O ESPAÇO CARCERÁRIO E A REESTRUTRAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIOESPACIAIS COTIDIANAS DE MULHERES INFRATORAS NA CIDADE DE PONTA GROSSA, PARANÁ
Autor: | Fioravante, Karina Eugenia |
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Přispěvatelé: | Silva, Joseli Maria, Cançado, Adriana Terezinha Mello, Schimanski, Edina |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2011 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) instacron:UEPG |
Popis: | Made available in DSpace on 2017-07-21T18:13:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 KarinaCancado.pdf: 5491257 bytes, checksum: 5b24363096e6ab251f00a5adef3ac6c4 (MD5) Previous issue date: 2011-03-25 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior This research aims to understand the experience of the female prison space on the restructuring of the everyday sociospatial relations of criminals women in the city of Ponta Grossa, Paraná. Our empirical reference was the Mini – Prision Hildebrando de Souza, located in Ponta Grossa, from which we conducted seventeen semi-structured interviews with women incarcerated during the months of October 2009 to January 2010, as well as data collection through questionnaires answered by the inmates. Likewise, we conducted interviews with eight women who were discharged from prision space. The female criminality, as well as the number of incarcerated women is growing significantly in Brazil. However, the Academy still finds difificulty in exploring this theme, if not only for its controversy, also for the lack of consistent methodologies. Even the Feminist perspectivies of science are constraints in these discussions, possibly because they put down the idea, so consolidated in our social imaginary, of women as fragile, passive and docile beings. It is imperative to note that the carceral spatiality is not fixes, immutable, subdued, as often imagined. The prision space is designed, in our view, as a product of interrelations, as a sphere that allows the coexistence of multiplicity, always under construction. The concept if gender is, the same way, an interesting component analysis for the dynamics of prision spaces, since it is important to note that the spatiality is not experienced equally by all subjects. We have observed that the two groups of interviewed women has a similar profile. This women are, mostly, poor, with low education and income. They are, likewise, mostly mothers, which becomes, therfore, their children participating in the carceral dynamics. We can concluded that the retail system of drug‟s traffic is growing in the city of Ponta Grossa. We noted too, how women are entering in this dynamic. The women incarcerated in the city of Ponta Grossa are mostly linked in some way with drugs, getting this position of centrality in their speeches. Likewise, we concluded from their speech that although formally controlated, these women found ways to subvert this order in their daily lives. Regarding the spatial experiences of women ex-prisioners of Ponta Grossa evidences that they are rarely able to fully resume their daily lives after incarcerations. Likewise, the body conditioning imposed by prison spatiality remains in their actions more imperceptible. Their greates difficulties are related to the sentimental separation of their children, family and partners. The stigmatization of these people by the society also implies a lower probability of getting back their professional lives. Essa pesquisa tem por objetivo compreender a experiência do espaço carcerário feminino na reestruturação das relações socioespaciais cotidianas das mulheres infratoras na cidade de Ponta Grossa, Paraná. Nosso referencial empírico foi o Mini – Presídio Hildebrando de Souza localizado na cidade de Ponta Grossa, a partir do qual realizamos dezessete entrevistas com roteiro semi - estruturado com as mulheres encarceradas durante os meses de outubro de 2009 a janeiro de 2010, bem como, coleta de dados por meio de questionários respondidos pelas detentas. Da mesma forma, realizamos entrevistas com oito mulheres egressas do espaço carcerário. A criminalidade feminina, e o número de mulheres encarceradas vêm crescendo expressivamente no Brasil. Entretanto, a Academia ainda tem dificuldade em explorar essa temática, seja pela sua polêmica, seja pela falta de metodologias coerentes. Mesmo as perspectivas feministas da ciência encontram constrangimentos nessas discussões, possivelmente por colocar abaixo a idéia, tão consolidada em nosso imaginário social, das mulheres enquanto seres frágeis, passivos e dóceis. É imprescindível apontar que a espacialidade carcerária não é fixa, imutável, subjugadora, como muitas vezes a imaginamos. O espaço carcerário é concebido, em nossa perspectiva, enquanto um produto de inter-relações, como uma esfera que possibilita a coexistência da multiplicidade, sempre em construção. O conceito de gênero é da mesma forma, um interessante componente de análise para as dinâmicas dos espaços prisionais, uma vez que é importante apontar que as espacialidades não são vivenciadas da mesma forma por todos os sujeitos. Evidenciamos que os dois grupos apresentam um perfil similar. São mulheres majoritariamente pobres, com baixa escolaridade e renda. São da mesma forma, em sua grande maioria mães, o que torna consequentemente seus filhos participantes das dinâmicas carcerárias. Podemos concluir da mesma forma, o quanto o sistema de varejo do tráfico de drogas está crescendo na cidade de Ponta Grossa. Podemos observar também o quanto às mulheres vêm se inserindo nessa dinâmica. As mulheres encarceradas na cidade de Ponta Grossa estão, em sua grande maioria, ligadas de alguma forma com as drogas, esta obtendo posição de centralidade em suas falas. Da mesma forma, concluímos a partir de suas falas que apesar de uma vivência formalmente administrada, essas mulheres conseguem encontrar mecanismos em seu cotidiano para burlar essa ordem. Com relação às experiências espaciais das mulheres ex – detentas da cidade de Ponta Grossa evidenciamos que elas raramente conseguem retomar de forma plena seu cotidiano após o encarceramento. Da mesma forma, o condicionamento corporal imposto pela espacialidade carcerária permanece em suas ações mais pontuais. Suas maiores dificuldades se relacionam ao afastamento sentimental dos filhos, da família e dos companheiros. A estigmatização dessas pessoas pela sociedade também implica em menor probabilidade de conseguirem retomar suas vidas profissionais. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |