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A relação entre as dinâmicas do território e os fenómenos de reestruturação sectorial é, por certo, um dos ramos do conhecimento e da intervenção pública em que uma sistemática análise reflexiva se torna mais premente. Nos territórios de baixa densidade redobra de importância a investigação sobre esta dialéctica entre território e função. A análise da fileira da madeira no Pinhal Interior Sul (Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Mação) pareceu corporizar um objecto de estudo com características únicas até porque, por um lado, é uma problemática relativamente pouco estudada e, por outro, constitui, sem sombra de dúvida, um eixo estratégico da economia desta sub-região que interessa potenciar sob o ponto de vista da criação de riqueza e de emprego. O presente Estudo tem como objectivo geral conhecer aprofundadamente a realidade empresarial das indústrias transformadoras da madeira no Pinhal Interior Sul, no sentido de fundamentar intervenções de sentido estratégico que visem estruturar esse conjunto de actividades, dotando-as de acrescidos factores de competitividade. A clara maioria das empresas inquiridas durante o trabalho de campo que foi realizado funda ainda as suas vantagens competitivas em estratégias de volume e na optimização da relação qualidade/custo, o que, num cenário tendencial de concorrência acrescida à escala internacional, será cada vez mais insuficiente como garantia de sucesso empresarial. As empresas, no essencial, assentam as suas estratégias numa concepção produtivista, que assimila modernização e inovação, relegando para o papel meramente acessório outras dimensões incontornáveis do fenómeno inovatório, como sejam as modalidades associadas à gestão, à formação dos recursos humanos e à inserção nos circuitos comerciais. A aposta deve passar pela criatividade e inovação, acompanhada por uma forte agressividade comercial, passo esse que reputamos como decisivo na afirmação competitiva das empresas da fileira da madeira. A fileira da madeira, no Pinhal Interior Sul, parece padecer de um claro défice de activação e articulação entre os diversos actores institucionais e de uma escassa aproximação destes ao universo empresarial. A esta situação não será alheia, por um lado, a falta de uma forte voz de liderança institucional e organizacional e, por outro, e paralelamente, o vazio de prospectiva estratégica que possa ajudar no enquadramento do comportamento dos empresários e entidades do sector público e associativo. |