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Os paradigmas das sociedades globalizadas modernas fazem da solidariedade social um imperativo, afastando-se da dimensão moral predominante no passado. As sociedades organizam-se para criarem condições sociais que respondam a necessidades cada vez mais complexas, diversas e urgentes. O conflito é um motor de mudança contínuo bem presente nas sociedades culturalmente diferenciadas e os modelos de convivência dependem da estabilidade das relações de conflituosidade entre as comunidades étnicas e sociais envolvidas. Em comunidades a várias vozes, este conflito torna-se inevitável e a sociedade procura responder a estas tensões promovendo a convivência na diversidade, com a interculturalidade como motor de crescimento, empoderando os indivíduos com estratégias de cariz transformativo. Estas respostas surgem da responsabilidade estatal em promover o cumprimento do Estado Social, com recurso às suas instituições e respetivos trabalhadores para a defesa dos que estão socialmente fragilizados, nomeadamente através de autarquias, programas governamentais e iniciativas locais. Por outro lado, também a sociedade civil se organiza em associações que mobilizam esforços de intervenção social, em comunidades com necessidades específicas. O presente trabalho propõe-se a analisar as respostas de intervenção social estatais (Câmara Municipal de Leiria) assim como de duas associações do concelho de Leiria (Sociedade Artística Musical dos Pousos – SAMP e InPulsar) e seus projetos de intervenção. Foi solicitado às instituições que selecionassem o projeto que consideram ter maior presença mediadora e foram ouvidos os destinatários desses projetos. Procurou-se dar voz a todos os intervenientes destes processos de mediação. Pretende-se, assim, com a presente investigação, ficar a conhecer a forma como a sociedade concelhia leiriense promove e leva a cabo a intervenção social e a relevância da mediação intercultural nestas respostas de intervenção comunitária, relevando o enorme potencial do trabalho em rede para este fim. |