Fatores de proteção e de risco para sintomas do transtorno de estresse pós-traumático : otimismo, esperança e funcionamento da personalidade
Autor: | Pimentel, Flávia Ulhôa |
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Přispěvatelé: | Oliveira, Sérgio Eduardo Silva de |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2020 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UnB Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
Popis: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2020. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Um evento traumático pode acontecer com qualquer pessoa. Todavia, diferenças individuais implicam na maneira como cada pessoa vivencia fortes eventos estressantes. A presente pesquisa teve como objetivo verificar a influência de fatores psicológicos positivos (otimismo e esperança) e deficitários (prejuízos no funcionamento da personalidade) sobre a gravidade de manifestação dos sintomas do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) tanto de acordo com a classificação do DSM-5 quanto com a da CID-11, a qual diferencia o TEPT em simples (TEPT-S) e complexo (TEPT-C). Para tanto, foram conduzidos dois estudos. O primeiro consistiu de uma revisão integrativa da literatura que objetivou identificar variáveis consideradas como protetivas ao TEPT ou aos sintomas de TEPT. Os resultados desse estudo mostraram que a 70% dos artigos foram publicados a partir de 2011. Os contextos mais pesquisados foram guerra (24,45%) e desastre (17,39%), nesse último incluso tanto desastre natural quanto nuclear e tecnológico. A categoria mais estudada foi a interna (93,48%), a qual considera fatores psicológicos e emocionais. Os fatores protetivos mais estudados foram suporte (28,8%), resiliência (15,76%), otimismo (4,89%) e personalidades (4,34%). O segundo estudo, por sua vez, teve como objetivo verificar a associação do otimismo, da esperança e do funcionamento da personalidade com o nível de gravidade de sintomas de TEPT. A amostra foi por conveniência, utilizando a técnica de amostragem snowball, composta por 304 brasileiros com idade entre 18 e 64 anos (M = 32,5), a maioria do sexo feminino (80,6%), predominância de indivíduos casados (50%), com pós-graduação (61,5%), brancos (64,1%) e com renda entre cinco e dez salários mínimos (26,6%). Para a identificação de sintomas de TEPT, foram aplicados o International Trauma Questionnaire (ITQ) e o Módulo de TEPT da Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI TEPT) adaptada para formato de autorrelato. Para identificação dos fatores psicológicos positivos, a saber, otimismo e esperança, foram aplicados o Life Orientation Test – Revised (LOT-R) e o Adult Dispositional Hope Scale (ADHS), respectivamente. A estimação do nível de funcionamento da personalidade foi feita por meio do Personality Functioning Inventory for DSM-5 (PFID-5), que avalia as dimensões centrais da patologia da personalidade. Os resultados mostraram que otimismo e esperança correlacionaram-se negativamente com os sintomas de TEPT-S e TEPT-C e prejuízos no funcionamento da personalidade correlacionaram-se positivamente. Já em relação aos dados sociodemográficos, renda e escolaridade correlacionaram-se negativamente aos sintomas de TEPT-S e TEPT-C e idade somente aos sintomas de TEPT-C. Houve diferenças entre as médias, com significância estatística, para otimismo, esperança e prejuízos no funcionamento da personalidade considerando grupos com rastreio positivo (grupo clínico) e negativo (grupo não clínico) para TEPT. O grupo não clínico apresentou maiores níveis de otimismo e esperança e o grupo clínico, maiores níveis de prejuízos no funcionamento da personalidade. Modelos de regressão sugeriram um sistema não trivial de relação entre as variáveis e revelaram efeito supressor em esperança, idade e prejuízo na intimidade. De modo geral, altos escores em problemas na identidade e em esperança se mostraram associados a níveis mais altos de sintomas de TEPT. Essa pesquisa contribui para a área replicando achados de outras pesquisas, mas também trazendo novas hipóteses, como na ocorrência de variáveis supressoras. O estudo constante do tema é necessário tanto para avançar no conhecimento do assunto quanto para subsidiar o desenvolvimento de novas formas de intervenção. A traumatic event may happen to anyone. However, individual differences impact how each person experiences strong stressful events. The present research aimed to verify the influence of positive psychological factors (optimism and hope) and deficient ones (impaired personality functioning) on the severity of symptoms of post-traumatic stress disorder (PTSD) according to both DSM-5's and ICD-11's classification, including the ICD-11's differentiation of simple (PTSD-S) and complex (PTSD-C) presentation of the disorder. Hence, two studies were conducted. The first one consisted on an integrative literature review which aimed to identify variables pointed as protective factors to the symptoms of PTSD. The results showed that 70% of the articles were published as of 2011. War (24,45%) and disaster (17,39%) were the most researched context, considering disaster as natural, nuclear or technological ones. Psychological and emotional factors (93,48%) were the most observed protective factors across the analyzed studies. Specifically, these psychological factors were mostly support (28,8%), resilience (15,76%), optimism (4,89%) and personality (4,34%). The second study aimed to verify the association of optimism, hope, and personality functioning with the severity level of PTSD symptoms. The sample was formed by convenience, using the snowball sampling procedure, and was composed of 304 Brazilians with age between 18 and 64 years old (M = 32,5), most female (80,9%), married (50%), with a graduate-level of education (61,5%), white (64,1%) and with income ranging from five to ten minimum wages (26,6%). International Trauma Questionnaire (ITQ) and Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI PTSD: adapted to self-report format) were used to access the symptoms of PTSD. The Life Orientation Test-Revised (LOT-R) and the Adult Dispositional Hope Scale (ADHS) were used to estimate the positive psychological factors of optimism and hope, respectively. The Personality Functionality Inventory for DSM-5 (PFID-5) was used to estimate the level of personality functioning, including both domain and subdomain levels of the core dimensions of personality pathology. The results showed a negative correlation of optimism and hope with both PTSD-S and PTSD-C symptoms, while impaired personality functioning was positively correlated with the symptoms of these disorders. Regarding sociodemographic data, income and school level were negatively correlated with both PTSD-S and PTSD-C symptoms, while age was negatively correlated to PTSD-C symptoms. There were differences between the means, with statistical significance, for optimism, hope, and impairment in personality functioning considering groups of participants with positive (clinical group) and negative (non-clinical group) screening for PTSD. The non-clinical group had higher scores in optimism and hope compared to the clinical group, while the clinical group had higher scores in impaired personality functioning than the non-clinical group. Multiple regression models suggested a non-trivial correlation system between variables and revealed suppressor effects in hope, age, and intimacy impairment variables. In general, high scores in problems with identity and hope were associated with higher levels of PTSD symptoms. This research contributed to the area by replicating previous findings, but also by bringing new hypotheses to light, as seen on suppressor effects. Further investigations are needed to confirm those hypotheses and to advance on the knowledge of the theme as well as on the development of new intervention protocols. |
Databáze: | OpenAIRE |
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