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A farmacovigilância destaca-se pela importância que tem na obtenção do conhecimento existente sobre cada medicamento, bem como na segurança do doente, devendo ser reconhecida como uma linha contínua de estudo. Constitui-se como uma componente de grande relevância nas atividades dos profissionais de saúde, sendo a notificação espontânea de suspeitas de reações adversas a medicamentos a sua principal face. No entanto, as atividades em farmacovigilância são cada vez mais diversificadas e exigentes a nível do rigor técnico-científico, sendo indispensável uma formação académica adequada às necessidades. Os profissionais devem possuir uma formação diferenciada que lhes permita desempenhar as suas funções de farmacovigilantes da forma mais simples, intuitiva e rigorosa possível. A subnotificação que ainda persiste pode ser preenchida através de programas de desenvolvimento profissional contínuo, reforçando o conhecimento teórico e prático nos planos curriculares dos cursos da área da saúde. Em consequência, profissionais com maior formação permitirão também aos cidadãos reconhecer a importância da farmacovigilância. O principal objetivo desta dissertação passa por descrever e caracterizar o processo de ensino-aprendizagem da farmacovigilância em Portugal, analisando os conhecimentos, as perceções e as atitudes dos estudantes e profissionais da área da saúde. No total, foram analisadas noventa e três fichas de unidades curriculares, dos dezassete cursos da área da saúde incluídos, nas quais apenas três referem a farmacovigilância como obrigatória e trinta e nove não abordam qualquer termo-chave. O questionário aplicado foi respondido por 650 pessoas entre estudantes (62%) e profissionais (38%). Destes, 81,9% dos estudantes revelou já ter ouvido falar de farmacovigilância e 70,7% dos estudantes, assim como 78,1% dos profissionais concordam totalmente que a mesma deva integrar os seus planos de estudo. Face a estes resultados, foi notória a necessidade de uma maior reflexão acerca da formação contínua aos profissionais em exercício, bem como a aposta na criação de uma unidade curricular que integre a farmacovigilância nos cursos da saúde. Pharmacovigilance stands out for its importance in obtaining existing knowledge about each drug, as well as in patient safety, and should be recognized as a continuous line of study. It constitutes a highly relevant component in the activities of health professionals, with spontaneous notification of suspected adverse drug reactions being its main face. However, pharmacovigilance activities are increasingly diversified and demanding in terms of technical-scientific rigor, and academic training that is adequate to the needs is essential. Professionals must have a differentiated training that allows them to perform their pharmacovigilant functions in the simplest, most intuitive, and rigorous way possible. The under-reporting that persists can be filled through continuous professional development programs, reinforcing theoretical and practical knowledge in the curricular plans of health courses. As a result, more educated professionals will also allow citizens to recognize the importance of pharmacovigilance. The main objective of this dissertation is to describe and characterize the teaching-learning process of pharmacovigilance in Portugal, analysing the knowledge, perceptions and attitudes of students and health professionals. In total, ninety-three curricular unit sheets of the seventeen health care courses included were analysed, in which only three refer to pharmacovigilance as mandatory and thirty-nine do not address any key term. The questionnaire applied was answered by 650 people, in between students (62%) and professionals (38%). Of these, 81.9% of the students revealed having heard of pharmacovigilance and 70.7% of the students, as well as 78.1% of the professionals fully agree that this subject should be part of their curricular plans. In view of this results, there was a clear need for greater reflection on the ongoing training of professionals in service, as well as the commitment to the creation of a curricular unit that integrates pharmacovigilance in health courses. |