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Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, na área científica de Clínica A etiologia de desvios de angulação óssea em cães inclui causas congénitas e trauma, estando também associada a desequilíbrios do foro ortopédico na fase de crescimento ósseo. A sinalização está maioritariamente descrita em raças condrodistróficas e cães de grande porte com uma rápida fase de crescimento. O caso clínico apresentado acompanhou um canídeo, Cookie, sem raça definida, que se apresentou à consulta com claudicação de grau III a IV no membro pélvico esquerdo. À realização da radiografia ao membro claudicante, foi identificada deformação óssea do tipo valgus ao nível da tíbia distal, possivelmente consequente a um encerramento prematuro da placa de crescimento, não envolvendo a articulação fémur-tíbio-patelar. Aos 8 meses de idade, o doente foi submetido à realização de uma osteotomia corretiva, tendo sido instituído um plano terapêutico de reabilitação pós-cirúrgica que incluiu: crioterapia, realização de movimentos passivos na articulação fémur-tibio-patelar e tarso e tapete rolante terrestre. Na consulta pós-cirúrgica, o doente apresentou-se com claudicação de grau II no membro intervencionado. À manipulação, ao nível da articulação do tarso, o membro crepitava, tinha seroma, estava quente e tumefacto. A radiografia revelou a presença de um fragmento cartilagíneo solto na articulação do tarso consequente a osteocondrite dissecante. Discutiu-se a possível origem congénita da deformação óssea apresentada pelo doente, necessitando de exames mais aprofundados para uma conclusão mais concreta. No entanto, origem genética predispondo a patologias do foro ortopédico apresenta-se como principal origem do possível encerramento prematuro da placa de crescimento. A câmara cinemática revelou-se útil na avaliação da marcha do doente ortopédico no período pós-cirúrgico, permitindo identificar alterações nos parâmetros espaciotemporais comparando três tempos de análise. Verificou-se uma progressiva diminuição no registo dos parâmetros espaciotemporais comprimento do passo e tempo do passo, acompanhados de um aumento da frequência do passo. Estes valores poderão traduzir consequentes processos degenerativos associados à condição congénita do doente. Seria, no entanto, importante realizar estudos cinemáticos a longo prazo, uma vez que traduzir-se-ia, possivelmente, numa maior melhoria a nível da marcha do doente comparando com a análise cinemática do primeiro tempo de estudo. ABSTRACT - Rehabilitation in Small Animals : Case Study - The etiology of bone angulation deformities in dogs includes congenital causes and trauma, being also associated with orthopedic imbalances in the bone growth phase. Signaling is mostly described in chondrodystrophic breeds and large breed dogs with a fast growth phase. The clinical case presented followed a dog, Cookie, mixed breed, who came to the consultation with claudication (grade III to IV) on the left pelvic limb. When performing an X-ray of the limping limb, a valgus bone deformity was identified at the level of the distal tibia, possibly resulting from a premature closure of the growth plate, not involving the femur-tibio-patellar joint. When he was 8 months old, the patient underwent an osteotomy correction, having been instituted a therapeutic plan of post-surgical rehabilitation that included: cryotherapy, Passive Range of Motion (PROMs) on the femur-tibio-patellar joint and tarsus and terrestrial treadmill. At the post-surgical consultation, the patient presented with grade II claudication on the intervened member. Upon manipulation, at the level of the tarsal joint, the limb crackled, it had seroma, was hot and swollen. The radiograph revealed the presence of a loose cartilaginous fragment in the tarsal joint, possibly consequent to osteochondritis desiccant. It was discussed the possible congenital origin of the bone deformation presented by the patient, although it requires more in-depth examinations for a more complete conclusion. However, genetic origin predisposing to orthopedic pathologies presents itself as the main possible diagnosis for the premature closing of the growth plate. The kinematic camera proved to be useful in evaluation of the gait analysis of the orthopedic patient in the post-surgical period, allowing to identify alterations in the spatiotemporal parameters comparing three analysis times. There was a progressive decrease in the recording of the spatiotemporal parameters that measured step length and time step, accompanied by an increase in step frequency. These values may translate consequent degenerative processes associated with the patient's congenital condition. It would, however, be important to carry out long-term kinematic studies, as it would possibly translate into a greater improvement in the patient's gait analysis comparing with the kinematic analysis of the first study. N/A |