'Chama a psicologia!': problematizações foucaultianas sobre as práticas de governo e cuidado-de-si, no hospital, e seus efeitos

Autor: Silva, Thálita Cavalcanti Menezes da
Přispěvatelé: Amazonas, Maria Cristina Lopes de Almeida, Barreto, Carmem Lúcia Brito Tavares, Francisco, Ana Lúcia, Ferreira Neto, João Leite, Nascimento, Luis Felipe Rios do Nascimento
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNICAP
Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
instacron:UNICAP
Popis: Submitted by Biblioteca Central (biblioteca@unicap.br) on 2019-12-20T17:09:39Z No. of bitstreams: 2 thalita_cavalcanti_menezes_silva.pdf: 2417241 bytes, checksum: 8160719dc66bab28d13c2ec5896d80a5 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Made available in DSpace on 2019-12-20T17:09:40Z (GMT). No. of bitstreams: 2 thalita_cavalcanti_menezes_silva.pdf: 2417241 bytes, checksum: 8160719dc66bab28d13c2ec5896d80a5 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2019-11-11 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES The Hospital, as a place of medical practice and healing for patients, is a building dating from the end of the 18th century in Europe. In Brazil, the professional practice in health is in its origin presented as a construction of sanitary medicine and hospital medicine. The insertion of health professionals in psychology, especially in hospital institutions, occurs around the 1950s. Initially based on classical clinical models, the insertion presented the need for the construction of instruments and theoretical models adequate to the specific demands of hospital care. The relations constructed and forged in the meeting between professionals and patients refers to the question of power, its distribution and the art of government of life in these spaces, being possible to find practices of governmentality and practices of care of itself. Objective: To problematize the performance of psychologists in health by analyzing the practices of governmentality and self-care. Method: Qualitative cross-sectional research with cartographic guidelines. Narrative interviews were conducted with five professionals who work in public and philanthropic hospitals in the City of Recife. At the same time, during the hospital visits, a field diary was produced whose narratives co-identified with the production of the interviews, the text-experience of the present thesis. The narrative productions of the thesis were analyzed from the theoretical contribution of Michel Foucault. Results and Discussion: The interviewed participants are named as hospital psychologists, and use the discourses of hospital psychology, psycho-oncology, palliative care, medical psychology and health psychology to make the experience of themselves in this space. Despite starting from the notions of health derived from the biopsychosocial model, many of the practices and interventions narrated still demonstrate postures and positions with support in principles of the pathogenic paradigm and in the biomedical model. Psychology is called in the hospital by the medical and multiprofessional team when there is an uncontrolled or out-patient patient. Of the five participants interviewed, two said they perceived this invitation as an appreciation of psychology while three referred to the need and search for deconstruction of this idea of calling psychology to put out a fire. The performance of psychology in the hospital is seen as a practice that requires continuous construction, almost like an ant job. Final considerations: The psi practices in health within the hospital territory vary between governance practices and care practices. The relationships between the interviewed participants, their peers, patients, the multidisciplinary team and the medical team are based on the discursive and non-discursive practices found in the hospital territory vary, mostly, between horizontal and / or vertical relations and communications. Practices based on relationships and cross-sectional communications observed in different performance scenarios where the positions and positions of health professionals lean more towards an aesthetic way of conducting oneself based on self-care. O Hospital, enquanto local de prática médica e de cura para doentes é uma construção que data do final do século XVIII na Europa. No Brasil, a prática profissional em saúde encontra-se em sua origem apresentada como uma construção da medicina sanitarista e da medicina hospitalar. A inserção dos profissionais de psicologia na saúde, em especial nas instituições hospitalares, ocorre por volta da década de 1950 do século XX. Inicialmente fundamentada em modelos clínicos clássicos, a inserção apresentava a necessidade de construção de instrumentos e modelos teóricos adequados às demandas específicas aos atendimentos hospitalares. As relações construídas e forjadas no encontro entre profissionais e pacientes remete a questão do poder, sua distribuição e a arte do governo da vida nestes espaços podendo ser encontradas práticas de governamentalidade e práticas de cuidado-de-si. Objetivo: Problematizar a atuação de psicólogos/as em saúde analisando as práticas de governamentalidade e de cuidado-de-si. Método: Pesquisa de natureza qualitativa, de corte transversal, com diretrizes cartográficas. Entrevistas narrativas foram conduzidas, com cinco profissionais que atuam em instituições hospitalares públicas e filantrópicas da Cidade do Recife. Concomitante, durante as visitas aos hospitais, foi produzido um diário de campo cujas narrativas coengendraram junto a produção das entrevistas, o texto-experiência da presente tese. As produções narrativas da tese foram analisadas a partir do aporte teórico de Michel Foucault. Resultados e Discussão: As participantes entrevistadas se nomeiam como psicólogas hospitalares, e utilizam-se dos discursos da psicologia hospitalar, psico-oncologia, cuidados paliativos, psicologia médica e psicologia da saúde para fazer a experiência de si neste espaço. Apesar de partirem das noções de saúde advinda do modelo biopsicossocial, muitas das práticas e intervenções narradas ainda demonstram posturas e posicionamentos com sustentação em princípios do paradigma patogênico e no modelo biomédico. A psicologia é convocada no hospital pela equipe médica e multiprofissional quando há presença de um paciente “descontrolado” ou “em surto”. Das cinco participantes entrevistadas, duas dizem perceber esse convite como uma valorização da psicologia enquanto que três referem-se a necessidade e busca por desconstrução dessa ideia de chamar a psicologia para apagar incêndio. A atuação da psicologia no hospital é vista como uma prática que requer construção contínua, quase como um trabalho de formiguinha. Considerações finais: As práticas psi em saúde dentro do território hospitalar variam entre práticas de governamento e práticas de cuidado-de-si. As relações entre as participantes entrevistadas, seus pares, pacientes, equipe multiprofissional e equipe médica forjam-se a partir das práticas discursivas e não discursivas encontradas na territorialidade hospitalar e variam ainda, majoritariamente, entre relações e comunicações horizontalizadas e/ou verticalizadas. Práticas pautadas em relações e comunicações transversais são observadas em cenários de atuação onde as posturas e posicionamentos dos profissionais de saúde inclinam-se mais para um modo estético de conduzir-se pautado no cuidado-de-si.
Databáze: OpenAIRE