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Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Universitário Egas Moniz Estudos realizados em diversas áreas, incluindo a área da psicologia, sugerem que a agressividade e os comportamentos antissociais são desenvolvidos durante o crescimento do individuo e têm como origens fatores ambientais e biológicos, tornando-se ao longo da vida um fator estável na vida do sujeito. Estes modelos de agressividade são também mais tarde utilizados pelo indivíduo como forma de reagir à frustração ou obter aquilo que desejam. Assim, como forma de resposta a estes comportamentos, surgiram programas que tinham como objetivo dar aos indivíduos, formas de agir que fossem alternativas à violência, como forma de atingir esses mesmos desejos determinados pelos participantes. Este artigo tem como objetivo encontrar o impacto destes programas na vida dos seus participantes e a eficácia dos mesmos. O estudo teve uma amostra de 22 indivíduos que participaram no programa entre 2017 e 2019, sendo assim possível averiguar o impacto do programa a médio/longo prazo. A amostra é composta por sujeitos do sexo masculino e de nacionalidade portuguesa com idades compreendidas entre os 22 e os 62 anos. Estes sujeitos eram classificados como reclusos ou ex-reclusos e tinham como uma obrigatoriedade judicial a conclusão do programa, sendo que estes concluíram o programa entre num intervalo de 23 a 47 meses prévios à recolha de dados. Para efeitos comparativos de momentos pré e pós participação no programa, foram aplicados e cotados os instrumentos: CORE-OM, HIT, Questionário de agressividade reativa e Staxi-2, sendo que o Staxi-2 foi invalidado como fonte segura de comparação para o efeito. Os dados recolhidos referem-se a dados relativos a avaliações pré e pós aplicação do programa, de forma a averiguar que tipo de efeitos o programa teve na presente amostra. Houve também um momento de follow-up que foi feito junto dos técnicos da instituição onde o programa foi aplicado, como forma de averiguar efeitos a médio/longo prazo. Estas comparações pré e pós demonstraram que não foi possível associar a redução de comportamentos agressivos com a participação no programa, sendo que não foram verificadas alterações estatisticamente significativas relativamente às crenças, distorções cognitivas ou bem-estar mental geral dos participantes quando comparados os dois momentos de avaliação. Dos 22 participantes que compunham a amostra, 5 dos participantes foram registados como reincidentes, sendo que a reincidência violenta se demonstrou em 9,1% da amostra. Para o efeito deste estudo foi ainda criado um “indicador de sucesso” baseado na literatura revista com o intuito de caracterizar indivíduos que tenham demonstrado sucesso na reintegração social com base em fatores específicos, sendo que 27,3% da amostra foi caracterizada por este indicador. Studies carried out in several areas, including the area of psychology, suggest that aggressiveness and antisocial behaviors are developed during the individual's growth and have environmental and biological factors as their origins, becoming a stable factor in the subject's life. These models of aggression are also later used by the individual as a way of reacting to frustration or getting what they want. Thus, as a way of responding to these behaviors, programs emerged that aimed to give individuals ways of acting that were alternatives to violence, as a way of achieving these same desires determined by the participants. This article aims to find the impact of these programs on the lives of their participants and their effectiveness. The study had a sample of 22 individuals who participated in the program between 2017 and 2019, thus making it possible to ascertain the impact of the program in the medium/long term. The sample is composed of a male subject of Portuguese nationality aged between 24 and 62. These subjects were classified as inmates or ex-prisoners and had a judicial obligation to complete the program, and they completed the program within a range of 23 to 47 months prior to data collection. For comparative purposes of pre and post participation in the program, the following instruments were applied and rated: CORE-OM, HIT, Reactive Aggression Questionnaire and Staxi-2, and Staxi-2 was invalidated as a safe source of comparison for this purpose. The data collected refer to data relating to pre and post application evaluations of the program, in order to find out what kind of effects the program had on the present sample. There was also a follow-up moment, which was carried out with the professionals of the institution where the program was applied, as a way of ascertaining medium/long-term effects. These pre and post comparisons showed that it was not possible to associate the reduction of aggressive behavior with participation in the program, and there were no statistically significant changes regarding the participants' beliefs, cognitive distortions or mental well-being, when the two evaluation moments were compared. Of the 22 participants that made up the sample, 5 of the participants were registered as recidivists, and violent recidivism was demonstrated in 9.1% of the sample. For the purpose of this study, a “success indicator” was created based on the reviewed literature in order to characterize individuals who have demonstrated success in social reintegration based on specific factors. This indicator was based on the protective factors "professional support", "individual's social network", "structured group activities", "life goals", "resilience and positive attitudes", with 27.3% of the sample being characterized by this indicator. |
