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Mestrado em Engenharia do Ambiente / Instituto Superior de Agronomia. Universidade de Lisboa A crescente utilização de pesticidas é cada vez mais uma preocupação ambiental, devido aos seus efeitos adversos em vários organismos aquáticos, nomeadamente nos peixes de água doce. Contudo, poucos são os trabalhos que se focam nos efeitos sub-letais destes contaminantes, sobretudo em cipriniformes, uma das ordens com maior número de espécies. Este estudo baseou-se na avaliação dos efeitos sub-letais de um pesticida numa espécie piscícola exótica em Portugal – o alburno (Alburnus alburnus). Os peixes foram expostos a três concentrações do inseticida piretróide esfenvalerato (controlo 0,0 μg/L; concentração baixa 1,2 μg/L; concentração alta 2,0 μg/L) durante duas horas e o seu comportamento foi avaliado em ensaios de mesocosmos. As métricas comportamentais, avaliadas a cada 3 minutos, incluíram: i) a atividade de rotina, classificada como letargia, natação (procura), natação (fuga) ou mudanças direcionais, ii) a ousadia, avaliada pela proporção de tentativas de transposição da rampa a montante e iii) a coesão de cardume, classificada de 1 a 4 de acordo com a distância entre os peixes. Não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas entre as três concentrações de esfenvalerato para cada uma das métricas, sendo que: i) os peixes passaram a maior parte do tempo em natação (procura) (59,6% no controlo, 64,6% na concentração baixa e 69,2% na concentração alta), ii) a percentagem de tentativas de transposição da rampa foi de 33,20% para o controlo, 34,85% para a concentração baixa e 31,95% para a concentração alta e iii) os peixes passaram a maior parte do tempo em coesão máxima (nível 4) (controlo: 82%; concentração baixa: 85%; concentração alta: 73%). Os resultados mostraram que os exemplares de alburno não foram afetados pela exposição ao esfenvalerato, o que lhes confere, à partida, uma maior vantagem competitiva sobre espécies nativas. Com base nos resultados, e nas potenciais implicações destes, são sugeridas medidas de gestão e futuras linhas de investigação N/A |