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O factor de maior influência que pode contribuir para a prevalência de doenças cardiovasculares (DCV) é a rigidez arterial. Já a aptidão cardiorrespiratória (ACR) é responsável por gerar alterações na função vascular a nível estrutural, na população em geral e nas pessoas com dificuldade intelectual e de desenvolvimento (DID). O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de dois programas de exercício domiciliário de intensidades distintas, mas com duração idêntica de 8 semanas, na ACR, rigidez arterial e atividade física de 17 adultos com DID. Métodos: Estudo controlado randomizado que envolveu dezassete pessoas com DID (11 homens e 6 mulheres), média de idade era de 26±8 treino intervalado de sprint (SIT) e 29±13 treino contínuo de intensidade moderada (MICT), que foram alocados para dois grupos de intervenção. Os participantes de ambos os grupos de intervenção receberam um programa de exercício realizado 3 vezes por semana durante 60 minutos cada sessão, via Google Meets. Os índices locais e regionais da rigidez arterial e o VO2 pico foram avaliados antes (M1) e depois (M2) de cada momento de intervenção. Resultados: Um efeito principal do tempo no VO2 pico (p 0.05), onde 53% dos participantes apresentavam excesso de peso e obesidade em M1 e M2 (p = 0,32). Não foram encontradas diferenças entre os grupos na atividade física total e atividade física de intensidade moderada-vigorosa (p>0.05), porém houve um efeito significativo do tempo no comportamento sedentário (minutos por dia), sugerindo uma diminuição de M1 para M2 (d = -75; IC 95%: -148 a -3 minutos por dia). Conclusão: O programa de treino domiciliário com duração de 8 semanas, durante o período de confinamento, mostrou-se mais eficaz na diminuição pressão arterial central no grupo SIT comparado ao MICT. No entanto ambas as intervenções foram incapazes de manter os níveis de ACR, ainda que com benefício na rigidez arterial central de pessoas com DID. Os resultados obtidos neste estudo podem nortear futuramente a investigação sobre a prescrição eficaz do exercício para pessoas com DID, além de mostrar o papel fundamental do exercício, numa abordagem longitudinal. The most influential factor that can contribute to the prevalence of cardiovascular disease (CVD) is arterial stiffness. Cardiorespiratory fitness (CRF), on the other hand, is responsible for generating changes in vascular function at a structural level, in the general population and in people with intellectual and developmental difficulties (IDD). The aim of this study was to compare the effect of two home-based exercise programs of different intensities, but with identical duration of 8 weeks, on the ACR, arterial stiffness and physical activity of 17 adults with IDD. Methods: Randomized controlled study involving seventeen people with IDD (11 men and 6 women), mean age was 26±8 sprint interval training (SIT) and 29±13 moderate intensity continuous training (MICT), who were allocated to two intervention groups. Participants in both intervention groups received an home-based exercise program performed 3 times a week for 60 minutes each session, via Google Meets. The local and regional indices of arterial stiffness and the VO2 peak were evaluated before (M1) and after (M2) of each intervention time. Results: A major effect of time on peak VO2 (p < 0.01; η2 = 0.26) suggests a decrease in ACR between M1 and M2 (d = -1.8; 95% CI: -0.2 a -3.4 mL / kg / min). Regional arterial stiffness showed a significant effect of time, observed in aortic pulse wave velocity (PWV) (p 0.05), where 53% of participants were overweight and obese in M1 and M2 (p = 0.32). No differences were found between the groups in total physical activity and moderate-vigorous physical activity (p>0.05), but there was a significant effect of time on sedentary behavior (minutes per day), suggesting a decrease from M1 to M2 (d = -75; 95% CI: -148 to -3 minutes per day). Conclusion: The home training program lasting 8 weeks, during the confinement period, proved to be more effective in decreasing central blood pressure in the SIT group compared to MICT. However, both interventions were unable to maintain ACR levels, albeit with a benefit in central arterial stiffness in people with IDD. The results obtained in this study may guide future research on the effective prescription of exercise for people with IDD, in addition to showing the fundamental role of exercise, in a longitudinal approach. |