Estudo compreensivo da obesidade como fator de risco para quedas em idosos

Autor: Neri, Silvia Gonçalves Ricci
Přispěvatelé: Lima, Ricardo Moreno
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UnB
Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
Popis: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação Física, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, 2020. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Com o avançar da idade, observa-se mudança considerável da composição corporal, caracterizada sobretudo por acúmulo de massa gorda. A obesidade apresenta elevada prevalência em todo o mundo e está associada a um elevado índice de mortalidade, provavelmente mediado por seus efeitos em uma ampla gama de doenças crônicas, como câncer, doenças cardiovasculares e distúrbios musculoesqueléticos. Nesse sentido, o objetivo geral dessa tese foi investigar a associação entre obesidade e ocorrência quedas em indivíduos idosos. Para tanto, foi conduzida uma revisão sistemática com metanálise, um estudo transversal e dois estudos de coorte. Para sumarizar as evidências prévias, uma revisão sistemática e metanálise foi conduzida e reportada no Capítulo 2. Foram realizadas buscas nas bases de dados MEDLINE, Embase, CINAHL, PsycINFO, SPORTDiscus, LILACS e Web of Science para identificar estudos observacionais que avaliaram a associação entre obesidade e desfechos relacionados a quedas em indivíduos com idade superior a 60 anos. Dois revisores independentes efetuaram a extração dos dados e a análise da qualidade dos estudos. Os riscos relativos (RR) e os intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram agrupados utilizando metanálises de efeito randômico. Trinta e um estudos, incluindo um total de 1.758.694 participantes, foram selecionados a partir de 7.815 referências. As estimativas agrupadas demonstraram que idosos obesos possuem um risco de quedas aumentado quando comparados com os seus pares de peso normal (24 estudos; RR: 1,16; IC 95%: 1,07-1,26; I²: 90%). A obesidade também foi relacionada a um risco aumentado de quedas múltiplas (quatro estudos; RR: 1.18; IC 95%: 1.08-1.29; I²: 0%). Não houve evidência, contudo, de associação com lesões relacionadas a quedas (sete estudos; RR: 1.04; IC 95%: 0.92-1.18; I²: 65%). A ocorrência de fraturas foi reportada em apenas um estudo, o qual demonstrou um menor risco de fraturas de quadril relacionado a obesidade (Odds Ratio: 0.65; IC 95%: 0.63-0.68). Apesar da revisão sistemática e metanálise fornecer evidências consistentes de que a obesidade aumenta o risco de quedas, nenhum dos estudos incluídos havia examinado qual seria o melhor índice de adiposidade corporal para predizer tais eventos. Sendo assim, o objetivo do estudo transversal apresentado no Capítulo 3 foi investigar a associação entre medidas de adiposidade corporal, equilíbrio postural, medo de cair e risco de quedas em mulheres idosas. Cento e quarenta e sete participantes foram submetidas à avaliação da composição corporal por meio da absorciometria por dupla emissão de raios X e à avaliação do índice de massa corporal, circunferência da cintura e índice de adiposidade corporal. O equilíbrio postural foi mensurado utilizando uma plataforma de força, enquanto o medo de cair e o risco de quedas foram avaliados pela Escala de Eficácia de Quedas – Internacional e pelo QuickScreen© Clinical Falls Risk Assessment, respectivamente. Todas os índices de adiposidade foram correlacionados com pelo menos um parâmetro de estabilidade postural e com o medo de cair (ρ= 0,163, p< 0,05 a r= 0,337, p< 0,001); no entanto, a circunferência da cintura foi o índice mais fortemente correlacionado ao risco de quedas (ρ = 0,325; p 42%) were classified as android or gynoid type based on the median of the of the androidgynoid fat percent ratio (0.99). Incident falls were recorded at the end of the 18-month followup period via participant recall. Chi-square test and modified Poisson regression were used to examine the association between obesity and falls. Two hundred four participants (83%) completed the follow-up. The gynoid obese group exhibited greater proportion of fallers (n= 27, 41%) than the android obese (n= 17, 24%) and non-obese (n= 12, 18%) groups (p= 0.009). Compared to non-obese women, participants with gynoid obesity were more likely to experience a fall (relative risk: 2.20, 95% confidence interval: 1.18- 4.11). No significant association was found to android obesity (RR: 1.38, 95% CI: 0.70-2.77). Finally, the cohort study presented in Chapter 5 was designed to examine the effects of biomechanical factors as potential mediators of the relationship between obesity and falls. At baseline, 246 female participants underwent obesity screening (body mass index ≥ 30kg/m²), and measurements of muscle quality (isokinetic dynamometer and dual-energy X-ray absorptiometry), foot loads (pressure platform) and postural balance (force platform). Incident falls were recorded at the end of the 18-month follow-up period via participant recall. To test whether, and to what extent, biomechanical factors mediated the relationship between obesity and falls, the Natural Indirect Effects (NIE), Natural Direct Effects (NDE) and proportion mediated were calculated using the counterfactual approach. Two hundred four participants (83%) completed the follow-up. As expected, obesity was associated with a higher risk of being a faller (RR: 2.13, 95% CI: 1.39-3.27). Using the counterfactual approach, only specific torque (NIE: 1.11, 95% CI: 1.01-1.38) and flatfoot (NIE: 1.10, 95% CI: 1.01-1.32) were significant mediators of the relationship between obesity and falls. Specific torque and flatfoot mediated 19% and 21% of the relationship, respectively. Overall, the results of this thesis provide evidence that obesity increases the risk of falls in people aged 60 years and older. However, there is insufficient evidence to conclude that obesity is associated with fall-related injuries or fractures. Moreover, it brings the novel insight that android and gynoid fat accumulation play different roles in the relationship between obesity and falls. Specifically, fat mass accumulation in the gynoid region rather than android region is associated to a greater incidence of falls. Given the high prevalence of obesity worldwide and its association with falls, addressing obesity via public health strategies is urgently needed and it may play a role in preventing falls. Furthermore, the screening of obesity as a supplement to other risk factors for falls may help to identify older adults at a greater risk of falling and to prompt early implementation of falls prevention programs. Since specific torque and being flatfooted were identified as significant mediator of the relationship between obesity and falls, the inclusion of muscle strengthening and podiatry intervention as part of a fall prevention program may benefit this population.
Databáze: OpenAIRE