Ecos e ressonâncias de movimentos cartográficos em cotidianos profissionais: a etnomatemática inspirando práticas educativas para o ensino da matemática
Autor: | Pissetti, Schayla Letyelle Costa |
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Přispěvatelé: | Buratto, Ivone Catarina Freitas, Luchese, Terciane Ângela, Laurino, Débora, Lopes, Daniel de Queiroz, Soares, Eliana Maria do Sacramento |
Jazyk: | angličtina |
Rok vydání: | 2022 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UCS Universidade de Caxias do Sul (UCS) instacron:UCS |
Popis: | Esta tese foi desenvolvida partindo do pressuposto de que o conhecimento matemático precisa "surgir" no processo de ensino e aprendizagem, não apenas na sua dimensão formal, mas em termos de competências e condutas por elas requeridas. Para tanto, tomamos a etnomatemática e conceitos de aprendizagem, pelo viés cultural, como saberes inspiradores para mapear a atuação de sujeitos que utilizam esse conhecimento em seu cotidiano. Ubiratan D'Ambrosio cunhou o termo "etnomatemática" para descrever esse tipo de matemática desenvolvida de forma empírica e experimental. Sendo assim, Paulo Freire (2007) e Ubiratan D'Ambrosio (2020) são as principais vozes que nos acompanham nesta pesquisa. Cientes de que o processo de construção do conhecimento pode acontecer para além dos muros da escola, resolvemos observar três sujeitos que utilizam conceitos matemáticos em suas profissões, sem que tenham, de fato, estudado para isso em um contexto escolar. Desse modo, escolhemos a perspectiva da cartografia como delineamento metodológico, para acompanhar e mapear os fazeres e as narrativas de dois profissionais da indústria madeireira e uma costureira, buscando compreender como desenvolveram seus saberes matemáticos no desenvolvimento de suas profissões. Consideramos que esse delineamento tem potencial para captar a dinamicidade do processo em estudo, de maneira flexível e, ainda assim, alicerçada por um embasamento científico. Nossa intenção foi buscar inspirações para a prática da matemática escolar, com base na matemática cultural desenvolvida pelos profissionais acompanhados, ou seja, buscamos compreender como o saber da etnomatemática pode inspirar, fornecendo pistas e possibilidades para o ensino escolar da matemática. A partir das narrativas e dos fazeres acompanhados, percebemos acerca da importância da contextualização dos conceitos, de forma que os alunos possam compreender as ideias relacionadas à matemática, vivenciando-as em suas realidades. Também visualizamos a importância da manutenção da comunicação fluída entre o professor e o aluno, com ênfase em um diálogo colaborativo, em que as ideias se constroem através das trocas mútuas de conhecimento. Abordamos as ideias da alfabetização e da enculturação científica, propostas que partem da valorização das experiências culturais de cada sujeito, propiciando que entendam sobre a dinamicidade do mundo e do seu entorno, para que, assim, possam interferir e colaborar com as dinâmicas sociais. Salientamos, ainda, acerca da importância da autonomia e do protagonismo discente nos processos de aprendizagem, em uma perspectiva emancipatória, de modo a possibilitar que os estudantes se sintam parte dos movimentos que compõem a escola e estejam, de fato, implicados nos processos deaprendizagem. Essas ideias culminam em uma proposta baseada na pedagogia etnomatemática, ou uma matemática etnopedagógica, inspirada pelos ambientes não formais de ensino, relacionada às práticas cotidianas e à solução de problemas inerentes ao ser humano. Essas ideias propõem o desvelamento de novos métodos e modelos criados pelo homem cultural, com o intuito de promover esses saberes e legitimá-los como um conhecimento culturalmente e socialmente construído, buscando elementos socioculturais vigentes no contexto a ser explorado, com o intuito de atribuir significado ao processo de ensino-aprendizagem. Acreditamos que não basta que reconheçamos os saberes prévios e o contexto de nossos alunos. Não basta que identifiquemos a etnomatemática presente no cotidiano de uma comunidade. É preciso usá-la como inspiração, como um elemento tão presente em sala de aula quanto a própria metodologia a a ser utilizada, como um elo entre o que já sabem e o conhecimento que irão construir. [resumo fornecido pelo autor] This thesis was developed by the assumption that mathematics knowledge needs to emerge in the teaching-learning process, not only in its formal dimension, but inside competence and behavior terms required. Therefore, etnomathematics and learning concepts were taken, by cultural bias, as inspiring knowledge to map the subject's operations that use this acquaintance day by day. Ubiratan D' Ambrosio coined the term "etnomathematics" describing this kind of math empirically and experimentally developed. Thus, Paulo Freire (2007) and Ubiratam D'Ambrosio (2020) are the main voices following this research. Being aware that the process of building knowledge can happen beyond the walls of school, three subjects who utilize these math concepts in their profession were observed, without taking, in fact, classes for this inside school context. In this way, the cartography perspective as methodological design were chosen, to accompany and map the chores and tales from two lumber industry professionals and a sewer, looking for understanding how they developed their math learning inside their profession. Considering that this design has potential to capt the dynamicity of the process in study, flexibly and, still, connected in scientific foundation. Our intention was to fetch for inspiration for school mathematics experience, based on cultural math built up by the observed professionals, in other words, we seek to perceive how etnomathematics knowledge can inspire, giving clues and possibilities to math teaching at schools. Out of the stories and doings followed, we realized the importance of the contextualization of the concepts, in a way students can understand the ideas related to math, bringing them to reality. It is visualized the importance of the maintenance of clean communication between teacher and student, emphasizing a collaborative dialogue which ideas are built by a mutual trade of learnings. Alphabetization ideas and scientific enculturation were approached, proposes which start from the cultural experience's valorization from each subject, providing understanding about dynamicity of the world and the ones around, so that, this way, they can interfere and collaborate with social dynamics. We emphasize, yet, about the importance of the student's autonomy and protagonism in the process of learning, inside an emancipatory perspective, in order to make it possible the students feel part of the school movements and are, in fact, involved in the process of learning. These ideas culminate in a proposal based on etnomathematics, or an etnopedagogical math, inspired by non-formal teaching environments, related to daily practices and problem solving inherent to human being. These ideas offer the unveiling of new methods and models created by the cultural man, with the idea of promoting these knowledges and legitimize them as a cultural and social built knowledge, looking for sociocultural elements in force in the context to be explored, with the intention of assigning teachinglearning significance. We believe recognizing the previous learning and the background of our students is not enough. It is not enough identifying etnomathematics inside the community day by day. It is necessary to use with inspiration, as an element present in classroom as the methodology to be used, like a bond between what theyv know and what they are going to build. [resumo fornecido pelo autor] |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |