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Dissertação de Mestrado apresentada no ISPA – Instituto Universitário, para obtenção de grau de Mestre na especialidade de Psicologia Forense. A falta de fiabilidade da memória humana pode ter implicações negativas no contexto forense. A identificação de suspeitos consiste num dos formatos de prova mais utilizados pelo sistema de justiça para ajudar a estabelecer a identidade dos ofensores. Contudo, estas tarefas produzem uma elevada taxa de erro, que resulta em falsas identificações. As falsas identificações de suspeitos pelas testemunhas são o principal fator que contribui para condenações injustas de inocentes. Importa, assim, estudar os fatores que enviesam a decisão das testemunhas neste contexto. Uma das causas que condiciona o reconhecimento de suspeitos é o fenómeno da estereotipificação. No presente estudo participaram 160 individuos adultos, que responderam a um conjunto de instrumentos de forma a averiguar se as suas crenças em relação aos ofensores impactavam uma tarefa de identificação de suspeitos. Pretendia-se, ainda, perceber se estas mesmas crenças variavam em função dos diferentes tipos de crimes e do grau de escolaridade dos participantes. Os resultados evidenciaram que as crenças dos participantes acerca dos ofensores não influenciaram a tarefa de identificação de suspeitos numa lineup e não variaram em função do grau de escolaridade. No entanto, os resultados evidenciaram que a idade dos participantes influenciou a tarefa de identificação de suspeitos e que os indivíduos entre os 31 e os 40 anos foram aqueles que revelaram maior preconceito em relação aos ofensores. The lack of reliability of the human memory can have negative implications in forensic context. The identification of suspects is one of the most used proofs by the justice system to help establish the identity of the offenders, however, these task produce a high rate of false identifications.The false identification of suspects by witnesses is the main factor to wrongful convictions of innocents. One of the causes that conditions the recognition of suspects is the phenomenon of stereotyping. As therefore, it is important to study the factors that influence the decision of witnesses. In the present study 160 adult subjects participated and responded to a set of instruments to find out whether their beliefs about offenders impacted a suspect identification task and, also, to understand whether these same beliefs vary according to different types of crimes and according to different levels of education. The results showed that the beliefs that each individual has about the offenders don’t influence the identification of suspects in a lineup and don’t vary according to different levels of education. However, the age of an individual has an influence on the identification of a suspect, with middle-aged individuals, between 31 and 40 years old, those who showed the greatest preconception against an offender. |