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O desenvolvimento tecnológico e a situação epidemiológica provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença Covid-19 estão na origem da alteração de padrões de consumo e de hábitos de compra, desafiando as empresas a se reinventarem para dar resposta a estes desafios. É neste contexto que se assiste ao desenvolvimento e consolidação do comércio eletrónico. Devido à implementação de medidas de distanciamento social, o governo português, à semelhança de outros governos, tomou medidas severas e exigiu o fecho de fábricas, lojas e eventos com o objetivo de conter a propagação do vírus. A crise económica provocada pela pandemia teve um grande impacto na indústria da moda onde o setor teve de ultrapassar diversos desafios nos sistemas produção e distribuição, apostando na transformação digital e consequentemente na exploração de lojas online, que oferecem maior conveniência ao cliente e lhe garantem o distanciamento social. É neste contexto que o este estudo se enquadra, tendo como objetivo verificar se alguns determinantes de compra online identificados em estudos anteriores, quando juntos no mesmo modelo têm capacidade para explicar a intenção de recompra de moda online e se o estado pandémico veio explicar a intenção de compra online, como forma de proteção da gravidade e da vulnerabilidade associada ao Covid-19, percecionada pelos consumidores. Assim, efetuou-se o estudo quantitativo, transversal e de natureza conclusiva, que baseado na informação recolhida através de um questionário numa amostra de 134 clientes de lojas online, permitiu estimar um modelo de equações com a técnica de otimização dos mínimos quadrados parciais e o recurso ao software PLS, cujos resultados evidenciaram que a intenção de recompra de moda online é positivamente influenciada pela confiança online, pelo valor percebido e a intenção de compra em contexto de pandemia. Ficámos, ainda, a saber que a confiança e a economia de tempo contribuem para explicar o valor percebido e a segurança percebida online prediz a confiança online. Relativamente aos determinantes de intenção de compra online relacionado com o contexto da pandemia, nomeadamente a gravidade e a vulnerabilidade, não provaram ter a influência esperada para as compras online, talvez porque os inquiridos já tinham hábitos de compra de moda online. Deste modo, pretende-se contribuir para o desenvolvimento da teoria e consequentemente dar algumas recomendações aos gestores de lojas de moda online. |