XXY de Lucía Puenzo: o corpo seccionado ou o duplo proibido no cinema latino-americano
Autor: | Silva, Jason de Lima e |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
Předmět: | |
Zdroj: | Zero-a-Seis; v. 24 n. 46 (2022): Dossiê Arte da Pergunta: a criança como propositora de sentidos estéticos; 961-985 Zero-a-seis Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instacron:UFSC |
ISSN: | 1980-4512 |
Popis: | XXY is a 2007 full-length film by Lucia Puenzo. It tells the story of Alex (Inés Efron), 15 years old, whose life in Uruguay's coastal countryside already means something: the refuge of his family from Buenos Aires. The reason for such welcome escapades is Alex's intersexuality which was diagnosed and was physically apparent at his/her birth, even before. This essay will try to examine four fundamental hypotheses. 1. Alex's drama does not lie in his/her sexual ambiguity but in the demand for him/her to self define as soon as possible: either masculine or feminine. 2. Alex's choice is an imposition placed on his/her body, to refuse it does not seem possible and to make a decision is to allow a fracture, a split from his/her own double nature which is forbidden by society. 3. Alex's double nature faces, as a historical heritage, a judicial and biological order in total contravention of the laws in civilian institutions and that resists the normalisation of the body. 4. Alex's case is embedded into three of the major models or dominions about the body concept in the history of modern Western thinking. The body machine (Cartesian metaphysics), the political body of the 'divisive practices' (Michel Foucault) and the intersexual, duplicate body according to its ambiguity or bimorfity. This essay propounds a philosophical analysis of such issues arising from the aesthetical and political interrelation exchanges in XXY. XXY é um longa-metragem de Lucía Puenzo, de 2007. Conta a história de Alex (Inés Efron), 15 anos, cuja vida no interior litorâneo do Uruguai já significa algo: o refúgio de sua família de Buenos Aires. Em razão de um acontecimento: a intersexualidade de Alex, reconhecida fisicamente desde seu nascimento, mesmo antes. O ensaio tem em vista quatro hipóteses fundamentais: 1. O drama de Alex não está propriamente na indecisão de seu sexo, mas na obrigação de defini-lo, e o quanto antes: pelo masculino ou pelo feminino. 2. A escolha de Alex é uma circunstância imposta a seu corpo: recusá-la não parece possível e decidi-la pressupõe uma cisão de sua dupla natureza (proibida). 3. A dupla natureza de Alex enfrenta, como herança histórica, uma ordem jurídica e biológica: contraria a lei das instituições civis e resiste à normalização do corpo; 4. O caso de Alex se insere em três grandes modelos ou domínios de corpos na história do pensamento moderno ocidental: o corpo-máquina (da metafísica cartesiana); o corpo-partido das “práticas divisórias” (Michel Foucault); e o corpo-duplicado, segundo sua ambiguidade ou biformidade. O ensaio propõe uma análise filosófica de tais problematizações a partir das relações estéticas e políticas em XXY. |
Databáze: | OpenAIRE |
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