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INTRODUÇÃO: O acidente vascular cerebral frequentemente leva a manifestações de diferentes ordens, nomeadamente a alterações sensoriomotoras. Estas acabam por comprometer o controlo motor, sendo que o enfraquecimento dos músculos dorsiflexores da tibio-társica e o aumento da tensão miofascial muscular dos flexores plantares é bastante comum. As alterações nestas estruturas acabam por afetar os restantes músculos conectados pela linha posterior superficial. Existem diferentes métodos ou técnicas utilizadas, tais como os rolos de espuma, para a diminuição da resistência dos tecidos e o aumento da amplitude de movimento e flexibilidade miofascial. OBJETIVO: Avaliar os efeitos agudos da aplicação do rolo de espuma na cadeia posterior do membro inferior, nomeadamente a nível da fáscia plantar, flexores plantares e isquiotibiais, de utentes pós acidente vascular cerebral em fase crónica, na função muscular da cadeia posterior, localmente (membro inferior) e à distância (coluna), avaliada pela flexibilidade, tónus, elasticidade, rigidez e propriedade viscoelásticas. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo é classificado como crossover, randomizado, controlado com cegueira dos avaliadores, o protocolo de intervenção, consistiu na realização de duas sessões, uma sham e outra experimental separadas por sete dias. seis utentes pós acidente vascular cerebral foram sujeitos a avaliação da flexibilidade dos extensores da coxofemoral, extensores do joelho, flexores plantares e da coluna. Para além disso foi realizada uma avaliação do tónus, elasticidade, rigidez muscular e propriedades viscoelásticas da fáscia plantar, gastrocnémio medial, gastrocnémio lateral, solear, bicípite femoral, extensores da lombar, extensores cervicais e tibial anterior através do Myoton Pro. A avaliação foi realizada antes e após a aplicação do rolo de espuma com uma perceção do desconforto variável (seis/sete na intervenção experimental e zero na intervenção Sham) na fáscia plantar, flexores plantares e isquiotibiais. RESULTADOS: Efeitos locais: não foram verificadas diferenças significativas nas amplitudes de movimento medidas. Entre momentos foi verificado no gastrocnémio lateral contralesional na intervenção experimental um aumento significativo do tónus (p=0,028), rigidez muscular (p=0,028) e uma redução do tempo de recuperação (p=0,028) e Número déborah (p=0,028). Na fáscia plantar foi verificada membro contralesional do grupo sham uma redução significativa da rigidez muscular (p=0,028) e um aumento do tempo de recuperação (p=0,046). Por último o solear apresentou uma redução significativa da elasticidade do membro contralesional do grupo sham. Efeitos à distância: Foi verificado um aumento significativo na medição de Stibor na intervenção experimental em 4 comparação com a sham (p= 0,013). Na comparação entre momentos na intervenção experimental foi verificado um aumento significativo da amplitude de movimento da flexão cervical e da medição de stibor (p=0,028). Foi verificado, também, na intervenção sham no extensor lombar contralesional uma redução significativa do tónus (p=0,046), rigidez muscular (p=0,046) e elasticidade (p=0,027) e um aumento significativo no tempo de recuperação (p=0,046) e número déborah (p=0,028). CONCLUSÃO: Neste estudo piloto, conclui-se que a mobilização da fáscia plantar, dos flexores plantares e dos isquiotibiais, parece não evidenciar efeitos agudos significativos na flexibilidade nem no tónus, elasticidade, rigidez e propriedade viscoelásticas locais. Contudo, parecem ocorrer efeitos à distância, nomeadamente no aumento da flexibilidade da coluna em pessoas após acidente vascular cerebral. INTRODUCTION: Stroke often leads to manifestations of different orders, namely sensorimotor alterations. These end up compromising motor control, this often results in weakening of the ankle dorsiflexor muscles and increased myofascial muscle tension of the plantar flexors. The alterations in these structures end up affecting other muscles, that are connected by the superficial posterior line. There are different methods or techniques used in these cases, such as foam rollers, to decrease tissue resistance, increase range of movement and myofascial flexibility. OBJECTIVE: Evaluate the acute effects of foam roller application on the posterior chain of the lower limb, namely at the level of the plantar fascia, plantar flexors and ischiotibials, of chronic post-stroke patients, on posterior chain muscle function, locally (lower limb) and remotely (spine), assessed by flexibility, tone, elasticity, stiffness and viscoelastic properties. MATERIALS AND METHODS: The present study is based on crossover, randomized, controlled and blindness of the evaluators. The intervention protocol, consisted of two interventions, one sham and the other experimental, separated by seven days. Six stroke patients were evaluated for flexibility of the hip extensors, knee extensors, plantar flexors and spine. In addition, an assessment of tone, elasticity, muscle stiffness and viscoelastic properties of the plantar fascia, medial gastrocnemius, lateral gastrocnemius, soleus, biceps femoris, extensors of the lumbar and cervical, and tibialis anterior were performed using Myoton Pro. The assessment was performed before and after foam roller application with variable perceived discomfort (six/seven in the experimental intervention and 0 in the sham intervention) in the plantar fascia, plantar flexors and ischiotibials. RESULTS: Local effects: No significant differences were observed in the measurement of the rangesof motion. Between interventions there was a significant increase in tone (p=0.028), muscle stiffness (p=0.028), but also, a reduction in recovery time (p=0.028) and Deborah number(p=0.028) in the contralesional lateral gastrocnemius. From the sham intervention, the contralesional limb showed a significant reduction in muscle stiffness (p=0.028) of the plantar fascia and an increase in recovery time (p=0.046), was verified. Also resulting from the sham intervention, the soleus muscle showed a significant reduction in the elasticity of the contralesional limb. Distance effects: There was a significant increase in STIBOR of the experimental intervention compared to the sham intervention (p= 0.013). In comparison, the experimental intervention resulted in a significant increase in cervical flexion range of motion and STIBOR (p=0.028). On the other hand, in the sham intervention, a significant reduction of the contralesional lumbar extensor in tone (p=0.046), muscle stiffness (p=0.046) and elasticity (p=0.027) were verifed. Furthermore, a significant increase in recovery time (p=0.046) and Deborah number (p=0.028) were observed. CONCLUSION: In this pilot study, we conclude that the mobilisation of the plantar fascia, plantar flexors and hamstrings, does not seem to have acute effects on flexibility nor on the local tone, elasticity, stiffness and viscoelastic properties. However, distant effects do seem to occur, particularly in the increase of spinal flexibility in people after stroke. |