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Dissertação de Mestrado apresentada no ISPA – Instituto Universitário para obtenção de grau de Mestre na especialidade de Psicologia Clínica Apesar do crescente interesse científico e do público em geral sobre o fenómeno da assexualidade, a mesma mantém-se como a minoria-sexual menos representada na comunidade científica. O investimento sobre o conhecimento desta identidade tem privilegiado a conceptualização e definição do conceito, excluindo do âmbito investigacional os pressupostos da construção e estabelecimento das identidades assexuais. A presente investigação propõe-se a contribui neste sentido, ao investigar a exploração da identidade assexual e a possível relação com as experiências adversas precoces (EAP’s), não presumindo a assexualidade como forma de patologia, mas como produto das experiências relacionais e precoces, como as demais identidades sexuais. O estudo desenvolveu-se numa base qualitativa e exploratória, entrevistando em formato online cinco indivíduos assexuais, através de uma entrevista semiestruturada. Exploraram-se as temáticas da descoberta e relação com a assexualidade; a qualidade das relações interpessoais e dinâmicas familiares; a experiência da adolescência e a exploração sexual e os períodos significativos na infância e adolescência. A análise dos dados, a partir de uma análise de conteúdo de três categorias-chave – relações interpessoais, identidade sexual e EAP’s, permitiu a construção de hipóteses explicativas para a formação das identidades assexuais. O tratamento empírico dos dados demonstrou que a conceptualização da identidade assexual a partir da ausência de atração sexual apresenta um viés, a assexualidade é um espectro, integrando a demisexualidade, onde a atração sexual surge, embora de forma condicional. A explicação dos fatores subjacentes à atração sexual condicional assentou na correlação com dinâmicas familiares disfuncionais, experiências precoces vividas com distress e estratégias de repressão emocional. ABSTRACT: Despite the growing scientific and public interest on the asexuality phenomenon, it remains the least represented sexual minority in the scientific community. The previous research about this identity has privileged the conceptualization and definition of the concept, excluding from the investigative scope the assumptions of the construction and establishment of asexual identities. This investigation aims to attend to this lack of research, examining the process of establishing an asexual identity correlating with adverse childhood experiences (ACEs). Not assuming asexuality as a form of pathology, but as a product of relational and early experiences like the remain sexual identities. The method was a qualitative exploratory study, with five asexual individuals, interviewed online using a semi-structured interview. The interview focused on the discovery and relationship with asexuality; quality of interpersonal relationships and family dynamics; experience of adolescence and sexual exploration and significant periods in childhood and adolescence. Data analysis, based on a content analysis, organized the results into three key categories – interpersonal relationships, sexual identity and ACEs, allowing the construction of explanatory hypotheses for the construction of asexual identities. The empirical treatment of the data demonstrated that the conceptualization of asexual identity from the absence of sexual attraction presents a bias through the asexual spectrum contemplating demisexuality, where sexual attraction is presented although conditionally. The explanation of the factors underlying conditional sexual attraction was based on the correlation with dysfunctional family dynamics, early experiences lived with distress and strategies of emotional repression. |