiores, problemas odontológicos, respiratórios e sistêmicos, assim como demanda por atualização do cartão vacinal. Os trabalhadores acreditam ter uma boa saúde, menosprezando sintomas considerados comuns, e não demonstram uma relação de vínculo e cuidado na USF de seu território, embora familiares frequentem ou sejam visitados por profissionais da unidade, relatando busca direta por serviços especializados e de emergência. Conclusão: Foram evidenciadas as condições de um trabalho tradicionalmente precário e que se degrada em função da precarização das relações, apresentando características responsáveis pela transformação do trabalho em um gerador de desigualdade em saúde. O presente estudo demonstra a necessidade da adoção de medidas na esfera da proteção à saúde desses trabalhadores, com ênfase na vigilância e na promoção de uma atenção integral. Para tanto, é fundamental que haja uma aproximação entre as equipes de saúde e esses trabalhadores, de maneira a contribuir para a implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora na AB. São necessárias mais investigações que busquem apoiar o desenvolvimento de políticas específicas de proteção à saúde do trabalhador informal e não assalariado, considerando sua inserção no território da ESF.
Databáze: OpenAIRE