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A lubrificação em sistemas de transmissão de veículos de competição, nomeadamente as caixas de velocidades e diferenciais, pode ser desafiante para os engenheiros responsáveis pelo seu desenvolvimento tendo em consideração a necessidade de garantir alto desempenho dinâmico e fiabilidade do veículo e ainda assegurar adequadas condições de operação, muitas vezes extremas, que levam ao aumento de temperatura do lubrificante. O óleo lubrificante é, pois, um elemento essencial pelo que deve possuir uma formulação base e um conjunto de aditivos específicos para este tipo de aplicações. De acordo com a norma J306, são recomendados em caixas de velocidades e diferenciais de veículos de competição óleos sintéticos multigraduados, devidamente formulados, com elevado grau de viscosidade SAE (75W-140) e que cumpram os requisitos das especificações API-GL5 e MT-1. O projeto realizado tem como objetivo principal efetuar uma análise comparativa entre dois óleos lubrificantes, utilizados nas caixas de velocidades e nos diferenciais dos ŠKODA FABIA Rally2 EVO da The Racing Factory e avaliar qual garante melhor lubrificação dos componentes, bem como analisar a possível influência no desgaste das engrenagens. Considerando este propósito, foram utilizados os óleos em diferenciais de 2 veículos de competição sujeitos a condições reais de funcionamento, ou seja, em prova. Foram efetuadas recolhas de óleo no final de cada prova que se enviaram para laboratórios acreditados de modo a efetuar as análises segundo métodos normalizados. Salienta-se que durante a prova, os diferenciais apresentam situações de regime de lubrificação limite, principalmente no movimento entre os satélites e planetários do diferencial, caracterizando-se por cargas elevadas e baixa velocidade na zona de contacto entre dentes. O óleo B, numa fase inicial, aparenta ser a opção mais indicada dada a quantidade elevada de elementos de boro e fósforo, que se caracterizam por serem aditivos EP e/ou modificadores de atrito. Contudo, o elevado consumo dos seus aditivos e a perda de viscosidade a 40ºC ao longo do tempo permitem compreender que o óleo A apresenta possuir uma formulação de química do óleo e dos seus aditivos que será mais resistente à degradação. A complementar, o óleo A possui um índice de viscosidade (IV) superior ao óleo B e, dada as temperaturas médias do funcionamento do diferencial registadas (77ºC-96ºC) e ao facto de o custo por litro de óleo A ser cerca de metade do óleo B, é possível concluir que, entre os dois óleos analisados, o óleo A apresenta ser a opção recomendada neste tipo de aplicação. |