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As emoções desempenham uma função crucial no que diz respeito à sobrevivência dos seres humanos. A ansiedade destaca-se nesta função, como sendo entendida como uma emoção aversiva e que tem forte influência no nosso dia-a-dia, pelo que é crucial explorar como tal emoção implica determinadas mudanças ao nível cognitivo e comportamental. Embora haja muito conhecimento ao nível dos efeitos benéficos e prejudiciais dessas mudanças relativamente à ansiedade-traço, pouco se sabe no que diz respeito à ansiedade-estado, pelo que visamos explorar como é que a ansiedade pode estar relacionada com outro mecanismo cognitivo vital: as previsões visuais. De acordo com estudos anteriores baseados em paradigmas mais simples (mismatch negativity), sob contextos de ansiedade, a perceção visual valoriza mais o input sensorial em detrimento das expectativas visuais pré-estabelecidas. Sabe-se igualmente, que o uso de expectativas apresenta um papel importante na interpretação de cenas sociais. Concretamente, ações comunicativas de um determinado agente servem como indicador e geram expectativas prévias sobre a presença de um segundo agente o que leva a um menor critério nas respostas acerca da sua identificação (aumento de viés para sinalizar a sua presença). Como tal, o presente estudo visa investigar como é que indivíduos em condições de ansiedade (administração de choques elétricos) comparativamente a condições seguras (sem choques elétricos), usam pistas de gestos sociais para inferir a presença de um segundo agente. Para isso, participantes realizaram uma tarefa em que tiveram de detetar um agente biológico (agente B) sob pontos de ruído. A tarefa foi realizada sob condições de ansiedade antecipatória (considerados blocos de ameaça) e condições seguras (sem ansiedade antecipatória). Foram calculadas as medidas de critério e sensibilidade através das respostas subjetivas dadas pelos participantes. Contrariamente ao esperado, os resultados revelaram ausência do efeito de bloco e do bloco sobre o tipo de ação relativamente às medidas de critério e sensibilidade. No entanto, verificou-se um efeito do tipo de ação, o que é consistente com estudos anteriores, em que ações comunicativas levam a menos respostas conservadoras dos participantes. Estes resultados não suportam a ideia de que estados de ansiedade transitórios afetam a ponderação das expectativas, destacando a necessidade de mais estudos que explorem as conclusões observadas. Emotions play a crucial role when it comes to the survival of human beings. Anxiety stands out in this function, as it is understood as an aversive emotion that has a strong influence on our daily lives, so it is crucial to explore how such an emotion implies certain changes at the cognitive and behavioral level. Although there is a lot of knowledge about the beneficial and harmful effects of these changes in relation to trait anxiety, little is known about state anxiety, so we aim to explore how anxiety may be related to another vital cognitive mechanism: the visual predictions. According to previous studies based on simpler paradigms (mismatch negativity), under anxiety contexts, visual perception values more sensory input at the expense of pre-established visual expectations. It is also known that the use of expectations plays an important role in the interpretation of social scenes. Specifically, communicative actions of a given agent serve as an indicator and generate previous expectations about the presence of a second agent, which leads to a lower criterion in the answers about its identification (increased bias to signal its presence). As such, the present study aims to investigate how individuals in anxious conditions (administration of electric shocks) compared to safe conditions (without electric shocks), use social gesture cues to infer the presence of a second agent. For this, participants performed a task in which they had to detect a biological agent (agent B) under noise points. The task was performed under conditions of anticipatory anxiety (considered threat blocks) and safe conditions (without anticipatory anxiety). Criterion and sensitivity measures were calculated through the subjective responses given by the participants. Contrary to expectations, the results revealed the absence of the block and block effect on the type of action in relation to the criteria and sensitivity measures. However, an action type effect was found, which is consistent with previous studies, where communicative actions lead to less conservative responses from participants. These results do not support the idea that transient anxiety states affect the weighting of expectations, highlighting the need for further studies that explore the observed conclusions. Mestrado em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológica |
