Popis: |
Mestrado em Engenharia Alimentar / Instituto Superior de Agronomia. Universidade de Lisboa A crescente preocupação dos consumidores, da indústria alimentar e das autoridades de saúde, acerca das doenças transmitidas pelos alimentos e o uso de conservantes alimentares tem vindo a aumentar. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto CoHeSus (financiado pela FCT) que visa identificar, caracterizar e proteger variedades locais de Feijão-frade (Vigna unguiculata), uma leguminosa rica em proteína, em macro e micronutrientes e com potencial atividade antimicrobiana. Pretendeu-se, assim, estudar as propriedades antimicrobianas de extratos hidroalcoólicos de Feijão-frade, sobre bactérias patogénicas de origem alimentar gram-positivas (Listeria monocytogenes) e gram-negativas (Salmonella), assim como sobre bactérias não patogénicas (Listeria innocua e Escherichia coli) e fungos filamentosos (Penicillium e Aspergillus). Foram utilizados extratos de grão, de vagens e de folhas de cinco variedades (1E, 3E, 5V, 9L e 13B), para a determinação das concentrações mínimas inibitórias (MIC) e das concentrações mínimas bactericidas (MBC). Os extratos de folhas foram os extratos que apresentaram resultados mais promissores, tendo a MIC variado entre 1,1 e 18,1 mg/mL e a MBC entre 1,1 e 9,1 mg/mL. Com os extratos de vagem, a MIC variou de 5,1 a 87,7 mg/mL e a MBC de 20,3 a 87,7 mg/mL. Ambos os extratos inibiram a atividade das quatro bactérias em teste, sendo que as bactérias gram-positivas apresentaram maior suscetibilidade. Já em relação ao grupo das bactérias gram-negativas, a bactéria não patogénica E. coli foi a menos suscetível. Relativamente aos fungos, apenas P. expansum apresentou inibição. A variedade que apresentou melhor atividade antimicrobiana (extratos de folhas e de vagens) foi a variedade 1E (Fradel). Os extratos de grão não apresentaram qualquer tipo de atividade antibacteriana nem antifúngica. Os resultados aqui apresentados indicam que o Feijão-frade apresenta propriedades antimicrobianas. A preservação do grão para fins alimentares e o aproveitamento sustentável das vagens e das folhas para extração de compostos que possam ser usados como uma alternativa aos conservantes alimentares sintéticos, vem ao encontro dos objetivos de uma economia circular, merecendo assim uma investigação mais aprofundada N/A |